Alimentação: Quando engolir é difícil

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Alimentação: Quando engolir é difícil

Ter dificuldade em engolir alimentos pode acontecer a qualquer pessoa em qualquer altura, mas há situações em que pode significar um problema médico mais sério, a necessitar de tratamento. Porque, em casos extremos, pode causar desidratação, malnutrição e até interferir com a respiração.

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Chama-se disfagia à dificuldade em engolir, que, na prática, significa que é preciso mais tempo e mais esforço para que os alimentos e os líquidos façam o percurso da boca até ao estômago. Nalguns casos, pode até nem ser possível engolir.

Qualquer pessoa, em qualquer idade, pode ter dificuldade em engolir, por exemplo, quando se come demasiado depressa ou quando se mastigam mal os alimentos. São situações incómodas, mas passageiras e ocasionais. Contudo, há pessoas que, frequentemente, têm dificuldade em engolir – pode acontecer às pessoas mais idosas ou a pessoas que sofrem de uma doença neurológica ou que foram vítimas de um acidente vascular cerebral.

Engolir parece fácil e automático, mas na verdade é um processo complexo que envolve mais de 30 nervos e músculos. É um processo que decorre por fases, a primeira das quais acontece na boca, com a preparação do bolo alimentar, quer mecanicamente, por acção da língua e dos dentes, quer quimicamente, devido à saliva.

A fase seguinte envolve o transporte dos alimentos assim transformados até à entrada da faringe.

E aqui, antes de mais, implica um movimento da válvula epiglote no sentido de impedir que os alimentos entrem na laringe, situação que poderia causar problemas a nível respiratório. Uma vez ultrapassada esta etapa, os alimentos seguem para o esófago, descendo até ao estômago devido aos denominados movimentos peristálticos.

Em qualquer uma destas fases pode haver interferências. E, dependendo da região do sistema digestivo em que ocorrem as perturbações, emergem os diversos sintomas da disfagia: dor ao engolir, sensação de ficar com a comida “presa” na garganta ou no peito (atrás do esterno), regurgitação (os alimentos regressarem à boca), refluxo (subida dos ácidos do estômago) e azia constante, tosse, produção de “baba”, entre outros.

Se este incómodo acontecer ocasionalmente, não constitui um problema de saúde, mas se for persistente é recomendado que se consulte o médico. É que, nesse caso, há riscos associados: desidratação, malnutrição e mesmo o risco de aspiração de alimentos, se estes não seguirem o “caminho” normal e se invadirem a laringe. Neste último caso, podem desenvolver-se problemas respiratórios ou até infecções, nomeadamente pneumonia.

Perante uma disfagia prolongada será o médico a determinar que exames são necessários para diagnosticar a causa e qual o tratamento mais adequado.

Na hora da refeição

Mas, há algumas medidas que podem ser tomadas de modo a prevenir a dificuldade em deglutir. Para evitar complicações e recuperar o prazer de comer há que ter em atenção diversos aspectos, desde a escolha de alimentos seguros, à sua confecção e ingestão.

É preciso desde logo alterar alguns hábitos alimentares, fazendo refeições com doses mais pequenas e mais frequentes, cortando os alimentos em pedaços menores e ingeri-los devagar, mastigando muito bem. Ou então optar pela alteração da consistência dos alimentos, sendo de recomendar a ingestão de alimentos com textura que facilita a deglutição como os purés. Estes são, aliás, uma das melhores formas de garantir uma refeição adequada, saborosa e equilibrada nutricionalmente, já que os alimentos mais líquidos podem também escorrer e afectar as vias respiratórias, sendo por isso conveniente a adição de um espessante alimentar.

Os líquidos a espessar podem ser variados: os sumos naturais, sopas e caldos, que são ricos em vitaminas e minerais. Para uma correcta hidratação aconselha-se o uso água já espessada e pronta a ser ingerida. Já os iogurtes são opções frescas que contribuem para aliviar a dor provocada pela disfagia.

Pelo contrário, são de evitar alimentos que possam causar azia, tais como aqueles que contenham álcool e cafeína, bem como evitar o tabaco.

Quando a disfagia afecta pessoas acamadas ou confinadas a cadeiras de rodas, outro factor a ter em conta é a postura adequada no momento da refeição, sendo importante adoptar alguns cuidados, nomeadamente sentando-as o mais direitas possível, de modo a facilitar a passagem dos alimentos até ao estômago, ou ainda acções tão simples como virar a cabeça para um ângulo diferente.


Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF
 
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