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Notícias Após queda do poder, al-Assad estuda russo e oftalmologia em Moscovo

Lordelo

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Segundo o jornal britânico The Guardian, que cita várias fontes próximas da família e outra informação entretanto libertada, Bashar al-Assad "obviamente, não precisa do dinheiro", mas a oftalmologia é "a sua paixão" e aspira voltar a praticá-la, depois de a ter interrompido em Londres para suceder em 2000 ao seu pai, Hafez, na liderança da Síria.


Embora al-Assad e a sua família --- a mulher e os três filhos --- tenham chegado a Moscovo há um ano com uma riqueza considerável que lhes permite viver confortavelmente no luxuoso bairro de Rublyovka, não existem contacto com o Presidente russo, Vladimir Putin, que foi seu aliado até ao fim do regime.


Segundo outra fonte do Kremlin, o líder russo não mantém o mínimo interesse em figuras "irrelevantes" como al-Assad, que perderam toda a influência.


Bashar al-Assad e o seu círculo próximo não falam com a imprensa nem dão declarações públicas, supostamente por imposição de Putin, tendo recebido pelo menos um pedido da estação Russia Today e outro de um 'podcast' norte-americano, o que é corroborado pelo embaixador russo no Iraque, Elbrus Kutrashev.


"Ele não tem o direito de participar em atividades políticas ou mediáticas. Ouviu-se alguma coisa dele? Não, porque não tem permissão", disse o diplomata numa entrevista recente.


O jornal britânico refere que a fuga apressada de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro de 2024, primeiro de Damasco, e depois da base russa de Latakia, um bastião da minoria muçulmana alauita, a que pertence, no oeste da Síria, deixou os seus apoiantes a sentirem-se abandonados, o que levou Moscovo a mantê-lo longe dos contactos com altos dirigentes do antigo regime.


Só comunica com algumas pessoas que lhe eram próximas antes de cair do poder, como Mansour Azzam, ex-ministro sírio para assuntos da presidência e Yassar Ibrahim, que era o seu principal aliado económico.


Um amigo de Maher al-Assad, irmão de Bashar, antigo líder da Guarda Republicana e que controlava o negócio da droga sintética captagnon com apoio do regime, referiu que o ex-presidente sírio nem atendia as suas chamadas nos momentos finais do golpe dos rebeldes.


"Maher ligou a Bashar durante dias, mas ele não atendia. Permaneceu no palácio até ao último segundo. Os rebeldes encontraram as brasas do seu cachimbo de água ainda quentes. Foi Maher, e não Bashar, que ajudou os outros a escapar. Bashar só se preocupava consigo próprio".


Apesar disso, Maher al-Assad foi avistado recentemente também em Moscovo, segundo relatos na imprensa internacional.


Um amigo da família descreveu que o antigo presidente sírio tem uma vida "muito tranquila" naquele bairro de elite da capital russa, onde se acredita que resida também o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que fugiu de Kiev em 2014 após a "Revolução da Dignidade" ou Euromaidan, e mantém "pouco ou nenhum contacto" com o exterior.


Embora a Rússia tenha acolhido a família al-Assad após a sua fuga de Damasco, a sua incapacidade para falar russo tornou difícil a sua adaptação e integração na oligarquia russa.


Por esse motivo, procurou uma transferência para os Emirados Árabes Unidos, um país mais familiar e que a mulher e os filhos de Bashar al-Assad visitam frequentemente em turismo.


No entanto, o jornal refere que os Emirados Árabes Unidos informaram al-Assad que "não se sentem confortáveis" em tê-lo como residente permanente, pelo que a mudança poderá nunca acontecer.


Entretanto, os três filhos de Bashar e Asma al-Assad continuaram os seus estudos em universidades russas, e a sua filha, Zein, foi vista a fazer compras em lojas de luxo em Moscovo, bem como na sua formatura universitária, um dos raros eventos públicos a que os seus pais compareceram.


A antiga primeira-dama, nascida na Grã-Bretanha e que lutou durante anos contra uma leucemia, estava a receber tratamento em Moscovo antes da deposição do marido.


O regime sírio caiu em dezembro de 2024 após uma operação relâmpago de uma coligação rebelde liderada pelo grupo de inspiração jihadista Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS).


O golpe terminou mais de cinco décadas de domínio com mão de ferro da dinastia al-Assad e quase 14 anos de guerra civil, que provocaram centenas de milhares de mortos e desaparecidos nas prisões políticas de um país que ficou devastado.


O antigo líder do HTS, Ahmed al-Sharaa, é o atual Presidente de transição, que, apesar do seu passado radical islâmico, tem dirigido uma mensagem interna de reconciliação das minorias sírias e aproximação à comunidade internacional, o que não impediu graves episódios de violência sectária ao longo do último ano.

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