A pele e o sol: manter a pele saudável todo o ano

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A pele e o sol: manter a pele saudável todo o ano

No Verão, o sol convida a dias a fio passados na praia e a pele está mais exposta às agressões. Saiba como cuidar da sua pele, para que o astro rei não se torne no seu maior inimigo.

Entre muitas outras coisas, trate dela durante todo o ano e mantenha-a hidratada, para que possa apresentar sempre um aspecto sedoso e saudável.

Cor, brilho e textura impecáveis todo o ano

A pele é o nosso cartão de visita em qualquer situação, pelo que é importante que esteja saudável durante todo o ano e não apenas no Verão, altura em que este órgão está mais a descoberto.

Uma pele saudável apresenta um determinado número de qualidades, como uma textura lisa, macia, um toque aveludado. É a chamada pele de pêssego. Deve estar hidratada e apresentar um brilho mate, sendo que uma pele muito brilhante indicia um excesso de gordura na cútis; deve também ter uma cor uniforme, elasticidade e firmeza e ausência de comedões abertos e fechados e poros dilatados.

No entanto, estas características são difíceis de manter com o modo e hábitos de vida praticados hoje em dia, a não ser que tenha alguns cuidados básicos com a sua pele.

A Dr.ª Alexandra Feijó, dermatologista, afirma que, «muitas vezes, o modo de vida reflecte-se na cor, brilho e textura da pele. E não é só a poluição e o sol que afectam a saúde da pele. Outros factores, como a hereditariedade, os níveis de stress e as flutuações hormonais também têm influência na beleza e saúde da cútis».

Há, ainda, que ter em conta a acção das alterações climatéricas, ventos frios, o frio, o calor, o sol, das alterações hormonais da menarca, da menopausa ou o uso de anticoncepcionais e ainda a acção de medicações específicas.

 

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A pele e o sol: dicas de ouro para uma pele saudável

Há pequenos gestos e hábitos que influenciam a saúde da pele. Desde o número de horas de descanso até a uma alimentação correcta, passando pelos gestos de cuidado diário.

É essencial ter uma boa alimentação e ter horários fixos para repousar e alimentar-se.

«As dietas intempestivas levam a défice proteico, sendo as proteínas importantes fornecedores de aminoácidos essenciais para a síntese de proteínas da derme», explica Alexandra Feijoó, acrescentando:

«Este défice leva a uma diminuição da derme, perda da capacidade de reter a água, desidratação e surgem as primeiras rugas.»

Devem incluir-se muitas fibras na dieta, já que facilitam o bom funcionamento do aparelho gastrintestinal.

«A prisão de ventre pode agravar algumas dermatoses como a rosácea, que se caracteriza por um vermelhidão ou ruborização nas maçãs do rosto.»

A água é essencial para manter a hidratação do corpo. A ingestão do precioso líquido potencializa a eliminação de toxinas e evita a retenção de líquidos (se a função renal estiver preservada). A médica aconselha, por isso, a ingestão de «um litro e meio de água por dia, para uma pele perfeitamente hidratada».

Devem-se evitar as quantidades excessivas de Cafeína ou álcool. O corte no sal deve igualmente ser considerado.

Segundo a médica, «o sódio em excesso no organismo facilita a retenção de líquidos, bem como causa hipertensão, agravando a rosácea».

É importante dormir bem, no mínimo oito horas por dia: «A couperose ou rosácea melhora se o doente dormir equilibradamente, evitar as fontes de calor e os picantes ou mastigar devagar.»

 

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A pele e o sol: cuidados diários com o rosto

Com alguns cuidados muito simples, consegue-se prolongar a saúde e a juventude da pele, sendo que «o ideal é procurar a orientação de um bom profissional e usar sempre produtos específicos para a sua pele».

É aconselhável limpar diariamente a pele da face, duas vezes por dia, uma de manhã e outra à noite. O tónico também deve ser usado duas vezes por dia, já que permite retirar o excesso da loção/creme de limpeza, eliminando os últimos resíduos de poluição. Os produtos têm de ser adequados para a pele e idade.

Deve aplicar-se um hidratante de manhã, sendo que «para peles secas convém utilizar emolientes com ou sem ureia, para peles oleosas produtos seborreguladores e queratolíticos, mas com componente hidratante, e numa pele envelhecida devem usar-se produtos hidratantes de manhã e à noite, produtos específicos para hidratar e estimular os fibroblastos para a produção de fibras elásticas e de colagénio (ex.: com retinol ou Q10)».

Os esfoliantes devem ser usados em todos os tipos de pele, excepto nas mais sensíveis, uma a duas vezes por semana. Nas peles sensíveis, a esfoliação deve ser feita apenas de 15 em 15 dias.

«Este gesto serve para alisar a pele da face, de modo a homogeneizar a descamação, facilitando a penetração do produto tópico que se aplicar a seguir», afirma Alexandra Feijoó, completando:

«Este gesto é importante durante e após a época balnear, já que permite uma melhor hidratação da pele e homogenização do bronzeado.»

Incorporado ou não nos cremes de dia, o protector solar deve ser usado de Janeiro a Dezembro.

A dermatologista explica que, «para ser eficaz, a aplicação do creme de dia com protector solar deve ser renovado de duas em duas horas, se se sujeitar a exposição solar, porque umas horas após a sua aplicação o creme perde o índice indicado na embalagem».

Como alternativa, deve usar-se protector solar isolado ou incorporado numa base hidratante.

Para peles muito desidratadas a utilização de uma máscara é benéfica. Deve fazer-se uma vez por semana ou quinzenalmente.

No entanto, é necessário ter em conta que todos estes gestos devem ser alargados ao resto do corpo. Pés, mãos, cabelos, boca e olhos devem ter também uma atenção especial já que são das zonas mais expostas e agredidas do corpo.

A especialista afirma que «os cuidados básicos variam muito pouco com a idade. O que muda realmente é o tipo de produto utilizado para hidratar».

Assim, dos 20 aos 30 anos são recomendados cremes hidratantes diários e a partir dos 30 anos devem utilizar-se cremes nutritivos com antioxidantes (vitamina C e E).

«A partir dos 35 anos começam a aparecer as primeiras discromias faciais e do dorso das mãos. Dos 40 em diante, aconselham-se cremes nutritivos refirmantes e com produtos que possam estimular os fibroblastos para a síntese das fibras da derme, de modo a lutar contra a queda dos tecidos da pele», considera a dermatologista, alertando que «usar protector solar é fundamental para a luta vitoriosa contra o envelhecimento».

 

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A pele e o sol: cuidados consoante a altura do ano

Além de ter em conta a idade, os cuidados devem também ter em atenção a estação do ano. As estações mais críticas são o Inverno e o Verão. Nas estações intermédias as regras básicas do cuidado da pele mantêm-se.

O Inverno é, por excelência, a estação ideal para proceder a alguns tratamentos estéticos. A dermatologista considera que nesta altura devem fazer-se «as depilações definitivas, as cirurgias, os peelings químicos para alisar a pele, estimular a derme, evitando a queda dos tecidos da face e corpo».

Devem também fazer-se os tratamentos de rejuvenescimento facial:

«Muitas vezes só são precisos 20 minutos de tratamento duas vezes por semana, que não deixa marcas, e a paciente pode prosseguir com a sua vida social e familiar. O Inverno é ainda a época ideal para fazer tratamento das varizes e derrames nas pernas e tratamento de lesões vasculares (angiomas, hemangiomas ou couperose) com laser.»

Porém, agora o que interessa é o Verão! Durante toda a época estival, deve ter-se especial atenção às mãos, pés, olhos e lábios.

De acordo com Alexandra Feijó, «os lábios podem ter angioedema e, mais tarde, o efeito cumulativo do sol dá origem a lesões pré-cancerígenas ou cancerígenas».

Em relação aos pés, no Verão há uma maior transpiração e mau odor.

«O uso de protector solar é esquecido e os escaldões no dorso do pé são frequentes e dificultam o uso de qualquer calçado.»

«Outro dos problemas que surgem são as gretas no calcanhar pelo uso de sapato aberto, apesar da planta do pé sofrer esfoliação com o atrito na areia. Neste caso deve abusar dos emolientes com ureia», acrescenta a médica.

Os cabelos sofrem também a acção das radiações solares e dos produtos desinfectantes colocados nas piscinas. Surgem as pontas espigadas, alteração da cor das madeixas.

«Para se manter o cabelo saudável deve-se deixar de lado o secador, enxaguar o cabelo com água fria, usar óleo com protector solar incorporado para manter a hidratação do pêlo e usar uma máscara capilar hidratante de 15 em 15 dias», afirma Alexandra Feijoó.

Cuidados no Inverno

Durante o Inverno a pele sofre agressões violentas: ventos frios, clima seco – surge a xerose na face, pernas, mãos, cabelo, lábios gretados. Há a tendência natural para tomar banhos prolongados e muito quentes que secam a pele.

Por isso deve-se:
Tomar banhos rápidos.
Evitar o uso de substâncias astringentes de modo a manter o filme hidrolipídico.
Terminar o banho aplicando um óleo específico de tratamento ou óleo duche, retirando o excesso com o duche. Deve-se também secar o corpo sem esfregar.
Aplicar emolientes «com ou sem ureia – duas vezes ou mais por dia, prestando especial atenção às pernas, cotovelos, face, lábios e mãos e pés».
Fazer exercício físico regular.
Prevenir as frieiras abusando dos emolientes próprios para esta zona, usar calçado quente e confortável, evitar meias «de vidro» e sapatos apertados.
Sobre as frieiras podem surgir infecções fúngicas e bacterianas. Para evitar esta situação, não se deve usar vestuário sintético e muito apertado; é preferível usar vestuário de algodão e arejado.


Cuidados no Verão

No Verão, o calor e a exposição solar podem comprometer a saúde da sua pele. Saiba como cuidar de si e passe esta estação com uma pele saudável.
Evitar a exposição solar com o uso de sombra e protector solar índice elevado.
Antes da exposição solar, deve-se «tomar um duche para eliminar resíduos de produtos aplicados na véspera que possam ser fotossensibilizantes e dar origem a alergias como desodorizantes, perfumes, cosméticos».
Evitar a esfoliação: uma pele irritada e vermelha não lida bem com o sol.
Evitar banhos quentes após a exposição solar e usar e abusar de emolientes.
Evitar o sol se tomar medicamentos.
Evitar o sol se tiver doenças que se agravam com a exposição solar, como lúpus e até alergias ao sol.