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150 cientistas «trabalham», no Porto, Teoria da Informação, «mãe» de todas as telecomunicações digitais

Vice-reitor da Geórgia Tech, Steven W. Mc Laughlin, fundador da criptografia quântica, destacou hoje, no Porto, o trabalho de investigação que a universidade portuense tem realizado nos últimos cinco anos, nomeadamente no campo da Teoria da Informação, a "mãe" de todas as telecomunicações digitais.

Mc Laughlin, é um dos 150 cientistas que está a participar, até quinta-feira, no Porto, no Information Theory Workshop (ITW), conclave que está a discutir a Teoria da Informação, uma das mais influentes produzidas no século XX.


A iniciativa celebra o 60º aniversário da publicação do célebre artigo “A Mathematical Theory of Communication”, de Claude Shannon (1916-2001), considerado a génese da Teoria da Informação, em cujos princípios se baseiam todas as telecomunicações digitais, nomeadamente a Internet, o telemóvel e os satélites.

O ITW 2008 ocorre seis décadas depois de Shannon ter demonstrado que através da codificação (representação dos sinais de informação em bits) é possível controlar a qualidade da comunicação. O encontro, que visa explorar o impacto que aquela teoria continua a ter nas mais diversas áreas do saber - desde as telecomunicações às neurociências, passando pela física quântica, matemática e biologia - está inserido no ciclo anual de conferências promovido pelo Institute of Electrical and Electronic Engeneering (IEEE).

“É uma honra vir a Portugal e entrar em contacto com matemáticos e engenheiros das melhores instituições científicas do mundo”, frisou Mc Laughlin. O cientista realçou que, nos últimos cinco anos, a área de investigação da Teoria da Informação “tem ganho muitas proeminências, graças a um grupo extraordinário de jovens cientistas e professores da Universidade do Porto”.

“Estamos em Portugal para celebrar essa especialização e para aprender e interagir com colegas europeus”, acrescentou o investigador norte-americano. O ITW deste ano reúne, no Porto, cientistas do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e de universidades norte-americanas, como Stanford, Princeton, Yale, Georgia e Cornell, entre outros destacados centros de investigação.

“Em 1948, o norte-americano Claude Shannon publicou o artigo “A Mathematical Theory of Communication”, em que surgiu pela primeira vez a noção do bit e estabeleceu que a informação é quantificável e pode ser reduzida a uma representação de zeros e uns”, explicou à Lusa João Barros, professor do Departamento de Ciência de Computadores da FCUP.

Revolução no mundo das telecomunicações

Segundo o investigador, “com essas observações, Shannon revolucionou o mundo das telecomunicações e desenvolveu a teoria da comunicação, que está na base de todas as comunicações digitais, nomeadamente a Internet e os telemóveis”, acrescentou. “O Workshop está a possibilitar um diálogo muito enriquecedor, pois conta com especialistas de diversas áreas”, salientou.

João Barros admitiu, no entanto, que Shannon e a sua fórmula “não têm tanto impacto na opinião pública, como, por exemplo, Albert Einstein e outros cientistas de renome”. O investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), estrutura que lidera um grupo de investigação de redes e processamento de informação e desenvolve trabalhos relacionados com a teoria da informação e com redes de informação, destacou o papel da Universidade do Porto no domínio daquela teoria.

“Estamos bem colocados na primeira liga de investigação nesta área. É para nós uma grande distinção realizar um congresso como este, que pode dar uma grande projecção internacional à investigação que se faz na Universidade do Porto”, frisou o professor. Com base nas investigações de Calude Shannon, nasceu a Information Theory Society, com cerca de três mil cientistas, que todos os anos organizam o Information Theory Workshop (ITW).

O ITW tem uma secção dedicada à Teoria da Informação quântica, em que se destaca a criptografia quântica, relacionada com o processamento da informação, a física quântica e com aspectos de segurança de dados. “A preocupação principal da Teoria da Informação é encontrar os limites fundamentais para a transmissão de informação, através de canais com ruídos, onde se opera com partículas muito pequenas, como o fotão”, explicou João Barros.

A Teoria da Informação é uma área abrangente, que estuda também o funcionamento do cérebro, o aprimoramento dos sistemas estatísticos e o sistema de controlo de foguetões e automóveis.
 
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