CARPAS BARRAGEM vs RIO

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Ao compararmos a pesca à Carpa em Barragem com a pesca à Carpa em Rio, quase poderíamos dizer que são duas pescas completamente diferentes e, mais estranho ainda, que se tratam de dois peixes completamente diferentes.

Nos dias que correm, a maioria dos pescadores e pescarias de Carpas que se fazem são em Barragens.

E isso faz bastante sentido, pois é sem duvida nas Barragens que se encontram as maiores densidades de populações de Carpas, o que, como é óbvio, facilita a sua captura em quantidade.

Não nos podemos porém esquecer dos Rios.

É nos rios que se suspeita que estejam os maiores exemplares. Que ninguém duvide que no Rio Douro, por exemplo, há exemplares acima dos 20 Kg e, muito possivelmente, acima dos 30 Kg.

As Carpas nos rios têm todas as condições para crescer mais do que na maioria das Barragens. A corrente do rio proporciona um acréscimo de exercício durante o crescimento e isso, associado a uma maior abundância de alimento e a uma maior oxigenação da água, são factores que poderão (e certamente o fazem) desenvolver autênticos monstros de água doce.

Por outro lado, também a grande maioria das Barragens em Portugal são alimentadas por rios ou ribeiras (não temos propriamente lagos) e, como tal, beneficiam de alguma corrente (algumas com mais do que gostaríamos) e essa corrente trata de trazer o alimento e alguma oxigenação. Essa corrente não chega porém é para fazer a diferença no exercício durante o crescimento inicial.

Tendo em conta que o esqueleto da Carpa só cresce durante os seus primeiros cinco anos de vida, quanto mais exercício fizer durante esse período, associado a uma boa disponibilidade de alimento, maiores serão as probabilidades de vir a atingir um tamanho que mais tarde lhe proporcione um crescimento de massa que lhe permita vir a ser considerada um troféu …

 

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Estes são os factores que fazem com que uma Carpa de Rio seja invariavelmente mais forte e atlética que uma Carpa de Barragem.

Também a acção de pesca em Barragem é bastante mais simples do que no Rio.

É mais fácil encontrar locais acessíveis, onde se monte todo o estamine sem problemas e em que os fundos estejam desimpedidos de obstáculos, permitindo uma acção de pesca sem grandes riscos de perda de material ou de peixe ferrado.

Não quero com isto dizer que as Barragens não tenham também as suas —armadilhas“. Arvores não cortadas, pedras não retiradas, antigas estruturas como Pontes, Estradas, etc.

Também pela ausência de corrente torna-se mais fácil engodar um determinado local, sabendo-se de antemão que é esse local que ficará engodado e, como tal, conseguir-se fazer um pesqueiro.

No rio tudo isto muda de figura.

Os obstáculos são mais frequentes, com desníveis bem mais acentuados e margens mais agrestes.

 

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A existência de corrente não ajuda a engodagem levando e espalhando o engodo não se
sabe bem para onde. Tem-se uma ideia …!!!

Também em acção de pesca, em bastantes casos, torna-se extremamente difícil retirar da água um exemplar de maiores dimensões pois para além de serem extremamente fortes, contam com a ajuda dos elementos já referidos como a corrente e os obstáculos para nos dificultar a vida.

Pode-se conseguir pescar uma época inteira numa Barragem com a mesma chumbada e anzol, enquanto que em Rio, raras serão as idas à pesca em que não se perca material.

Também as estratégias de engodagem e isca usadas são tipicamente diferentes, quer em quantidades quer em qualidades.

Nas Barragens, cada vez mais se usam grandes quantidades de sementes cosidas, essencialmente milho e trigo, para fazer uma cama em à qual depois se acrescentam pellets e boilies, recorrendo-se à criação de autênticos mantos de comida no leito.

As iscas mais frequentemente usadas actualmente, e que melhores resultados dão, são o milho doce e os boilies, em que sabores como o Scopex, Tutti-Frutti e Morango dão bons resultados nos meses mais quentes sendo os Fishmeals e restantes sabores mais carnívoros como Monster Crab, Lula, Mexilhão, Fígado, etc. são reis e senhores.

Por sua vez, no rio, uma vez que se torna mais difícil engodar um determinado local, recorre-se geralmente a quantidades bem mais pequenas, também de sementes, e pequenas quantidades de pellets e boilies, para quem os usa.

Para termos uma noção da diferença, numa sessão numa Barragem podem-se gastar facilmente 10 Kg de sementes enquanto que na pesca de rio, uns 2 Kg serão o suficiente para uma jornada de pesca. É uma proporção de 5 para 1.

Não se aplica bem a mesma regra aos pellets e boilies. Aqui, uns 2 Kg de cada numa sessão de Barragem poderão ser reduzidos a 1 Kg de cada numa jornada de Rio.

A maior diferença está no facto de que no Rio se recorre muito mais a iscas mais
—naturais“ como a minhoca da terra, lagostins, batata, massas, etc.

 

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CONCLUSÀO:

Se ainda só pescou em Barragens, aventure-se numa jornada de Rio. Se só conhece o Rio, vá experimentar uma Barragem.

Aquilo que aqui foi escrito descreve na generalidade a maioria das situações verificadas em Portugal continental (não esquecer que nos Açores há grandes Carpas em Lagos e Lagoas) e não é Lei. Há as excepções que confirmam a regra.

Não se deixe portanto convencer de que não existem Barragens difíceis e Rios fáceis !!!

Original : Diogo Aguas

cumpts
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