Portal Chamar Táxi

Notícias Aliados de Bolsonaro ocupam o Congresso e impedem sessões em protesto contra prisão domiciliária do ex-presidente

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
54,049
Gostos Recebidos
1,518
Aliados de Bolsonaro ocupam o Congresso e impedem sessões em protesto contra prisão domiciliária do ex-presidente

img_932x621uu2025-07-15-18-01-32-2222932.jpg


Ao amanhecer desta quarta, a ocupação continuava, e não havia previsão se e quando o protesto seria encerrado e o parlamento brasileiro poderia voltar a funcionar.

Senadores e deputados aliados de Jair Bolsonaro ocupam desde esta terça-feira o Congresso Nacional, em Brasília, em protesto pela prisão domiciliária do ex-presidente um dia antes, tomaram conta de todas as cadeiras das mesas directoras do Senado e da Câmara dos Deputados e têm impedido a realização de todas as sessões parlamentares. Ao amanhecer desta quarta, a ocupação continuava, e não havia previsão se e quando o protesto seria encerrado e o parlamento brasileiro poderia voltar a funcionar.

Durante a madrugada desta quarta-feira, dezenas de parlamentares revezaram-se na ocupação das mesas directoras e dos plenários do Congresso, trocando de turno a cada três horas, e mantiveram fechadas à chave as salas das principais comissões parlamentares. Esta terça nenhuma comissão poude reunir-se e nem o Senado nem a Câmara dos Deputados puderam reiniciar os trabalhos após as férias de Julho, e pelo menos os trabalhos da manhã desta quarta também já foram afectados.

Muitos deles com mordaças na boca, simbolizando a proibição imposta a Jair Bolsonaro de dar entrevistas ou usar as redes sociais, os parlamentares que participam no protesto exigem que o juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão do antigo presidente, revogue imediatamente a medida, considerada abusiva por diversos sectores da sociedade e juristas. Além disso, exigem que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, coloquem em votação nas duas casas um projecto que garanta uma amnistia política e irrestrita às quase duas mil pessoas condenadas a pesadas penas de prisão por Moraes pela invasão e depredação a prédios públicos de Brasília em 8 de Janeiro de 2023, muitas delas presas até hoje sem acusação formal individualizada, uma semana após a tomada de posse de Lula da Silva, amnistia que beneficiaria igualmente Jair Bolsonaro.

Nos casos julgados até agora, Moraes tem condenado esmagadoramente a uma pena padrão de 17 anos de cadeia tanto pessoas que invadiram de forma violenta e depredaram o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e o palácio presidencial em protesto contra a eleição de Lula, que consideraram fraudada, quanto pessoas que somente se incorporaram à manifestação inicial, sem nem mesmo saberem ao certo o que era ou no que iria dar. Um caso simbólico é o de uma jovem cabeleireira que vandalizou a estátua da Justiça, em frente ao STF, escrevendo somente uma frase com o seu próprio baton, sem qualquer atitude violenta, e, mesmo assim, foi condenada aos mesmos 17 anos de cadeia.

A maior parte dos parlamentares que participam na ocupação do parlamento desde a manhã desta terça-feira pertence ao Partido Liberal, PL, de que Jair Bolsonaro é o presidente de honra, mas o protesto recebeu o apoio também de senadores e de deputados de outros partidos, todos defendendo a amnistia e o impeachment de Alexandre de Moraes do STF, acusando o polémico juiz de violação de direitos individuais, de direitos humanos, de cercear a liberdade de expressão e de manifestação, de não respeitar os preceitos jurídicos e agir de acordo com a sua própria vontade. Alexandre de Moraes foi alvo na semana passada da Lei Magnitsky, imposta pelos Estados Unidos a estrangeiros, que o proibiu de entrar no país, de usar contas bancárias, cartões de crédito e até emails de instituições que tenham sede ou representação em território norte-americano, em represália por estar a julgar Jair Bolsonaro por presumível tentativa de golpe de Estado, que o próprio Donald Trump considerou uma caça às bruxas e uma perseguição injusta ao antigo governante brasileiro.

Correio da Manhã
 
Topo