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Bertold Brecht

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Brecht nasceu antes da virada do século, no dia 10 de fevereiro de 1898. Como ele mesmo disse viveu em tempos negros: viu a 1a Grande Guerra, viu a Revolução ser massacrada na Alemanha e seus líderes serem barbaramente assassinados, assim como milhares de operários e também as lideranças sindicais.

Viu a fome nos anos 20, viu a ascensão de Hitler, viu a perseguição de perto. Em 1933 viu o incêndio do Parlamento Alemão - o Reichstag - e compreende que tinha chegado uma nova era.. Sabia que os próprios nazistas tinham colocado fogo no parlamento e colocado a culpa nos comunistas. As perseguições iam aumentar. Era hora de fugir.

A partir daí fugiu de país em país, sempre com a mala em cima do armário, sabendo sempre que não era bem vindo. Finalmente nos Estados Unidos sentiu na carne o que era a Caça às Bruxas. O anti-comunismo estava mais forte do que nunca no país que se dizia a terra da liberdade.

A pesar de todas as perseguições - ou talvez justamente por elas - Brecht nunca parou de escrever. Escreveu de tudo: poesia, teatro, ensaios, roteiros de cinema. Mas apesar da sua produção ser enorme tinha grandes dificuldades para sobreviver: dinheiro curto, dificuldades com a língua ( por causa das sucessivas mudanças de país), e, sobretudo o constante rótulo - comunista.

Depois do fim da guerra volta para sua Alemanha, mas sabe que ela não era mais a mesma: eram os tempos das duas Alemanhas. Num curto período de tempo finalmente Brecht teve o seu teatro e o seu coletivo de trabalho: o Berliner Ensemble. Instalado no mesmo teatro que em 1928, antes da sua fuga, fez um enorme sucesso com a Ópera dos Três Vinténs, é com essa companhia que finalmente vai poder colocar em prática o seu trabalho. Em 1954 o Berliner Ensemble faz a sua primeira grande viagem pela Europa, e a partir daí o nome do Sr. Bertolt Brecht passará a ser um dos nomes mais importantes para o teatro no século vinte.

Discutido, criticado, atacado, perseguido. Entretanto uma coisa é certa: Brecht lutou durante toda a sua vida pelos oprimidos. Claramente assumiu posições de esquerda e procurou colocar a luta de classes no palco. Nunca de forma dogmática. Sempre buscando a dúvida dialética. Por isso para incontáveis teatreiros do mundo inteiro ele não é Bertolt Brecht, mas sim o nosso companheiro de trabalho Brecht, ou b.b. como ele se assinava sempre em letras minúsculas. Um conpanheiro de luta, uma luta longa e difícil, que só terá fim quando não mais existirem classes socias diferentes. Morre aos 58 anos no dia 14 de agosto de 1956.



Abraço
 
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