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Biomedicina: Prémio europeu atribuído a cientista portuguesa

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Biomedicina: Prémio europeu atribuído a cientista portuguesa dará "empurrão" à investigação nacional
11h28m

Lisboa, 30 Jul (Lusa) - O prémio atribuído terça-feira a Mónica Bettencourt Dias pela Organização Europeia de Biologia Molecular dará "um empurrão" e prestígio à investigação que desenvolve no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), disse hoje a cientista à agência Lusa.

A investigadora, que em Outubro de 2006 iniciou o seu Laboratório de Regulação do Ciclo Celular no IGC, receberá uma "bolsa de instalação" de 50.000 euros anuais durante três anos, prolongável a cinco, para estudar a formação do centrosoma, uma estrutura das células que ajuda a regular a sua multiplicação.

A compreensão dessa estrutura pode abrir caminho a novos marcadores de diagnóstico e prognóstico em casos de cancro, bem como a novos alvos terapêuticos.

A bolsa contribuirá também para a fixação da equipa da investigadora no IGC.

"Ter um destes prémios é realmente uma grande vantagem, um empurrão, para os laboratórios que estão a começar", afirmou.

"É também uma vantagem para Portugal, pois significa mais nomes associados ao programa da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) para jovens investigadores, temos poucos, e portanto mais poder de decisão para Portugal", acrescentou.

O prémio, atribuído por concurso e por um júri internacional, destina-se a apoiar países onde a Biomedicina precise de um empurrão e de condições para contratar investigadores novos de topo, explicou a cientista.

A bolsa consiste numa parceria com instituições locais, neste caso entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e o IGC, cabendo àquela atribuir 150.000 euros durante três anos (50.000 euros por ano, prolongável a cinco).

Inclui ainda uma série de regalias atribuídas e pagas pela EMBO, como seminários, cursos e estadias pagos noutros laboratórios, convites para conferências e artigos, e apoio a colaborações com outros investigadores da rede.

"Se queremos que os melhores possam começar os seus laboratórios em Portugal e afirmar-se entre os melhores cientistas da Europa, temos que lhes dar condições", considerou.

Na sua óptica, isso "não só irá prestigiar o nome de Portugal no plano da ciência, como irá atrair mais investimento".

Mónica Bettencourt Dias espera que sejam atribuídas mais bolsas a portugueses no futuro, "até porque os laboratórios a serem estabelecidos ficaram muito bem posicionados no concurso europeu".

Porém, como no final são as instituições portuguesas que decidem o número final de bolsas, já que são elas que dão o dinheiro, a investigadora manifestou a esperança de que se possam convencer mais instituições portuguesas a participar no futuro.

Além desta investigadora, já tinha este ano sido distinguido com uma bolsa deste tipo o português Henrique Veiga Fernandes, que trocou o National Institute of Medical Research, de Londres, pelo Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, onde estuda o desenvolvimento dos linfócitos.

Mónica Bettencourt Dias é licenciada em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e regressou em 2006 de Inglaterra, onde se doutorou em Biologia Celular no University College London.


CM

Lusa/fim
 
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