Cerca de 300 animais foram salvos do abate pela ASAE, após uma investigação que ainda decorre. Sete pessoas também foram detidas em São Bartolomeu de Messines.
Para umas ainda foi a tempo, para outras terá sido tarde de mais. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desmantelou no Algarve uma operação de abate clandestino de animais que decorria em Vale Bravo, junto a São Bartolomeu de Messines.
Os criminosos, sete ao todo, foram apanhados em flagrante a abater cabras e ovelhas, de um rebanho que juntava 290 espécimes. A operação foi coordenada directamente por Lisboa, através da Secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (SECSDC) que, em comunicado, faz saber que "foi apreendido diverso material, como facas, afiadores, peles e três viaturas que estavam a ser utilizadas para o transporte de animais", no valor aproximado de 18 mil euros.
Contactada pelo Expresso, fonte da Secretaria de Estado adianta que a carne se destinava ao consumo público mas escusa-se a dar mais pormenores, para não prejudicar a investigação que ainda está no terreno.
Segundo a mesma fonte, os detidos foram presentes ao Tribunal de Silves e deverão enfrentar um julgamento sumário, uma vez que o abate ilegal de animais é um crime público. O rebanho permanece no mesmo local, tendo como fiel depositário o seu proprietário, que é um dos arguidos no processo, mas segundo a SECSDC a saúde dos animais "está salvaguardada".
Falta de matadouro pode potenciar o crime
O único matadouro que existia no Algarve foi fechado após sucessivas inspecções da ASAE, em Julho de 2007, e desde então os produtores de gado algarvios são forçados a deslocar-se a Beja ou Montijo para abater os animais. "O que é certo é que não temos matadouro e isso faz com que as pessoas façam estas asneiras", afirma António Figueiras, presidente da Associação de Criadores de Gado do Algarve (ASCAL).
O director regional da Agricultura contrapõe: "No Norte também há matadouros e há abates clandestinos, talvez possa potenciar mas eu não associo a isso", diz Joaquim Castelão Rodrigues. O responsável admite que existem conversações com duas autarquias, Monchique e Aljezur, para a criação de matadouros locais, "mas de concreto ainda não há nada", refere.
O que é certo para António Figueiras é que são cada vez menos os criadores em actividade, dado que na região as explorações são maioritariamente de pequena dimensão e os custos do transporte são insuportáveis: "Pagamos cerca de 100 euros por cabeça só de transporte e se juntarmos a isso os preços das rações é fácil de perceber por que é que há cada vez mais gente a largar isto", afirma.
Antigamente, com as pequenas carrinhas de caixa aberta que a maioria dos produtores possui ainda, era possível levar três ou quatro animais até ao matadouro local, dado o limite legal de um máximo de 50 quilómetros para o transporte.
Hoje, é necessário fretá-lo. "Temos tentado arranjar apoios das autarquias para arranjar um camião pesado para o transporte, e queríamos também um camião-frigorífico para trazer a carne para o Algarve, mas só temos levado negas", confessa.
"A pessoa não vai levar cinco animais a Beja, senão vai tudo para o transporte!", conclui o presidente da ASCAL
fonte:expresso
Para umas ainda foi a tempo, para outras terá sido tarde de mais. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desmantelou no Algarve uma operação de abate clandestino de animais que decorria em Vale Bravo, junto a São Bartolomeu de Messines.
Os criminosos, sete ao todo, foram apanhados em flagrante a abater cabras e ovelhas, de um rebanho que juntava 290 espécimes. A operação foi coordenada directamente por Lisboa, através da Secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (SECSDC) que, em comunicado, faz saber que "foi apreendido diverso material, como facas, afiadores, peles e três viaturas que estavam a ser utilizadas para o transporte de animais", no valor aproximado de 18 mil euros.
Contactada pelo Expresso, fonte da Secretaria de Estado adianta que a carne se destinava ao consumo público mas escusa-se a dar mais pormenores, para não prejudicar a investigação que ainda está no terreno.
Segundo a mesma fonte, os detidos foram presentes ao Tribunal de Silves e deverão enfrentar um julgamento sumário, uma vez que o abate ilegal de animais é um crime público. O rebanho permanece no mesmo local, tendo como fiel depositário o seu proprietário, que é um dos arguidos no processo, mas segundo a SECSDC a saúde dos animais "está salvaguardada".
Falta de matadouro pode potenciar o crime
O único matadouro que existia no Algarve foi fechado após sucessivas inspecções da ASAE, em Julho de 2007, e desde então os produtores de gado algarvios são forçados a deslocar-se a Beja ou Montijo para abater os animais. "O que é certo é que não temos matadouro e isso faz com que as pessoas façam estas asneiras", afirma António Figueiras, presidente da Associação de Criadores de Gado do Algarve (ASCAL).
O director regional da Agricultura contrapõe: "No Norte também há matadouros e há abates clandestinos, talvez possa potenciar mas eu não associo a isso", diz Joaquim Castelão Rodrigues. O responsável admite que existem conversações com duas autarquias, Monchique e Aljezur, para a criação de matadouros locais, "mas de concreto ainda não há nada", refere.
O que é certo para António Figueiras é que são cada vez menos os criadores em actividade, dado que na região as explorações são maioritariamente de pequena dimensão e os custos do transporte são insuportáveis: "Pagamos cerca de 100 euros por cabeça só de transporte e se juntarmos a isso os preços das rações é fácil de perceber por que é que há cada vez mais gente a largar isto", afirma.
Antigamente, com as pequenas carrinhas de caixa aberta que a maioria dos produtores possui ainda, era possível levar três ou quatro animais até ao matadouro local, dado o limite legal de um máximo de 50 quilómetros para o transporte.
Hoje, é necessário fretá-lo. "Temos tentado arranjar apoios das autarquias para arranjar um camião pesado para o transporte, e queríamos também um camião-frigorífico para trazer a carne para o Algarve, mas só temos levado negas", confessa.
"A pessoa não vai levar cinco animais a Beja, senão vai tudo para o transporte!", conclui o presidente da ASCAL
fonte:expresso