As especificidades do bebé

Luz Divina

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As especificidades do bebé






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Saiba qual a importância de considerar o bebé como uma pessoa única





Bernard Golse, pediatra, pedopsiquiatra e psicanalista, considera que “o bebé em si mesmo é um mundo”. Cabe aos pais ajudar a que o encontro entre o mundo do bebé e o mundo cheio de sensações que ele descobre à nascença seja possível e frutuoso, isto é, temos de ajudar o bebé a construir-se e a tornar-se pessoa.

Para tal precisamos de compreender melhor o seu mundo, para protegê-lo de riscos de uma sociedade capaz de “produzir objetos supérfluos e precários” e de os tornar indivíduos “inúteis e frágeis”, ou, nas palavras de Ilana Novinsky, antropóloga e psicanalista, “indivíduos avulso”, cuja falta de sentido existencial os deixa suscetíveis a ideologias englobalizantes num mundo solitário.


Cuidar e aceitar o bebé


Segundo Maria José Gonçalves, psicanalista e pedopsiquiatra, a capacidade de tolerância da incerteza do bebé depende do grau de sintonia afetiva mãe-bebé e da capacidade de tolerância da mãe. As mães tornam-se especialistas em gerar afetos e em compreender os estados afetivos do seu bebé; em decifrar os diferentes tipos de choro e sinais do bebé; em perceber o seu entusiasmo pelo novo, a sua capacidade de exploração e o seu desejo de descoberta.

O encantamento mútuo mãe?bebé não anula as falhas da mãe, que tem um interior desconhecido para o bebé que ele vai ter de imaginar, nem as do bebé a quem ela vai ter de dar sentido. Ilana Novinsky defende que antes de ser uma ação, o cuidar constitui uma atitude de respeito pelo outro, pela singularidade do bebé. “Cuidar implica tolerar o outro, porque quem não foi tolerado, isto é, aceite e recebido, tem muita dificuldade em tolerar.”


É vital o compromisso e a responsabilidade também dos outros: família, amigos, sociedade, profissionais que podem desempenhar um papel protetor dos pais. Nelson Mandela dizia que “para se educar uma criança é necessário uma aldeia inteira”.


A antropóloga Jean Liedloff, no seu livro The Continuum Concept, propõe a ideia de ser necessário criar uma “tribo”, criando laços de interajuda e apoio mútuo com outras mães e pais no sentido de combater o isolamento a que a nossa sociedade cada vez mais nos remete, e criar os bebés em constante contacto com as mães – ou outro cuidador familiar – enquanto estas estão nas suas vidas, mas atentas e responsivas às necessidades sinalizadas pelos seus bebés.


Acariciar o bebé transmite-lhe amor, segurança e cria uma reciprocidade entre os pais e o bebé, ajudando-os a conhecê-lo melhor do que o que qualquer livro lhe possa dizer.



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