Automóveis a meio caminho para o futuro

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Automóveis a meio caminho para o futuro

Pioneira. A Honda arrancou com a produção comercial do primeiro veículo movido a hidrogénio. A actriz norte- -americana Jamie Lee Curtis está na lista de compradores

Indústria. Grandes marcas aceleram novas tecnologias

Pouca autonomia e falta de rede de abastecimento são o grande problema

A escalada do preço do petróleo e a crescente consciência ambiental dos consumidores obrigaram a indústria automóvel a procurar alternativas ao gasóleo e à gasolina. O calcanhar de Aquiles das novas tecnologias foi, até agora, a fraca autonomia dos veículos movidos com motores eléctricos e a hidrogénio, que tem inibido os fabricantes de avançarem para a produção em série dos modelos. Mas o mercado está a dar um novo salto tecnológico, com os construtores japoneses na linha da frente - na semana passada, a Honda anunciou a produção em série de um veículo movido a hidrogénio, que apenas emitirá vapor de água para a atmosfera. Ou seja, com zero emissões.

O construtor japonês está já a produzir o FCX Clarity desde a semana passada e prevê o seu lançamento no mercado no início de Julho. Para já, os objectivos de produção são de apenas 200 veículos nos próximos três anos, dada a necessidade de criar primeiro uma rede de postos de abastecimento. Apesar destas dificuldades, há já uma lista d espera, onde consta o nome da actriz norte- -americana Jamie Lee Curtis.

Problemas de abastecimento é coisa que não afecta o novo modelo que a Toyota apresentou recentemente: é 100% eléctrico e pode ser recarregado numa ficha eléctrica convencional.

E chegam também notícias de que a Nissan se prepara para apresentar um protótipo baseado no seu modelo X-Trail com motor "diesel limpo" durante a cimeira do G8, que terá lugar no Japão nos dias 7 e 9 de Julho.

A Renault também não quer ficar para trás nesta corrida ecológica. O construtor francês apresentou também um protótipo movido a hidrogénio, baseado no seu modelo Scénic.

'Small is beautiful'

Os gigantes norte-americanos também não têm ficado de braços cruzados. A General Motors (GM) há vários anos que desenvolve alternativas ao gasóleo e à gasolina, e tem em testes de circulação vários modelos movidos a electricidade (E-Flex) e a hidrogénio. Segundo o fabricante, a opção pelo hidrogénio é mais segura, porque oferece a vantagem de poder ser produzido a partir de praticamente todas as fontes de energia, incluindo as renováveis: hidráulica, eólica, biomassa, solar, geotérmica, etc. A construtora norte-americana considera mesmo que "não há melhor escolha". Para a GM a falta de infra-estruturas de abastecimento não é competência da indústria, mas sim dos governos e das empresa de energia, que "devem acelerar a evolução de uma rede de abastecimento ".

Mas paralelamente ao desenvolvimento de novas tecnologias, os fabricantes de automóveis dos EUA estão a optar por uma outra estratégia comercial mais imediata - cortar na produção dos "tradicionais" carros grandes e muito potentes, dando primazia a carros mais pequenos.

"Temos de adaptar-nos ao mercado. Com a crise económica e a escalada do petróleo, os consumidores deixaram de comprar carros pouco económicos. As vendas dos tradicionais veículos americanos - as carrinhas de caixa e SUV - atingiram os níveis baixos das últimas décadas", explica Alan Mulally, presidente da Ford. Enquanto não chega o futuro, "vamos ter de focar a nossa produção em veículos mais pequenos e mais eficientes em termos de consumo".|


LEONOR MATIAS
DN Online
 
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