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Aves de Portugal - Águia-calçada

billshcot

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Nov 10, 2010
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Águia-calçada - Aquila pennata *


O facto mais curioso acerca da águia-calçada é a existência de duas fases – uma clara e outra escura. Esta pequena águia nidifica em árvores e raramente pousa à vista, sendo mais fácil de observar em voo

Identificação
É uma rapina de médias dimensões, que se caracteriza pela sua cauda quadrada e pelas patas emplumadas. Os indivíduos de fase clara são fáceis de identificar: a plumagem é preta e branca, conferindo um forte contraste nas partes inferiores, o que torna estas aves distinguíveis à distância. Já no caso das aves de fase escura, totalmente castanhas, as probabilidades de confusão são maiores, nomeadamente com o milhafre-preto (que se distingue pela cauda bifurcada) ou com as fêmeas de tartaranhão-ruivo-dos-pauis (que têm geralmente a cabeça beige). Neste caso, as águias-calçadas distinguem-se pelas “luzes de aterragem” (dois pequenos pontos brancos voltados para a frente de ambos os lados do pescoço)

Abundância e calendário
A águia-calçada é uma espécie estival que pode ser vista em Portugal principalmente de Março a Setembro. Distribui-se de norte a sul do país e, sendo uma ave florestal, ocorre principalmente neste tipo de habitat, com preferência pelas manchas mais extensas de sobro e azinho. É assim bastante frequente no Alentejo, no Ribatejo e na Beira interior, ocorrendo igualmente, mas em menor número, no no nordeste transmontano. Quando em
migração, surge com alguma regularidade junto à costa, nomeadamente no Algarve.

Onde observar

Na Primavera, a águia calçada pode ser vista com relativa facilidade um pouco por todo o país.

Entre Douro e Minho – pouco comum na região.

Trás-os-Montes – pode ser vista na zona de Miranda do Douro e no Baixo Sabor.

Litoral centro – pouco comum na região.

Beira interior – pode ser vista principalmente nas zonas raianas da Beira Baixa (Tejo Internacional e campina de Idanha) e da Beira Alta (albufeira de Santa Maria de Aguiar, Vilar Formoso e Sabugal), mas também ocorre na albufeira da Marateca, nas serras da Gardunha e da Estrela e em Celorico da Beira.

Lisboa e Vale do Tejo – na região de Lisboa, o melhor local para ver esta águia é o estuário do Tejo, mas a espécie ocorre ao longo do vale do Sorraia até Coruche, no Escaroupim e mais para norte, na zona de Tomar. Também tem sido observada na lagoa
de Óbidos, particularmente durante o Inverno.

Alentejo – é a região onde a espécie é mais comum e, portanto, mais fácil de observar. No Alto Alentejo pode ser vista na zona da barragem de Montargil, em Cabeção, Arraiolos e nas zonas de Évora e Elvas. Ocorre igualmente no Baixo Alentejo, particularmente no
estuário do Sado e na região de Barrancos. Durante o Inverno surge no estuário do Sado e na lagoa de Santo André.

Algarve – rara como nidificante, ocorre sobretudo nas épocas de migração; durante a passagem outonal, o melhor local para ver esta espécie é, sem dúvida, a zona do cabo de São Vicente, principalmente quando os ventos sopram de leste, formando-se então concentrações de algumas dezenas ou mesmo centenas de aves.

* - Nota taxonómica - em muitos guias de campo esta espécie surge com o nome Aquila pennata. A alteração de género para Aquila decorre das recomendações emitidas pela AERC . É de referir que nem todas as autoridades consideram esta alteração de nome.
 
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