kokas
GF Ouro
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"Eu já tinha 29 anos, já tinha feito tudo, como mulher, dentro do futebol. Já tinha três finais do campeonato paulista, uma olimpíada, jogos da Libertadores. Tinha chegado num ponto que o que me faltava para me realizar era ser preparada para uma Copa do Mundo. Eu sabia que para uma mulher ser preparada para uma Copa do Mundo era quase impossível naquele momento", lembrou Ana Paula Oliveira, em entrevista à agência Lusa.
A antiga árbitra e atual comentadora recorda que se tinha dedicado, durante cerca de 10 anos, a uma profissão e "não tinha construído ainda uma condição financeira estável", ao nível do que os homens conseguem, pelo que o convite da Playboy, que já tinha surgido várias vezes, a colocou perante uma encruzilhada.
"Eu tinha os meus pais com uma condição de saúde debilitada e já era a quinta ou a sexta vez que a revista me fazia o convite. Aí vi-me perante uma decisão, fazer ou não fazer. Se não fizesse, já não teria mais nenhuma oportunidade e naquele momento eu escolhi a minha família. Eu sabia que se tomasse aquela decisão eu podia colocar em risco uma carreira, mas eu escolhi a minha família. E hoje digo que não me arrependo, porque consegui dar uma melhor condição de vida para os meus pais. O meu pai já faleceu, mas faleceu com dignidade, a minha mãe hoje tem um teto, tem uma casa, que eu proporcionei para ela com essa receita da revista", explicou.
Ana Paula Oliveira considera que a revista a "projetou além das quatro linhas" e que a beleza, no decorrer da carreira, "ajudou e atrapalhou", pois, no começo, complicou bastante, mas depois, "somado à competência, agregou valor".
"Quando se consegue demonstrar que é capaz e que executa a sua função com excelência, somado à beleza estética é um ganho", considerou Ana Paula Oliveira, que chegou à arbitragem por acaso, ao seguir o pai, que era árbitro amador, e que atingiu o primeiro escalão aos 19 anos.
jn