A estrutura da relação do bebé com a mãe

Luana

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Quase todos os pais se espantam ao aperceber-se como foi possível que aquele “pedacinho de gente” com dois quilogramas e meio, incapaz de segurar a cabeça e olhar direito as pessoas, a mexer ao acaso as pernas e os braços, fosse capaz de os mobilizar, de os conquistar, de os ocupar, de ser o centro das suas vidas. Espantam-se ainda com o facto de ser capaz de amar, exigir ser amado e de se ter tornado alguém que, com o decorrer do tempo, se mostra apto a falar, a correr, a escrever, a desenhar, a atender o telefone, a saber vestir-se, a andar de bicicleta, a fazer amigos, a abraçar espontaneamente a avó e a zangar-se quando o mandam para a cama ou lhe desligam o televisor.




A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DE VINCULAÇÃO
Durante muito tempo considerou-se que a relação mãe-bebé se fundava apenas na satisfação das necessidades do recém-nascido: eram os cuidados maternos que lhe assegurariam a sobrevivência (alimentação, higiene, protecção, etc.). As novas concepções sobre o recém-nascido – ser activo com um conjunto de competências – e a importância dada às interacções humanas em psicologia vieram mostrar que a relação mãe-bebé assume uma grande importância no equilíbrio psicológico e na construção da personalidade da pessoa.
O psiquiatra britânico John Bowlby considera que o bebé apresenta uma necessidade específica de contacto, de aconchego, que designou por vinculação. Esta necessidade seria tão importante como a alimentação e a sexualidade. A sua origem era, na sua opinião, biológica, inata e não aprendida. Além disso, verificou que as crianças afastadas da família sofriam perturbações emocionais que iam do desespero, cólera e irritação, à indiferença e apatia.
Harry Harlow, por seu turno, desenvolveu experiências com macacos criados com mães artificiais: uma de arame com alimento e outra felpuda. Constatou que os macacos bebés permaneciam a maior parte do tempo junto desta última com quem estabeleciam um vínculo afectivo. Em adultos apresentavam, entre outros comportamentos, desinteresse pelos companheiros, desajustamentos sexuais e incapacidade para cuidar das crias.
Estas e outras investigações mostram que o bebé necessita de estabelecer laços privilegiados, relações de vinculação com uma pessoa próxima, que é geralmente a mãe. Esta relação de vinculação alarga-se progressivamente a outras pessoas significativas para a criança.
É um meio afectivamente compensador e estimulante, que vai permitir que as crianças interajam com os outros seres humanos aprendendo a viver em sociedade, desenvolvendo as suas potencialidades. Podemos concluir que o modo como decorre o processo de socialização, a forma como ao longo da vida se vão construindo as relações interpessoais, o próprio desenvolvimento, são marcados pela qualidade afectiva destes primeiros tempos de vida.


Conclusão:
A vinculação é a tendência dos bebés para, nos primeiros tempos de vida, permanecerem junto da mãe, estabelecendo laços positivos com ela ou com um adulto de que eventualmente dependam.
 
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