Câmara de Tavira vai construir edifício híbrido

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Câmara de Tavira vai construir edifício híbrido

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Edifício solar em Tavira

Materiais e soluções que se adaptam às estações do ano e à intensidade solar são inovações que integram o projecto para as novas instalações da Divisão de Ambiente da autarquia. Linhas modernas e vista sobre a Ria Formosa prometem dar que falar.


Já imaginou um edifício fresco no Verão e confortável no Inverno? Janelas que se adaptam à intensidade solar? Uma climatização natural?

Esta realidade está longe de muitas casas algarvias, mas foi a pensar nos bons exemplos que a Câmara de Tavira decidiu avançar com a construção de um «edifício solar».

O projecto vai acolher os departamentos de Ambiente, Energia e Transportes da autarquia – actualmente dispersos nos Paços do Concelho – e terá vista sobre a Ria Formosa, à entrada da cidade, no espaço hoje ocupado pelos estaleiros municipais.

Assinado por Pedro Resende Leão, do ateliê Sona, o futuro edifício «trabalhará com o entendimento do percurso solar», segundo a orientação Este-Oeste e «de acordo com os solstícios de Verão e de Inverno».

Por estas razões, o arquitecto pretende que o imóvel seja um marco na arquitectura pública da cidade e, apesar de a volumetria não exceder os 600 metros quadrados, o desafio será erguer «um edifício exemplar».

Segundo o presidente da Câmara de Tavira Macário Correia, o projecto deverá ser autónomo em termos de climatização. Tudo, de acordo com o princípio «mínimo consumo de energia, máxima auto-sustentabilidade».

Em carteira está inclusivamente a microgeração de energia eléctrica com recurso a soluções fotovoltaicas e eólicas, o que tornará o imóvel apto a acolher o futuro Centro Interpretativo das Energias Renováveis.

Para conseguir tal objectivo, está pensada a instalação de uma chaminé solar no topo do edifício, o que contribuirá para regular a climatização, recorrendo a materiais que contribuam para a absorção de calor, posteriormente introduzido no sistema de ar condicionado.

Mas há mais: a pensar nos meses quentes, o sistema terá a versatilidade de contribuir para uma ventilação natural forçada, garantindo a circulação do ar nas áreas públicas.

Quanto ao excesso de sol da fachada Sul, com vistas privilegiadas sobre o mar e a Ria Formosa, a solução passa pela colocação de sistemas verticais de sombreamento fixos. Uma ideia que o autor do projecto admite ter sido «inspirada» na imagem do código de barras.

Porque não há inovação sem tecnologia, as futuras instalações autárquicas vão ser auxiliadas por um sistema de monitorização contínuo que medirá todos os consumos e contabilizará a quantidade de energia solar aproveitada em cada momento do dia.

Quanto a prazos, Macário Correia disse ao «barlavento» que o estudo prévio já está concluído, pelo que o projecto deverá ser aprovado «muito brevemente». O arranque da obra terá lugar ainda este ano.


12 de Junho de 2008 | 01:17
Filipe Antunes
 
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