- Entrou
- Set 23, 2006
- Mensagens
- 8,875
- Gostos Recebidos
- 23
Família – Das Ternstremiáceas. Planta cotiledónea vivaz
Origem – China e Japão
Etimologia – De Camelli ou Kamel, jesuíta que trouxe à Europa, em 1739, esta planta
Símbolo – Amor crescente
Descrição – Arbustos verdes, de folhas alternas, pecioladas lustrosas e inteiras. Flores brancas, rosadas ou purpúreas e dispostas em inflorescência terminal e axilar. O cálice, despido de brácteas; a corola de cinco ou seis pétalas em prefloração entugada.
Estames numerosos, dispostos em várias séries e mais ou menos aderidos à base. Filamentos lisos e anteras biloculares.
Terra – Deve ter-se o cuidado de escolher, para a plantação deste delicado arbusto, terra forte, leve e misturada com terra vegetal de pinheiro.
Reprodução – Faz-se por semente, estaca e mergulhia, não criando todavia raízes senão ao fim de dois anos.
Sementeira – Não é pela semente que está mais em voga nos países meridionais, a multiplicação do arbusto. Só se semeia a camélia na esperança de obter variedades novas, o quer muitas vezes se consegue. A estaca, o mergulho e a enxertia são os meios de propagação mais usados. Semeiam-se os grãos da camélia em terra de urze, que deve conservar-se constantemente húmida, pois de contrário a semente não germina.
Quando os rebentões novos, na primeira florescência, nada oferecem de particular, aproveitam-se para neles enxertar as variedades mais estimadas.
Exposição – É preciso usar da maior cautela na exposição do arbusto. Assim, porque os ardores do sol no Verão lhe são prejudiciais, deve escolher-se terreno um pouco sombrio e arborizado. A planta é também muito sensível às chuvas torrenciais e ares frios do Inverno.
Florescência – Tem lugar em Novembro. A florescência em demasia abundante, fatiga o arbusto. Sucede mesmo que, num agrupamento de três a quatro botões e aderindo todos ao mesmo ramo, muitas vezes nenhum chega a abrir. Por isso não deve haver receio em suprimir alguns para salvar os restantes. Todavia, como o pedúnculo da camélia é extremamente delicado, será sempre perigoso arrancar qualquer botão. O cultivador deve limitar-se a cortar horizontalmente, pelo meio, aqueles que não quiser conservar. A metade que fica , após o corte, seca depressa e rapidamente, e cais sem prejudicar os botões reservados à florescência.
Enxertia – O método de enxertia mais usado para enxertar camélia é conhecido em França pelo nome de Faucheaux, seu inventor. Pratica-se na axila duma das folhas do arbusto uma incisão suficiente para nela se introduzir um ramo cortado em cunha, deixando germinar a parte superior do arbusto até que o enxerto pegue, e, quando tal sucede, corta-se aproveitando-o como estaca. A enxertia da camélia deve fazer-se na Primavera. Época em que a seiva está em toda sua actividade.
Esterco – A camélia exige terreno forte e rico em substâncias. O melhor meio de satisfazer as exigências do arbusto será o de misturar, à terra onde se cultiva, quantidade suficiente de esterco humano, não desinfectado.
A proporção ordinária é de 1/10 ou 1/8 da massa total. Quando este esterco é adicionado e bem misturado com a terra própria ao cultivo da camélia, isto durante dois ou três meses, perde completamente o mau cheiro e comunica ao arbusto um vigor extraordinário. É preferível por isso a qualquer outro esterco.
Tratamento – A vegetação activa da camélia é mantida quase tanto pela folhagem, que decompõe o ar atmosférico para se lhe apropriar dos princípios, como pelas próprias raízes. É pois, um dos pontos capitais para o bom êxito da cultura manter a superfície lisa das folhas do arbusto sempre limpas para que elas possam desempenhar livremente o papel que a natureza lhes distribuiu. A poeira, inimiga cruel de tudo quanto respira, é altamente prejudicial à camélia. A limpeza das folhas, feita com água dos regadores, não é suficiente. Torna-se preciso, pelo menos algumas vezes no ano, limpar cuidadosamente as folhas do arbusto, usando para isso duma esponja fina e ligeiramente humedecida. Inimiga do clima quente, a camélia dá-se admiravelmente nas províncias do Norte de Portugal, principalmente em terrenos onde a humidade converge pela acumulação dos arvoredos.
Pode ser cultivada nos vasos como rosa vulgar.
Bibliografia: Manual do Jardineiro