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10 pássaros com estranhos mecanismos de defesa

billshcot

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Nov 10, 2010
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A maioria das aves pode voar, e voar já é uma defesa muito eficaz contra muitos predadores. Porém, com mais de 10.000 espécies de aves conhecidas (até hoje), dá para imaginar que algumas delas saem do comum.

Fulmar-glacial

O fulmar é uma espécie de ave marinha, parente do albatroz. “Fulmar” vem das palavras nórdicas ful-mar, que significam “gaivota suja”, e com razão. Essas aves são conhecidas por seu cheiro horrível. Até mesmo seus ovos são fedidos. As cascas de ovos dessa espécie alojadas em coleções de museus continuam a produzir seu cheiro nauseabundo 100 anos depois de serem armazenadas. Infelizmente, ser fedorento não o ajuda muito entre sua turma: pássaros têm geralmente um sentido de cheiro ruim, e não se importariam com o fulmar, embora o mau cheiro seja uma boa defesa contra alguns predadores, como seres humanos. Como eles não podem voar ou correr, o pássaro desenvolveu um mecanismo de defesa um pouco nojento: quando ameaçados, eles expelem um vômito laranja brilhante, um óleo do seu estômago, que não só cheira mal, mas também gruda nas penas ou pêlos do predador. Este óleo faz com que as penas das aves predadoras se tornem opacas, perdendo suas propriedades isolantes, e o predador pode morrer de exposição ou afogar-se. O óleo torna o fulmar nada apetitoso, e ainda perigoso. Curiosamente, embora fulmars adultos possam cuspir o óleo também, os pintos o conseguem muito melhor, e podem disparar repetidamente. Eles podem cuspir praticamente desde o momento em que nascem, e há relatos de que alguns cospem antes mesmo de se chocar completamente de seu ovo. As penas do fulmar são “imunes” ao óleo, o que é muito importante, porque os pintos muito jovens não cospem só em predadores, mas em qualquer animal que se aproxime, incluindo seus pais. Eles só começam a reconhecer seus pais e a controlar seu cuspe quando alcançam cerca de três semanas de idade.

Poupa

Encontrada na África, na Europa e na Ásia, e recentemente escolhida como a ave nacional de Israel, a poupa é conhecida pelo seu vôo incomum (semelhante ao de uma borboleta), sua crista de penas espetaculares e sua técnica defensiva desagradável. Poupas têm uma glândula especial perto do ânus, que produz uma substância com odor fétido. O pássaro esfrega essa substância em suas penas, cobrindo seu corpo inteiro com um cheiro semelhante ao de carne podre. Não existem muitos predadores interessados em comer um pássaro com esse cheiro. A substância também tem uma segunda função: age como um repelente de parasitas e como um agente antibacteriano, protegendo a poupa de muitas doenças. Curiosamente, os adultos produzem essa secreção apenas quando estão incubando seus ovos e cuidando dos seus filhotes. Uma vez que eles deixam o ninho, a mãe para de produzir a substância nociva. As poupas bebês têm o seu método próprio de defesa: se ameaçados enquanto sozinhos no ninho, eles esguicham suas fezes no rosto do predador. Técnica muito eficaz para se livrar de visitantes indesejados.

Borrelho-de-dupla-coleira

O borrelho-de-dupla-coleira é uma ave muito barulhenta, encontrada principalmente no Canadá, nos EUA e no México. Eles fazem ninho no chão, por isso seus ovos e filhotes são especialmente vulneráveis a predadores. A fim de proteger o ninho, os adultos desenvolveram uma técnica inteligente. Quando um predador como gato, raposa ou cachorro aborda o ninho, o pássaro adulto se afasta do ninho, arrastando uma de suas asas como se estivesse quebrada, agindo desesperadamente. A maioria dos predadores persegue o adulto aparentemente indefeso, em vez de se aproximar do ninho. Se o predador continua a se aproximar do ninho, no entanto, o adulto “ferido” se aproxima do predador até ganhar sua atenção. Quando a distância estabelecida entre o ninho e o predador é suficiente, o borrelho voa para longe. Esta distração, conhecida como o “ato da asa quebrada”, é potencialmente perigosa para os adultos. Quanto aos filhotes, eles fogem do local do ninho enquanto o predador está sendo distraído pelo adulto. Infelizmente, o “ato da asa quebrada” só funciona com predadores naturalmente atraídos para aves indefesas, e é inútil contra os grandes herbívoros como vacas e cavalos, que podem simplesmente atropelar o ninho.

Coruja-buraqueira

Corujas-buraqueiras são encontradas em pradarias e desertos do Canadá à Patagônia. Elas fazem seus ninhos em buracos – daí o seu nome. Frequentemente, elas usam tocas abandonadas de outros animais, mas também podem cavar uma toca se for preciso. Filhotes de coruja-buraqueira são muitas vezes deixados sozinhos por seus pais, que saem para caçar por eles. Durante este tempo, os filhotes são vulneráveis a predadores como raposas, coiotes, gatos e furões. A fim de manter estes inimigos à distância, filhotes de coruja desenvolveram uma rara forma de mimetismo: quando se sentem ameaçados (por exemplo, se um animal começa a cavar a entrada do buraco), os filhotes produzem um assobio que lembra muito o som de uma cascavel. Como essas serpentes altamente venenosas são conhecidas por se esconderem em tocas, a maioria dos predadores (inclusive humanos) prefere fugir logo que ouvem o temido chocalho. As corujas adultas também imitam o som de cascavel quando encurraladas dentro de sua toca. Esse mecanismo de defesa incrível é um dos mais eficientes entre as aves, mas tem um ponto fraco: é inútil contra as próprias cascavéis. É pouco provável que esses répteis fossem enganados ou intimidados por um imitador, mas não é só isso: eles são surdos e não podem sequer ouvir seus próprios chocalhos. Como resultado, cascavéis estão entre os poucos animais que comem regularmente filhotes de coruja-buraqueira.

Cuco-canoro

O cuco-canoro coloca seus ovos nos ninhos de outras aves. Quando o cuco bebê nasce, ele destrói os ovos ou filhotes do ninho emprestado, eliminando qualquer concorrência e crescendo rapidamente até um tamanho imenso em relação aos seus pais adotivos. Colocar ovos no ninho de outro pássaro pode ser difícil e até perigoso para o cuco, já que a maioria das aves de pequeno porte protege ferozmente seus ninhos. Assim, o cuco fêmea desenvolveu uma aparência muito semelhante a um gavião, uma ave de rapina que se alimenta de pequenas aves. Disfarçada de predador feroz de pássaros, o cuco pode assustar as outras aves para longe de seus ninhos. Enquanto o falso gavião está ao redor, as outras aves não ousam voltar para seu ninho, e assim o cuco pode colocar o seu ovo sem problema e voar para longe ileso. Que o cuco parece um gavião, já tinha sido observado por seres humanos há muito tempo; o naturalista romano Plínio, o Velho, acreditava que os cucos poderiam literalmente se transformar em gaviões. As aves, por outro lado, aparentemente são incapazes de dizer quem é o cuco e quem é um gavião real. O truque é tão eficaz que existem várias outras espécies de cuco que imitam outras espécies de falcão; eles imitam até o estilo de vôo e outras características dessas aves.

Caburé

Apesar das corujas geralmente irem atrás de ratos e outros roedores, elas também caçam pássaros. Aliás, os pássaros menores se apavoram com as corujas. Tanto que, quando vêem uma coruja durante o dia (momento em que é menos provável que ela ataque de surpresa), eles se agrupam e assediam o animal ruidosamente em uma tentativa de afastá-lo. Esse comportamento normalmente é apenas um aborrecimento para as corujas maiores. Mas, para a corujinha caburé, pode ser potencialmente perigoso. Porém, essas corujas do tamanho de punhos são caçadoras de aves qualificadas, conquistando presas até o dobro de seu tamanho. Portanto, são temidas por todos os outros pássaros pequenos em seu território. A fim de proteger-se do assédio, a coruja tem dois pontos na parte de trás de sua cabeça que lembram olhos. Isso é suficiente para deter aves menores, que normalmente não atacam uma coruja que está olhando para sua direção. A maioria dos pássaros ou foge, ou ataca novamente, desta vez “por trás”, visando o que eles acham que é a parte de trás da cabeça da coruja. É claro que, neste caso, eles vão encontrar os olhos reais da coruja e podem acabar como refeição.

Jacu-cigano

Encontrados nas florestas tropicais da América do Sul, os cientistas acreditavam que o jacu-cigano, ou cigana, fosse um “fóssil vivo”. Até hoje, sua relação exata com as outras aves é incerta. Ele é diferente em muitas maneiras: por exemplo, se alimenta de folhas de árvore, uma dieta muito estranha para um pássaro, e usa a fermentação bacteriana para digerir a comida, muito parecido com uma vaca. Devido a isso, a ave tem um odor muito forte, como cheiro de estrume. Mas seu fedor não é a razão pela qual ele está incluído nessa lista. Ciganas costumam construir seus ninhos em galhos de árvores que pairam sobre a água. Quando perturbados ou ameaçados por um predador, os filhotes pulam na água para escapar. Eles são nadadores e mergulhadores excelentes. Quando o perigo passa, eles voltam escalando para a árvore. A fim de fazer isso, os pintos têm duas garras em cada asa, que lembram as do Archaeopteryx e outros pássaros da época dos dinossauros. Só ciganas jovens têm as garras; elas desaparecem conforme a ave cresce e pode escapar de predadores voando. Embora ele não seja o único pássaro com garras em suas asas, é certamente o mais famoso, e tem sido objeto de debate entre os cientistas desde sua descoberta em 1776.

Urutau

Encontrado principalmente na América Central e do Sul e no México, estes predadores noturnos também são conhecidos como “aves fantasmas” por causa de sua camuflagem extraordinária. O urutau se alimenta de insetos e pequenos animais voadores como morcegos e pequenos pássaros, e durante o dia, pousa em uma árvore e fica completamente imóvel, imitando perfeitamente um toco de árvore morto ou quebrado. Suas penas parecem casca de árvore, e suas pálpebras têm uma fenda que permite que o pássaro veja mesmo quando seus olhos estão fechados. Eles normalmente ficam parados mesmo quando abordados por um outro animal ou humano, e só voam quando sentem que foram descobertos. A camuflagem é tão boa que eles quase nunca são descobertos, e quase não têm predadores. Isso também faz com que o urutau seja extremamente difícil de se observar durante o dia. À noite, ele só pode ser descoberto porque seus olhos refletem a luz, brilhando como os olhos de um gato ou coruja. O urutau não é o único pássaro que imita troncos de árvores, mas certamente é o mais convincente.

Coruja mascarada africana

Quando abordada por um inimigo pequeno ou relativamente pouco agressivo, a coruja mascarada bufa suas penas para fora e assobia, para parecer maior e mais feroz. Esse é um método comum de defesa entre corujas, e parece ser o suficiente para assustar a maioria dos inimigos. No entanto, quando confrontadas com um inimigo maior e mais poderoso, a coruja mascarada não tenta intimidá-lo, mas achata suas penas e aperta os olhos para que eles fiquem quase invisíveis ao predador. Permanecendo imóvel, e ajudada por suas penas de cor de cascas de árvore, a coruja mascarada faz o seu melhor para se assemelhar a um toco de árvore, assim como o urutau, e escapar da atenção do predador. Veja um trecho de uma série de TV japonesa que mostrou a coruja mascarada africana reagindo a dois predadores diferentes.

Pitohui encapuzado

Pitohuis encapuzados são encontrados na Nova Guiné, e a sua defesa contra os predadores é tão simples quanto incrível: eles são venenosos. Eles se alimentam de certos tipos de besouro que contém uma neurotoxina alcalóide potente, conhecida como batracotoxina (o mesmo veneno encontrado na pele de sapos venenosos). Ao comer estes besouros, os pássaros tornam-se venenosos e concentram a toxina em suas próprias penas e pele. Eles são conhecidos como “pássaros do lixo”, já que sua toxicidade os torna não-comestíveis, a menos que a pele e as penas sejam retiradas e a carne seja coberta de carvão e assada. Tocar um pitohui pode causar dormência e formigamento, assim como queimaduras na pele e espirros. Comer um provavelmente é ainda mais perigoso. Para avisar da sua toxicidade, esta ave tem uma coloração brilhante, laranja e preta. Acredita-se que ele pode esfregar a toxina em seus ovos e filhotes para protegê-los de predadores. E, como se isso não fosse surpreendente o suficiente, recentemente os pesquisadores descobriram que o pitohui encapuzado não é a única ave venenosa. Há pelo menos mais duas confirmadas, e parece possível que haja muitas outras ainda a serem descobertas
 
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