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Meninos, temos de mudar de casa.
Mudar de casa, porquê?
- Porque esta vai ser demolida.
Mas estávamos aqui tão bem! Foi aqui que nascemos…
<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>E para onde vamos? - pergunta Anita, muito apreensiva.
- Olha, acabo de ler este anúncio no jornal: “Aluga-se apartamento para casal com duas crianças” - diz o Pai.
- Então, já não podemos brincar com o Francisco no jardim, montar uma tenda, subir às árvores…
- Eu e a vossa Mãe procurámos por toda a parte. Não encontrámos nada aqui perto. Não temos outro remédio senão ir para a cidade. E até fico mais perto do meu trabalho. - E também vocês - acrescenta a Mãe - ficam mais perto da escola.
- Um apartamento! – suspira a Anita… - Que vai ser do Pantufa e do Pom-Pom… Se a porteira não aceita animais, temos que nos separar deles…
- Eu vou-me portar bem -
diz o Pantufa. - Não vou uivar durante a noite.
- E eu… - diz o Pom-Pom - não vou miar.
- Está na hora do jantar. Para a mesa, meninos,
para a mesa!
A Anita pensa: “Mudar de casa… isso quer dizer mudar de vizinhos, mudar de amigos na escola…”
- Então, Anita não comes? Estás doente?…
Já sei. É por causa de termos de mudar de casa. Estás preocupada. Mas pensa bem, não vai haver problemas. Vamos levar o Pantufa e o Pom-Pom. E depois, vais ter novos amigos. Amanhã vamos todos visitar o novo apartamento.
Marcaram encontro com o proprietário do apartamento. Enquanto os pais discutiam com ele, a Anita, o Pedro e o Pantufa foram até à varanda.
- Eia! Tão alto! Vê-se daqui toda a cidade.
-Tenho vertigens - diz o Pantufa. - Vocês não têm?
- Lá ao longe, atrás da colina, fica a nossa casa. Daqui não se vê. E muito longe… Afinal, isto aqui é giro, a vista é bonita. Gosto deste apartamento.
Oxalá os pais e o senhorio cheguem a acordo, para virmos para aqui depressa.
O Pai recebeu as chaves do apartamento. - Bravo! Vamos mudar de casa! -Assim a correr não - responde o Pai.
É preciso retocar a pintura, forrar as paredes…
` Francisco veio ajudar os amigos.
- Que estão a fazer com esse metro? - pergunta o Pantufa.
- Estamos a medir o comprimento da parede.
- Para quê?
- Para saber se os móveis cabem
aqui.
- Vou telefonar ao canalizador - diz o Pai. - Temos que reparar uma fuga de água na casa de banho.
O canalizador está de mau humor porque a torneira da banheira se recusa a deixar-se desenroscar. - Bom dia, senhor canalizador. Isto para que serve?
- É para desmontar a torneira.
Desmontar a torneira? O meu dono não vai gostar!
- Este cão… que espertalhão!
O canalizador deixou a porta aberta. Pantufa aproveitou para entrar no elevador.
- É guloso, este cãozinho. Anda perdido, com certeza. - Terá fome?… Olha o teu gelado! Cuidado, Dimitri!…
Vou ver na minha bolsa se tenho um cubo de açúcar.
O elevador pára.
Ouve-se música.
- Donde vem esta música? Vamos ver - diz Pantufa, erguendo as orelhas.
É o músico do quinto andar que toca flauta.
Entra, cachorro, não incomodas… - Põe-te a andar! Põe-te a andar! - repete o papagaio, do alto do poleiro.
Foram escolher um candeeiro para a sala de estar. - Este é giro. Parece uma bola de futebol - diz o Francisco.
- Este lustre veneziano é que ficava bem, não acham? - Mas é muito caro - diz o Pai.
O dono da loja é amigo da família.
- Não é tanto como isso. E posso fazer-lhe um bom desconto.
O lustre é suspenso na sala de estar com toda a precaução. - Deixa-me ver essa túlipa, Anita… Batem à porta.
Quem será?
Não estavam à espera de ninguém. É um corredor ciclista.
- Este cãozinho é vosso? Encontrei-o na garagem quando ia lá deixar a bicicleta.
- Tinha-nos desaparecido sem darmos por isso - diz a Anita. - É um curioso. Mas não admira, é tudo novo para ele.
O apartamento está pronto. Só falta marcar o dia da mudança. Um bom quebra-cabeças! - Por onde vamos começar? pergunta a Mãe. - Quem me ajuda?
- Bem… Como é que vai ser?
- Vamos começar pelo armário.
-Temos de embalar loiças e cristais… Aqui têm palha, jornais, caixas de cartão… Vamos meter tudo aí.
- Cuidado! É frágil!
- Que está aquele pássaro ali a fazer? - pergunta o Pom-Pom.
A Mãe retira os cortinados.
<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Ainda vão servir no apartamento?
- Nem pensar! São muito curtos. Vou dá-los à tia Elisa.
Catrapuz!… Crac… Pom-Pom atirou para
o c’cão o frasco de perfume.
- É preciso apanhar os bocados.
- Vou-me pôr a mexer - diz o Pom-Pom.
Hop! Esconde-se numa gaveta. Ninguém dá por ele.
- Querem arrumar essas fotografias, meninos?
- Onde vamos guardá-las? - Depois as classificam. Agora não há tempo.
A casa está de pernas para o ar.
Já nada está no seu lugar.
Já ninguém sabe o que há-de fazer.
- Socorro!… Este quadro é pesado como chumbo.
Levanta-o mais, Francisco. Não consigo tirá-lo do prego.
- Como vamos transportar este tapete? Vai ser difícil levá-lo…
- E posto de pé? Talvez seja mais fácil. Vamos experimentar. - Não, assim não…
- Esperem, meninos! O Pai já vai ajudar.
O coração da Anita batia com força. Hoje deixa a escola para sempre.
Até à vista, Anita. Para onde vais morar?
- Para os lados da Colina
Azul. Há uma escola perto do nosso apartamento.
- Esperamos- que nos venhas ver de vez em quando - dizem as amigas.
- Claro que venho.
- Mas porque nos deixas? - diz Michu, a colega de carteira da Anita. - Nunca mais te vejo?
- Claro que vês. Prometo voltar.
Chega o dia da mudança.
O Pai e a Mãe andam numa roda-viva.
Anita, Pedro e Francisco
correm para todos os lados.
Os homens da mudança carregam o piano.
É uma manobra difícil.
- Cuidado, meninos, cuidado, saiam debaixo
da plataforma. É perigoso.
- Não se pode levar tudo de uma vez.
- Sim, claro… Vamos lá ver…
Os móveis couberam todos no camião. Afinal, quem o diria?, vai tudo de uma vez. Chegam à nova residência da Anita.
Os homens das mudanças descarregam as mobílias. As crianças reúnem-se no passeio.
- És tu a nova vizinha do quarto andar? Como te chamas? - Anita… E tu?
<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Eu, Dimitri. Moro no quinto andar. O meu irmão é músico. O meu pai é ciclista. O meu cão chama-se México.
- E o meu, Pantufa.
“Miau!… Miau!… ” Não ouvem? Parece um gato a miar.
- Schiu! Parece que vem desta cómoda.
- Ora esta, perdi a chave da gaveta.
Com chaves de parafusos, levantam a tampa do móvel.
Pom-Pom! Que fazias aí?
` -Por isso não te tínhamos visto mais…
- Hoje - diz a Mãe - vou levar-te à nova escola. Vou apresentar-te à directora.
Entram na sala de aulas.
Anita está muda. Todos olham para ela.
Não conhece ninguém. Não sabe onde se vai sentar. Quem será a sua colega de carteira?… Aquela de óculos tem um ar simpático.
- Silêncio, meninos - diz a professora. - Apresento-lhes a Anita, a vossa nova colega.
Anita senta-se ao lado de Cristina.
- Atenção, vamos começar. A redacção de hoje é: CONTA A HISTÓRIA DE UMA MUDANÇA DE CASA. E, cuidado, ninguém copia pelo parceiro do lado. Querem saber o que escreveu a Anita? “Ontem
mudámos de casa. Tive muita pena. Gostava muito de viver no meu bairro. Aqui é tudo diferente. Mas é bom mudar de hábitos e travar novos conhecimentos. Para mim, é uma vida nova
que começa.”
FIM DO LIVRO
Mudar de casa, porquê?
- Porque esta vai ser demolida.
Mas estávamos aqui tão bem! Foi aqui que nascemos…
<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>E para onde vamos? - pergunta Anita, muito apreensiva.
- Olha, acabo de ler este anúncio no jornal: “Aluga-se apartamento para casal com duas crianças” - diz o Pai.
- Então, já não podemos brincar com o Francisco no jardim, montar uma tenda, subir às árvores…
- Eu e a vossa Mãe procurámos por toda a parte. Não encontrámos nada aqui perto. Não temos outro remédio senão ir para a cidade. E até fico mais perto do meu trabalho. - E também vocês - acrescenta a Mãe - ficam mais perto da escola.
- Um apartamento! – suspira a Anita… - Que vai ser do Pantufa e do Pom-Pom… Se a porteira não aceita animais, temos que nos separar deles…
- Eu vou-me portar bem -
diz o Pantufa. - Não vou uivar durante a noite.
- E eu… - diz o Pom-Pom - não vou miar.
- Está na hora do jantar. Para a mesa, meninos,
para a mesa!
A Anita pensa: “Mudar de casa… isso quer dizer mudar de vizinhos, mudar de amigos na escola…”
- Então, Anita não comes? Estás doente?…
Já sei. É por causa de termos de mudar de casa. Estás preocupada. Mas pensa bem, não vai haver problemas. Vamos levar o Pantufa e o Pom-Pom. E depois, vais ter novos amigos. Amanhã vamos todos visitar o novo apartamento.
Marcaram encontro com o proprietário do apartamento. Enquanto os pais discutiam com ele, a Anita, o Pedro e o Pantufa foram até à varanda.
- Eia! Tão alto! Vê-se daqui toda a cidade.
-Tenho vertigens - diz o Pantufa. - Vocês não têm?
- Lá ao longe, atrás da colina, fica a nossa casa. Daqui não se vê. E muito longe… Afinal, isto aqui é giro, a vista é bonita. Gosto deste apartamento.
Oxalá os pais e o senhorio cheguem a acordo, para virmos para aqui depressa.
O Pai recebeu as chaves do apartamento. - Bravo! Vamos mudar de casa! -Assim a correr não - responde o Pai.
É preciso retocar a pintura, forrar as paredes…
` Francisco veio ajudar os amigos.
- Que estão a fazer com esse metro? - pergunta o Pantufa.
- Estamos a medir o comprimento da parede.
- Para quê?
- Para saber se os móveis cabem
aqui.
- Vou telefonar ao canalizador - diz o Pai. - Temos que reparar uma fuga de água na casa de banho.
O canalizador está de mau humor porque a torneira da banheira se recusa a deixar-se desenroscar. - Bom dia, senhor canalizador. Isto para que serve?
- É para desmontar a torneira.
Desmontar a torneira? O meu dono não vai gostar!
- Este cão… que espertalhão!
O canalizador deixou a porta aberta. Pantufa aproveitou para entrar no elevador.
- É guloso, este cãozinho. Anda perdido, com certeza. - Terá fome?… Olha o teu gelado! Cuidado, Dimitri!…
Vou ver na minha bolsa se tenho um cubo de açúcar.
O elevador pára.
Ouve-se música.
- Donde vem esta música? Vamos ver - diz Pantufa, erguendo as orelhas.
É o músico do quinto andar que toca flauta.
Entra, cachorro, não incomodas… - Põe-te a andar! Põe-te a andar! - repete o papagaio, do alto do poleiro.
Foram escolher um candeeiro para a sala de estar. - Este é giro. Parece uma bola de futebol - diz o Francisco.
- Este lustre veneziano é que ficava bem, não acham? - Mas é muito caro - diz o Pai.
O dono da loja é amigo da família.
- Não é tanto como isso. E posso fazer-lhe um bom desconto.
O lustre é suspenso na sala de estar com toda a precaução. - Deixa-me ver essa túlipa, Anita… Batem à porta.
Quem será?
Não estavam à espera de ninguém. É um corredor ciclista.
- Este cãozinho é vosso? Encontrei-o na garagem quando ia lá deixar a bicicleta.
- Tinha-nos desaparecido sem darmos por isso - diz a Anita. - É um curioso. Mas não admira, é tudo novo para ele.
O apartamento está pronto. Só falta marcar o dia da mudança. Um bom quebra-cabeças! - Por onde vamos começar? pergunta a Mãe. - Quem me ajuda?
- Bem… Como é que vai ser?
- Vamos começar pelo armário.
-Temos de embalar loiças e cristais… Aqui têm palha, jornais, caixas de cartão… Vamos meter tudo aí.
- Cuidado! É frágil!
- Que está aquele pássaro ali a fazer? - pergunta o Pom-Pom.
A Mãe retira os cortinados.
<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Ainda vão servir no apartamento?
- Nem pensar! São muito curtos. Vou dá-los à tia Elisa.
Catrapuz!… Crac… Pom-Pom atirou para
o c’cão o frasco de perfume.
- É preciso apanhar os bocados.
- Vou-me pôr a mexer - diz o Pom-Pom.
Hop! Esconde-se numa gaveta. Ninguém dá por ele.
- Querem arrumar essas fotografias, meninos?
- Onde vamos guardá-las? - Depois as classificam. Agora não há tempo.
A casa está de pernas para o ar.
Já nada está no seu lugar.
Já ninguém sabe o que há-de fazer.
- Socorro!… Este quadro é pesado como chumbo.
Levanta-o mais, Francisco. Não consigo tirá-lo do prego.
- Como vamos transportar este tapete? Vai ser difícil levá-lo…
- E posto de pé? Talvez seja mais fácil. Vamos experimentar. - Não, assim não…
- Esperem, meninos! O Pai já vai ajudar.
O coração da Anita batia com força. Hoje deixa a escola para sempre.
Até à vista, Anita. Para onde vais morar?
- Para os lados da Colina
Azul. Há uma escola perto do nosso apartamento.
- Esperamos- que nos venhas ver de vez em quando - dizem as amigas.
- Claro que venho.
- Mas porque nos deixas? - diz Michu, a colega de carteira da Anita. - Nunca mais te vejo?
- Claro que vês. Prometo voltar.
Chega o dia da mudança.
O Pai e a Mãe andam numa roda-viva.
Anita, Pedro e Francisco
correm para todos os lados.
Os homens da mudança carregam o piano.
É uma manobra difícil.
- Cuidado, meninos, cuidado, saiam debaixo
da plataforma. É perigoso.
- Não se pode levar tudo de uma vez.
- Sim, claro… Vamos lá ver…
Os móveis couberam todos no camião. Afinal, quem o diria?, vai tudo de uma vez. Chegam à nova residência da Anita.
Os homens das mudanças descarregam as mobílias. As crianças reúnem-se no passeio.
- És tu a nova vizinha do quarto andar? Como te chamas? - Anita… E tu?
<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Eu, Dimitri. Moro no quinto andar. O meu irmão é músico. O meu pai é ciclista. O meu cão chama-se México.
- E o meu, Pantufa.
“Miau!… Miau!… ” Não ouvem? Parece um gato a miar.
- Schiu! Parece que vem desta cómoda.
- Ora esta, perdi a chave da gaveta.
Com chaves de parafusos, levantam a tampa do móvel.
Pom-Pom! Que fazias aí?
` -Por isso não te tínhamos visto mais…
- Hoje - diz a Mãe - vou levar-te à nova escola. Vou apresentar-te à directora.
Entram na sala de aulas.
Anita está muda. Todos olham para ela.
Não conhece ninguém. Não sabe onde se vai sentar. Quem será a sua colega de carteira?… Aquela de óculos tem um ar simpático.
- Silêncio, meninos - diz a professora. - Apresento-lhes a Anita, a vossa nova colega.
Anita senta-se ao lado de Cristina.
- Atenção, vamos começar. A redacção de hoje é: CONTA A HISTÓRIA DE UMA MUDANÇA DE CASA. E, cuidado, ninguém copia pelo parceiro do lado. Querem saber o que escreveu a Anita? “Ontem
mudámos de casa. Tive muita pena. Gostava muito de viver no meu bairro. Aqui é tudo diferente. Mas é bom mudar de hábitos e travar novos conhecimentos. Para mim, é uma vida nova
que começa.”
FIM DO LIVRO