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Brasil chama embaixador na Argentina para consultas em meio a tensão entre os dois países
Desde a eleição de Javier Milei como novo presidente da Argentina, as relações entre as duas maiores economias da América do Sul têm vindo a deteriorar-se
No meio de uma crescente tensão diplomática entre os dois países, o governo do Brasil chamou para consultas em Brasília o embaixador do país na Argentina, Júlio Bitelli. De acordo com o Itamaraty, o Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro, não se trata de um protesto formal contra a Argentina, como a convocação de um embaixador para consultas geralmente é encarada, mas sim da necessidade de o Brasil entender melhor a situação vivida neste momento com o país vizinho.
Desde a eleição do radical de extrema-direita Javier Milei como novo presidente da Argentina, em dezembro passado, as relações entre as duas maiores economias da América do Sul têm vindo a deteriorar-se mês a mês. Depois de na campanha eleitoral que o levou à presidência da Argentina Milei ter chamado Lula de "ladrão", de "corrupto" e de "comunista", e de ter convidado para a sua tomada de posse o antigo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e não o atual, Lula da Silva, as relações entre os dois gigantes regionais ficaram bastante estremecidas, e isso está a refletir-se em inúmeras outras áreas além da diplomática.
No início deste mês, Milei voltou a desferir ataques pessoais a Lula poucos dias antes de participar na cidade brasileira de Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina, na cimeira da extrema-direita latino-americana promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro. Esperava-se que o argentino aproveitasse a reunião de radicais para desferir novos e talvez mais violentos ataques ao presidente do Brasil, mas, talvez por estar em território brasileiro, Milei conteve-se.
Mas a presença dele no Brasil no dia 7 para participar na cimeira conservadora acabou por ser mais um foco de tensão entre os dois países, pois Milei simplesmente ignorou as autoridades do Brasil nessa curta estada no país. Pior que isso para a diplomacia brasileira, é que, para participar no encontro de extremistas de direita, Javier Milei faltou à cimeira de chefes de Estado do Mercosul, o bloco político e económico da América do Sul, que se realizou dias 7 e 8 num outro país com fronteiras comuns à Argentina e ao Brasil, o Paraguai.
Javier Milei sempre se disse contrário à participação no Mercosul da Argentina, incluída no bloco semanas antes da eleição do argentino por pressão de Lula da Silva para tentar ajudar o então presidente da Argentina e candidato à reeleição Alberto Fernandez, seu amigo, e já ameaçou diversas vezes retirar o seu país da entidade. Até agora não o fez, mas, em contrapartida, e isso tem irritado fortemente Lula da Silva, que actualmente preside o bloco, tem impedido a adopção pelo Mercosul de medidas de incentivos sociais e defesa dos direitos humanos propostas pelo brasileiro.
Correio da Manhã
Desde a eleição de Javier Milei como novo presidente da Argentina, as relações entre as duas maiores economias da América do Sul têm vindo a deteriorar-se
No meio de uma crescente tensão diplomática entre os dois países, o governo do Brasil chamou para consultas em Brasília o embaixador do país na Argentina, Júlio Bitelli. De acordo com o Itamaraty, o Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro, não se trata de um protesto formal contra a Argentina, como a convocação de um embaixador para consultas geralmente é encarada, mas sim da necessidade de o Brasil entender melhor a situação vivida neste momento com o país vizinho.
Desde a eleição do radical de extrema-direita Javier Milei como novo presidente da Argentina, em dezembro passado, as relações entre as duas maiores economias da América do Sul têm vindo a deteriorar-se mês a mês. Depois de na campanha eleitoral que o levou à presidência da Argentina Milei ter chamado Lula de "ladrão", de "corrupto" e de "comunista", e de ter convidado para a sua tomada de posse o antigo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e não o atual, Lula da Silva, as relações entre os dois gigantes regionais ficaram bastante estremecidas, e isso está a refletir-se em inúmeras outras áreas além da diplomática.
No início deste mês, Milei voltou a desferir ataques pessoais a Lula poucos dias antes de participar na cidade brasileira de Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina, na cimeira da extrema-direita latino-americana promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro. Esperava-se que o argentino aproveitasse a reunião de radicais para desferir novos e talvez mais violentos ataques ao presidente do Brasil, mas, talvez por estar em território brasileiro, Milei conteve-se.
Mas a presença dele no Brasil no dia 7 para participar na cimeira conservadora acabou por ser mais um foco de tensão entre os dois países, pois Milei simplesmente ignorou as autoridades do Brasil nessa curta estada no país. Pior que isso para a diplomacia brasileira, é que, para participar no encontro de extremistas de direita, Javier Milei faltou à cimeira de chefes de Estado do Mercosul, o bloco político e económico da América do Sul, que se realizou dias 7 e 8 num outro país com fronteiras comuns à Argentina e ao Brasil, o Paraguai.
Javier Milei sempre se disse contrário à participação no Mercosul da Argentina, incluída no bloco semanas antes da eleição do argentino por pressão de Lula da Silva para tentar ajudar o então presidente da Argentina e candidato à reeleição Alberto Fernandez, seu amigo, e já ameaçou diversas vezes retirar o seu país da entidade. Até agora não o fez, mas, em contrapartida, e isso tem irritado fortemente Lula da Silva, que actualmente preside o bloco, tem impedido a adopção pelo Mercosul de medidas de incentivos sociais e defesa dos direitos humanos propostas pelo brasileiro.
Correio da Manhã