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Batman: Arkham City

eta_frost

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Set 14, 2011
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O mundo é um manicómio.

Jogando o excelente Arkham Asylum, uma ligeiríssima mágoa terá sido inevitável. Sim, o jogo honrava os setenta e dois anos de história da personagem principal e forçava Batman a superar as maquinações pérfidas de Joker dentro do Asilo de Arkham. Sim, roçava a perfeição. Mas bastava captar um vislumbre da cidade de Gotham ao longe e... lá vinha o suspiro. E se o cavaleiro das trevas pudesse mover-se livremente pela sua sinistra Gotham City, em vez de estar preso entre as paredes do asilo? Com Arkham City, a Rocksteady não satisfaz esta aspiração, mas aproxima-se dela com passos arrojados.

De forma nada surpreendente, a derrota de Joker no jogo anterior não tornou Gotham um sítio simpático para se viver. Apropriando-se do mérito do triunfo, o diretor do asilo consegue tornar-se mayor e resolve lidar com a criminalidade de forma drástica. Uma parte da cidade é muralhada e todos os residentes do Asilo de Arkham e da Penitenciária de Blackgate são libertados no interior, criando uma cidade à parte onde o crime impera e onde fações rivais se digladiam pelo poder. Na introdução ao jogo, vemos o milionário Bruce Wayne manifestando-se ativamente contra a colónia penal de Arkham City, o que lhe vale ser também lançado para o interior desta, ficando rodeado pelos psicopatas que o seu alter-ego noturno capturou.

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Partindo deste ponto de partida, não mudou grande coisa na forma de jogar, além do cenário mais extenso e francamente impressionante. O combate mantém-se simples e prático. Um botão para golpear, um botão para contrapor golpes, um botão para atordoar com um girar da capa e outro para saltos e manobras evasivas. Poderá parecer demasiado fácil, mas não é. É verdade que o mesmo botão executa aleatoriamente qualquer um dos inúmeros golpes de que Batman é capaz, mas enfrentar ao mesmo tempo uma vintena de capangas sanguinários complica as coisas e, no meio de todo o frenesim, nem sempre é simples pressionar o botão certo no momento certo. Houve uma opção clara pelo timing em detrimento da complexidade de sequências de botões, mas a aposta foi ganha. De qualquer forma, os combos permitem apimentar um pouco mais a ação, além da possibilidade de usar os batgadgets.

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Como genial estratega que é, Batman sabe que nem sempre o confronto físico aberto é a melhor opção. Quando enfrenta oponentes armados, é altura de seguir por um caminho diferente, usando as sombras e os elementos arquitetónicos em seu favor para neutralizar os inimigos um por um. Estes momentos de ação furtiva concentram-se sobretudo em grandes salas fechadas e processam-se seguindo sempre a mesma fórmula, variando o cenário, o número de inimigos e o seu equipamento. No entanto, a repetição nunca se torna monótona e os momentos furtivos constituem-se como alguns dos mais memoráveis de todo o jogo.

Além do confronto aberto ou dissimulado, Arkham City não seria uma continuação digna de Arkham Asylum sem aplicação frequente e apetecível dos dotes de detetive do herói. Procura e análise de provas, bem como rastos a seguir são mais que suficientes para satisfazer instintos de Sherlock Holmes e proporcionam um descanso meritório dos momentos mais físicos. Mas isto só se aplicará, claro, quando um rasto não conduz Batman direito a uma viela escura povoada por indesejáveis armados com tacos de basebol ou pior.

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Porque seria desperdício um jogo conseguir construir um ambiente tão apelativo e prender a ação a uma única sequência narrativa, a Rocksteady carregou as ruas de Gotham com missões secundárias e esmerou-se muito em algumas como, por exemplo, na corrida contra o tempo para atender telefones espalhados pela cidade e evitar que o perturbador Mr. Zsasz assassine mais uma vítima. Regressam também os desafios de Riddler, revistos e aprimorados. Desta vez, não se trata apenas de procurar pontos de interrogação verdes em locais recônditos e alguns implicam solucionar o enigma do mecanismo ocasionalmente letal concebido pela mente retorcida do vilão.

O enorme panteão da DC Comics volta a estar bem representado em Arkham City e ainda mais que em Arkham Asylum. Se, no primeiro jogo, a maioria dos vilões estava presente apenas em espírito, com celas preenchidas pelos elementos necessários à sua identificação pelos jogadores mais atentos e conhecedores do universo de Batman, na sequela, personagens como o Pinguim, Two-Face, Mr. Freeze, Bane ou Ra's al Ghul desempenham papéis preponderantes e estão impecavelmente caraterizados pelos atores que lhes emprestam a voz. Junta-se a um elenco de respeito o regresso de Kevin Conroy como Batman e, dando vida a Joker, que cede a primazia como vilão a Hugo Strange, uma genial interpretação de Mark Hamill (sim, esse Mark Hamill).

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Além de personagens disponíveis em futuros pacotes para descarga (como Robin ou Nightwing), o jogo inclui um código que permite ativar Catwoman como personagem jogável. Ao contrário de Robin e Nightwing, Catwoman não será utilizável apenas nos challenge maps, mas em momentos definidos na narrativa (recomendando-se a instalação do conteúdo antes de iniciar a história principal). Apesar de estes episódios serem escassos e breves, a jogabilidade com Catwoman é suficientemente distinta para merecer o esforço.

Com a transição dos super-heróis das páginas da banda desenhada de origem para outros meios a correr mal com tanta frequência, Arkham City volta a fazer o que já Arkham Asylum tinha feito, pegando em tudo o que o primeiro jogo tinha de bom e indo mais além. Mais Batman que isto, só começando a fazer patrulhas noturnas reais sobre os telhados.

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Pontuação GameOver 94


@ Renato Carreira
Gameover
 
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