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Adolfo Casais Monteiro homenageado em colóquio internacional
O poeta, crítico e ensaísta Adolfo Casais Monteiro vai ser homenageado com um colóquio na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), a 4 de Julho, dia em que se assinala o centenário do seu nascimento.
O colóquio decorrerá durante todo o dia, com a participação de vários professores universitários, ensaístas e outros estudiosos oriundos do Brasil, Espanha e Itália, além de Portugal.
«Vão ser apresentadas 15 comunicações incidindo sobre várias facetas da obras de Casais Monteiro», disse à Agência Lusa, o professor Arnaldo Saraiva, do Departamento de Estudos Portugueses e Românicos da FLUP, entidade responsável por esta iniciativa.
«A iniciativa assinalará igualmente uma grande figura portuense e também um intelectual digno do seu tempo», sublinha ainda Arnaldo Saraiva.
Os brasileiros Leyla Perrone-Moisés e Maria Aparecida Ribeiro, o espanhol António Sáez Delgado, a italiana Maria Bochicchio e os portugueses Fernando Cabral Martins, Fernando Guimarães, Fernando Martinho, Rui Lage e o próprio Arnaldo Saraiva estão entre os participantes aguardados neste colóquio.
Será prestada também homenagem a Machado de Assis, um dos grandes vultos da literatura brasileira. O pretexto próximo é o centenário da sua morte.
Adolfo Victor Casais Monteiro nasceu no Porto, licenciou-se em Histórico-Filosóficas na antiga Faculdade de Letras local e deu aulas no Liceu Rodrigues de Freitas, na mesma cidade, actividade de que foi afastado por motivos políticos.
Juntou-se ao grupo da conhecida revista literária «Presença», de que foi aliás um dos três directores, com José Régio e João Gaspar Simões. Fez-se amigo de Fernando Pessoa, correspondeu-se com ele e, em 1942, organizou e prefaciou uma elogiada antologia poética do autor de «Mensagem», que conheceu sucessivas reedições.
Casais Monteiro exilou-se no Brasil em 1954 «por motivos políticos, mas não apenas por esses», segundo Carlos Leone, que também integra o elenco de participantes no colóquio promovido pela FLUP.
A ida para o Brasil «deveu-se sobretudo a um desejo de liberdade, não só dos poderes de facto em Portugal mas também face aos meios da oposição portuguesa, que percebeu serem pouco apropriados a heterodoxos como ele», defende Carlos Leone.
Casais Monteiro nunca mais voltou a Portugal. Morreu no Brasil, a 24 de Julho de 1972.
«Distinguiu-se, sobretudo, como crítico e ensaísta», sublinha Arnaldo Saraiva. Foi poeta e publicou um único romance, em 1945, intitulado «Adolescentes».
Uma das suas obras mais conhecidas é «Europa» (1946), longo poema lido por António Pedro aos microfones da BBC de Londres ainda durante a segunda grande guerra.
«Europa» mantém uma actualidade desconcertante, como pode verificar-se através dos primeiros versos: «O Europa, sonho futuro! Europa, manhã por vir, fronteiras sem cães de guarda, nações com seu riso franco abertas de par em par! Europa sem misérias arrastando seus andrajos, virás um dia?».
O poeta, crítico e ensaísta Adolfo Casais Monteiro vai ser homenageado com um colóquio na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), a 4 de Julho, dia em que se assinala o centenário do seu nascimento.
O colóquio decorrerá durante todo o dia, com a participação de vários professores universitários, ensaístas e outros estudiosos oriundos do Brasil, Espanha e Itália, além de Portugal.
«Vão ser apresentadas 15 comunicações incidindo sobre várias facetas da obras de Casais Monteiro», disse à Agência Lusa, o professor Arnaldo Saraiva, do Departamento de Estudos Portugueses e Românicos da FLUP, entidade responsável por esta iniciativa.
«A iniciativa assinalará igualmente uma grande figura portuense e também um intelectual digno do seu tempo», sublinha ainda Arnaldo Saraiva.
Os brasileiros Leyla Perrone-Moisés e Maria Aparecida Ribeiro, o espanhol António Sáez Delgado, a italiana Maria Bochicchio e os portugueses Fernando Cabral Martins, Fernando Guimarães, Fernando Martinho, Rui Lage e o próprio Arnaldo Saraiva estão entre os participantes aguardados neste colóquio.
Será prestada também homenagem a Machado de Assis, um dos grandes vultos da literatura brasileira. O pretexto próximo é o centenário da sua morte.
Adolfo Victor Casais Monteiro nasceu no Porto, licenciou-se em Histórico-Filosóficas na antiga Faculdade de Letras local e deu aulas no Liceu Rodrigues de Freitas, na mesma cidade, actividade de que foi afastado por motivos políticos.
Juntou-se ao grupo da conhecida revista literária «Presença», de que foi aliás um dos três directores, com José Régio e João Gaspar Simões. Fez-se amigo de Fernando Pessoa, correspondeu-se com ele e, em 1942, organizou e prefaciou uma elogiada antologia poética do autor de «Mensagem», que conheceu sucessivas reedições.
Casais Monteiro exilou-se no Brasil em 1954 «por motivos políticos, mas não apenas por esses», segundo Carlos Leone, que também integra o elenco de participantes no colóquio promovido pela FLUP.
A ida para o Brasil «deveu-se sobretudo a um desejo de liberdade, não só dos poderes de facto em Portugal mas também face aos meios da oposição portuguesa, que percebeu serem pouco apropriados a heterodoxos como ele», defende Carlos Leone.
Casais Monteiro nunca mais voltou a Portugal. Morreu no Brasil, a 24 de Julho de 1972.
«Distinguiu-se, sobretudo, como crítico e ensaísta», sublinha Arnaldo Saraiva. Foi poeta e publicou um único romance, em 1945, intitulado «Adolescentes».
Uma das suas obras mais conhecidas é «Europa» (1946), longo poema lido por António Pedro aos microfones da BBC de Londres ainda durante a segunda grande guerra.
«Europa» mantém uma actualidade desconcertante, como pode verificar-se através dos primeiros versos: «O Europa, sonho futuro! Europa, manhã por vir, fronteiras sem cães de guarda, nações com seu riso franco abertas de par em par! Europa sem misérias arrastando seus andrajos, virás um dia?».
