Barragem de Almourol não ultrapassará a cota dos 23 metros

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Barragem de Almourol não ultrapassará a cota dos 23 metros

O presidente da Assembleia Municipal de Abrantes afirmou hoje de madrugada estar “assumida pelo Governo” a decisão de que o caderno de encargos da barragem de Almourol será lançado a uma cota que não ultrapassará a actualmente existente”, de 23 metros.

Jorge Lacão, que é também secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, disse que, “baseado nesta premissa”, o projecto de construção da barragem “só avançará se os investidores entenderem que lhes trará vantagens financeiras”.

A questão foi levantada durante a madrugada de hoje em Assembleia Municipal pelo presidente da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, que, a par dos responsáveis das freguesias ribeirinhas de Rossio ao Sul do Tejo e de S. João, se mostraram “cada vez mais preocupados” com os impactos da possível construção desta barragem no Tejo.

“O processo parece ser irreversível e ainda este mês vai ser lançado o concurso de construção desta barragem, pelo que queria saber o que vai acontecer às populações ribeirinhas se se mantiverem as cotas anunciadas de 29 a 31 metros”, questionou Rui André.

Em resposta, o presidente da Câmara de Abrantes afirmou que “efectivamente” o concurso de construção da barragem vai ser lançado este mês, embora assegurando que “todas as preocupações vão ser acauteladas”.

Viabilidade económica vê-se depois

“Não temos uma posição ideológica contra as barragens, o que nos interessa em primeiro lugar é preservar a qualidade de vida das populações e isso, posso afirmar, vai ser acautelado”.

Para respeitar o investimento efectuado na construção do açude insuflável no Tejo, a barragem não poderia ultrapassar a cota 19, sendo que, para não ultrapassar a cota do actual espelho de água, as configurações técnicas não poderão exceder a cota de 23 metros.

Nélson de Carvalho não especificou a que cota o concurso da barragem vai ser lançado, afirmando apenas que “vai ser inferior às anunciadas cotas 29 a 31”.

Segundo disse à Lusa Jorge Lacão, nas configurações técnicas a barragem “será colocada a uma cota que respeite aquilo que é a cota resultante da construção do açude insuflável no rio Tejo e todas as infraestruturas ribeirinhas de qualificação que entretanto foram concretizadas”.

“Veremos depois, no desenvolvimento desse processo de concurso, se há condições de viabilidade económica para a concretização deste projecto”, concluiu.

Faltam estudos de impacto ambiental

O ministro do Ambiente, Nunes Correia, anunciou a 1 de Abril que os concursos para a construção das barragens de Pinhosão e Girabolhos vão ser lançados em meados de Abril e os das barragens de Fridão, Alvito e Almourol no final do mês.

As cinco barragens, que fazem parte do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH), vão ser adjudicadas até ao final do ano e representam um investimento entre os 700 e os 800 milhões de euros.

Questionado na ocasião sobre a possibilidade de alguma das barragens não ser construída, o Ministro do Ambiente, Nunes Correia frisou que tal “seria absolutamente improvável”, embora tenha admitido que “só no fim do estudo detalhado de impacto ambiental é que é confirmada a construção de cada uma delas”.

Segundo o Governo, os investimentos das barragens constituem “uma importante alavanca para Portugal”, sendo nomeadamente uma “valia económica e social”, permitindo a criação de empregos, o aumento do PIB e o desenvolvimento regional.

O Plano Nacional de Barragens vai implicar, segundo o ministro do Ambiente, um investimento total entre 1000 e 2000 milhões de euros e aumentar a capacidade hídrica instalada no país em mais 1100 megawatts (MW).

Lusa
 
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