AIE recomenda aos países que aumentem a contribuição da cogeração

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Energia: AIE recomenda aos países que aumentem a contribuição da cogeração na produção de electricidade

(Lusa) - A Agência Internacional de Energia (AIE) emitiu, pela primeira vez, uma recomendação aos países no sentido de aumentarem a contribuição da cogeração na produção de electricidade como meio de utilizar melhor os recursos energéticos e reduzir as emissões poluentes.

Num primeiro relatório, publicado este mês, a pedido do grupo dos oito países mais industrializados do mundo (G8), na Cimeira de Heiligendamm, a AIE faz uma análise sobre os benefícios económicos, energéticos e ambientais de um aumento da cogeração.

Num segundo relatório, a publicar em Junho, a AIE vai identificar as melhores práticas e emitirá recomendações sobre as políticas que os países devem adoptar para aumentar a contribuição da cogeração no "mix" energético.

No estudo efectuado nos países do G8, no Brasil, China, Índia, México e África do Sul, a AIE concluiu que a cogeração é uma ferramenta estratégica na redução das emissões de dióxido de carbono (C02) para a atmosfera.

Este relatório da AIE refere que uma politica que incremente a cogeração na produção de electricidade permitirá reduzir em 4 por cento as emissões de C02 em 2015, em cerca de 170 milhões de toneladas por ano, e em 10 por cento em 2013 (950 milhões de toneladas por ano).

Isto significa que face ao cenário actual, se espera que as emissões de C02 para a atmosfera aumentem 55 por cento de 27 gigatoneladas em 2005 para 42 gigatoneladas em 2030.

Num cenário em que sejam adoptadas novas tecnologias mais eficientes, em particular a cogeração, isso permitirá baixar a emissão esperada em 2030 de 42 para 34 gigatoneladas.

Enquanto processo de produção e utilização combinada de calor e electricidade, a cogeração tem uma maior eficiência energética, permitindo menores perdas de energia no processo de produção.

Segundo a AIE, a eficiência global de uma central eléctrica a combustível fóssil é de cerca de 35 a 37 por cento, perdendo-se em calor cerca de dois terços da energia primária utilizada.

Posteriormente, perde-se nas redes de transporte mais 9 por cento da energia, pelo que apenas um terço da electricidade produzida por uma central convencional chega ao consumidor final.

Por todas estas razões, a AIE recomenda que os países aumentem a produção de electricidade através da cogeração.

A AIE considera a cogeração "atractiva" na medida em que permite uma série de benefícios económicos, ambientais e energéticos.

Entre os principais benefícios, a AIE aponta o facto da cogeração produzir energia no local onde é necessária, sem perda de calor, e reduzir a necessidade de investimento nas redes.

A agência estima que com o aumento da cogeração seja possível evitar investimentos no sector energético de 795 mil milhões de dólares nos próximos 20 anos.

O potencial de cogeração está a ser estudado em vários países, nomeadamente em Portugal, e nos países que já concluíram o estudo, como a Alemanha, os dados apontam para a possibilidade de se duplicar a potência actualmente instalada.

Se em Portugal a potência instalada for duplicada, isso significa que passará a representar 22 por cento da electricidade consumida no país, ou seja, 10 terawatts/hora (TWh).

ACF.

Lusa/Fim
 
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