Actividade dos furacões aumenta com aquecimento da superfície do mar

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Uma equipa de investigadores quantificou pela primeira vez a relação entre a subida da temperatura da superfície do mar e o aumento na actividade dos furacões, indica um estudo hoje publicado pela revista Nature.

Segundo a investigação, realizada por cientistas do University College de Londres, uma subida de 0,5 graus Celsius na temperatura da superfície do mar corresponde a um aumento de 40 por cento na actividade dos furacões, entendida como combinação da sua força e frequência.


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Furacão Katrine em foto da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) um dia antes de chegar à América

Os cientistas já sabiam que os furacões se formam sobre águas quentes, e que quanto maior é a temperatura à superfície do mar, maior é a energia sorvida pela tempestade para esta se formar ou ganhar força. A investigação quantificou a força e frequência do furacão provenientes da subida da temperatura do mar, indicou Mark Saunders, perito em previsão climática no University College e principal autor do estudo.

Saunders encontrou conexões numéricas distintas entre as subidas e descidas da temperatura da água e a intensidade da temporada de furacões, o que ajuda a explicar por que razão os furacões foram muito piores nos últimos doze anos e até por que é que 2007 - com águas ligeiramente mais frescas do que o normal - foi uma excepção.

Embora tenha constatado que a actividade dos furacões é muito influenciada por mudanças nos padrões de circulação atmosférica, o investigador concentrou-se no efeito da temperatura do mar sobre as tempestades, sem se debruçar sobre as causas das flutuações de temperatura, para as quais acredita contribuírem as alterações climáticas.

A investigação centrou-se na temperatura da água numa banda de mar tropical que se estende da zona de Porto Rico e da costa norte da América do Sul para leste até perto da costa africana a partir de 1950 (uma região que produz cerca de 90 por cento dos furacões que desde esse ano atingiram os Estados Unidos) e estudou a actividade dos furacões desde 1965.

Aquecimento responsável por 40% do aumento​

O estudo concluiu que o aquecimento local da superfície do mar foi responsável por 40 por cento do aumento da actividade dos furacões no Atlântico (relativa à média de 1950-2000) entre 1996 e 2005. "Criámos um modelo estatístico baseado em duas variáveis ambientais - temperatura local da superfície do mar e campo de vento atmosférico - que reflectiram 75 a 80 por cento da variação na força e frequência dos furacões no Atlântico tropical entre 1965 e 2005", explicou Mark Saunders.

"Ao removermos do modelo a influência dos ventos fomos capazes de avaliar a contribuição da temperatura da superfície do mar e descobrimos que tem um grande efeito" - assinalou. Por exemplo, em 2005 a temporada de furacões foi a mais activa de que há registo e a temperatura da água a mais elevada, tendo-se registado nesse ano 28 tempestades e 13 furacões, sete dos quais muito fortes.

Em contraste, em 1971, quando a temperatura da água foi a mais fresca, ocorreram 13 tempestades e seis furacões, um dos quais muito forte. Na perspectiva deste cientista, importa que os modelos climáticos reproduzam a relação observada entre a actividade dos furacões e a temperatura da superfície do mar para se ter confiança na sua capacidade de projectar que efeitos terão futuras alterações climáticas na actividade dos furacões.

by: ciencia hoje​
 
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