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É escravo ou senhor dos seus estados psicológicos?

Feraida

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Responda às seguintes questões para ter uma ideia sobre as suas atitudes frente aos seus estados psicológicos.

Sou uma pessoa que:

1- Não sei o que fazer para mudar os meus estados de espírito e, por isso, sou prisioneira deles.

2- Sinto que os meus estados de espírito são «realidades» sobre as quais não tenho controlo e, por isso, sou aprisionado e dominado por eles.

3- Confundo os avisos que são fornecidos pelos meus sentimentos com aquilo que eles avisavam. Para mim, esses sinais de aviso tornaram-se mais importante do que aquilo que eles avisam.

4- Sei que os meus estados de espírito são apenas maneiras de me sentir frente a situações e que poderia haver outros estados de espírito frente às mesmas situações.

5- Sei dizer quais as situações que mudam os meus estados de espírito. Sei criar ou aceder a essas situações para mudar o que está a acontecer comigo

6- Uso substâncias que mudam os meus estados de espírito.

7- Procuro pensar em coisas que mudam os meus estados de espírito.


Quantos estados psicológicos habitam em nós?

Experimentamos vários tipos de estados: emoções, poder, fraqueza, esperança, desilusão, amor, saudades, medo, raiva, etc.

Esses estados podem ter sido provocados por acontecimentos e outros nos tomam sem terem sido claramente provocados ou convidados.

Gostamos de alguns, rejeitamos outros...

Hesitamos em nos entregarmos a todos eles.

Um psicólogo curioso deixa que eles venham, entrega-se a eles, deixa que eles fiquem e que vão embora.


Uma riqueza maravilhosa de estados.


Alguns foram experimentados pela primeira vez lá atrás.

Estes, às vezes, trazem lembranças anexadas.

Outros são tão fortes que não deixam muito espaço para pensamentos.

Esses estados só se mostram com toda a força quando não são temidos ou desejados, quando podem aparecer e ir embora sem que sejam rejeitados ou tente-se detê-los.


Autoconhecimento

Uma excelente maneira de se conhecer é tomar conhecimento dos estados psicológicos que estão presentes em cada momento.


Ao invés de tentar mudar esses estados quando são maus ou de tentar retê-los quando são bons, é mais produtivo ficamos interessados em conhecer como eles são.

Este estado é o que somos naquele momento: os nossos valores, motivações, padrões de julgamento, temores, desejos, identificações, autorrejeições, etc.


Auto-observação sem censura

Dentro de certos limites:

- Não há um estado psicológico «mestre» que saiba classificar os outros e considerá-los «desejáveis» ou «indesejáveis». Podemos sim, constatar se são agradáveis ou desagradáveis, apaziguadores ou amedrontadores, etc.

- Não existem bons critérios para saber quais estados psicológicos são «correctos» ou «saudáveis». Cada estado psicológico que aparece tem as suas causas.

- Quem procura o autoconhecimento deve ter mais curiosidade e respeito por qualquer estado psicológico que apareça e menos desejo de alterá-los. Ficar com este estado, não ter pressa em se livrar dele ou desejar retê-lo. Deixar que ele mostre as suas dimensões...

- Qualquer estado que surja em reacção ao estado inicial deve ser o novo estado a ser observado.

- Não é a tentativa de análise ou raciocínios, nem o uso de conhecimentos psicológicos que vão ajudar a entender esses estados. O que ajuda a entendê-los é simplesmente observá-los sem escolha ou julgamentos

- Por natureza, os nossos estados psicológicos são transitórios e fluidos.
Podemos estar seguros numa hora e, na hora seguinte, sentirmo-nos inseguros. Podemos ser assaltados por uma paixão resistível por alguém na parte da manhã nem pensar na pessoa na parte da tarde.

- A vida fica bem interessante quando permite que esses estados se alternem na sua mente e você não tenta lutar contra eles, mas sim entender a cada momento o estado que está presente.


Se souber fazer isso, estará a navegar pelos seus estados psicológicos e tomando conhecimento dos seus mecanismos, motivações, temores, afectos, expectativas, atitudes, etc. Parabéns, você estará a conhecer-se.


Este autoconhecimento gera mudanças e aperfeiçoamentos automáticos.


Porque é que rejeitamos certos estados e procuramos outros?

A religião, a cultura, pessoas crédula, pessoas que queriam controlar-nos para que atendêssemos determinadas finalidades classificam os nossos estados como desejáveis, indesejáveis.


Esses estados psicológicos podem trazer boas ou más sensações.

Queremos nos livrar daqueles que trazem más sensações e prolongar aqueles que trazem boas sensações.

Queremos reter aqueles que identificamos como compatíveis com os nossos objectivos e nossa boa auto-imagem e nos livrar daqueles que são incompatíveis com os nossos objectivos e boa auto-imagem.


Sabe carregar e descarregar estados psicológicos?

Muitas vezes temos que nos «preparar psicologicamente» para agir.

Por exemplo, às vezes, quando decidimos lidar com alguém que está a abusar da nossa boa vontade, procuramos ganhar coragem e segurança lembrando os vários motivos que temos para deixar de tolerar aqueles abusos.


Outras vezes, temos que fazer o contrário como, por exemplo, esperar a raiva passar antes de conversarmos com uma pessoa que nos irritou.


Existem várias maneiras de carregar ou descarregar estados psicológicos.

Os atletas, por exemplo, precisam «de se concentrar» antes de participarem de uma prova.

Músicas e filmes podem provocar estados psicológicos favoráveis ou desfavoráveis a determinados modos de agir.


Boa parte dos efeitos da terapia também pode ser atribuída às mudanças nas motivações e nas percepções que são produzidas na sessão terapêutica.

Essas mudanças, como todas as outras, vão perdendo parte dos seus efeitos à medida que o tempo vai passando.

Dai a necessidade de carregar ou recarregar de novo até, pelo menos, que velhas percepções sejam alteradas e novas atitudes passem a ser mantidas pelos seus efeitos na vida real.


Providências para alterar directamente o estado psicológico ou providências para alterar suas causas?


Podemos tentar alterar directamente o estado de espírito ou alterar as suas causas.

Para tentar combater directamente o estado de espírito, podemos pensar ou dizer coisas encorajadoras para nós mesmos («Sou uma pessoa bem sucedida socialmente», «Não preciso do sucesso nesta situação», etc.), produzir alterações corporais para alterar o estado de espírito (por exemplo, adoptar uma postura corporal típica de alguém seguro e dominante) ou lançar mão de substâncias que acalmem ou combatam o medo (álcool, calmantes, etc.).


Por exemplo, para diminuir o medo de enfrentar uma situação social, podemos adoptar, por alguns minutos, uma postura corporal dominante (queixo para cima, costas erectas, barriga para dentro) ou tentar combater as causas desse medo: mudar a nossa percepção da situação ameaçadora; melhorar a nossa auto-estima, etc.


Agir no corpo para alterar o estado psicológico

Os adeptos da ginástica, da corrida, do ioga, das massagens, do shiatsu, da acunpuntura, da sensibilização sistemática, das técnicas de relaxamento actuam no corpo para alterar estados de espírito.


A actuação no organismo para afectar o psicológico tem os seus limites.

Por exemplo, por mais que as técnicas de relaxamento ajudem a acalmar o tímido, essas técnicas não o ensinarão a conversar melhor, a não deixar o assunto morrer.

Da mesma forma, medicação, ioga ou ginástica poderão acalmar um homem que está a ser abandonado pela mulher, mas essas medidas não vão lhe ensinar como melhorar o relacionamento.


O que pode fazer para alterar os seus estados psicológicos?

(Algumas dessas acções são as mesmas usadas para sair de maus estados psicológicos).

1- Saber procurar situações animadoras e motivadoras: viajar, ir a programas culturais, encontrar-se com os amigos, permitir-se a desfrutar de coisas boas da vida.

2- Ter auto-controlo para começar actividades pouco motivadoras que se tornarão motivadoras: sair para correr sem vontade, começar a estudar sem vontade, começar a trabalhar sem vontade, levantar da cama sem vontade.

3- Fazer compras

4- Comer coisas saborosas

5- Vestir uma roupa que lhe cai muito bem

6- Publicar no Facebook coisas que são bem recebidas pelos seus amigos

7- Procurar sair com amigos

8- Ter um encontro romântico ou sexual

9- Assumir posturas corporais que aumentam a auto-confiança

10- Pensar em coisas que melhoram a auto-imagem

11- Ouvir música que alteram o seu estado de espírito

12- Conversar com alguém que levanta a sua moral

13- Executar actos que colocam você para cima

14- Agir assertivamente em situações pouco importantes para mudar o seu estado de espírito.


Auto-controle para expor-se a situações motivadoras

Obrigar-se a desenvolver actividade que é insuficientemente motivada intrinsecamente. Ao desenvolver esse tipo de actividade cria-se a hipótese de envolver-se nela mais intensamente.


No dia-a-dia, o nosso cérebro possui mecanismos que podem levar-nos ao envolvimento no que estamos a fazer e afastar o envolvimento noutras coisas.

Esse mecanismo funciona dentro de certos limites: não conseguimos afastar-nos de actividades que despertam emoções e ou motivações muito fortes.


A urgência potencializa a força do envolvimento: por exemplo, uma prova para um concurso ou uma cirurgia que vai ocorrer em poucas horas não impede que a pessoa se concentre o suficiente para ir a conduzir até ao local.

Um tímido que está a morrer de medo de abordar uma linda mulher consegue concentrar-se no caminho e na caminhada até onde ela se encontra.

Só cabe uma coisa por vez na consciência.

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