Ciberpatologia, uma nova doença

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A internet pode causar dependência e as férias escolares são um período especialmente arriscado para crianças e jovens. Mas atenção: também há adultos dependentes.

Se pensarmos na avalanche de informação, nas possibilidades infinitas de «viagens» e de navegação, de parceiros e de tertúlias, no alcance planetário das mensagens que enviamos e recebemos, é quase quase de admirar como é que não passamos, todos nós, o dia todo agarrados à net.

Apenas uma pequeníssima questão: «Será que o nosso cérebro está desenhado para receber tanta informação, num tempo recorde, sem os necessários processo de depuração, relfexão, acareação com a experiência, desenvolvimentos de conceitos práticos e tantas outras vertentes do ensino-aprendizagem?

As overdoses de medicamentos, substâncias, causam danos graves nas pessoas. Que dizer do excesso de informação, sobretudo quando os espaços de latência para a sua gestão são quase nulos?

E ainda outra pequena pergunta: com um contínuo fluxo de informação actualizada, não ficará a «velha» informação (leia-se a de há cinco minutos) condenada a perder a sua relevância e a desaparecer?

Sintomas e sinais de patologia
Uma das primeiras questões a levantar diz respeito à ciberdependência. Qualquer dependência - seja de drogas, do amor, do desporto ou do trabalho - caracteriza-se por ser um hábito repetitivo, difícil de controlar, que corresponde a um impulso ou necessidade, que afasta a dor e dá prazer, que se torna prioritária e afasta tudo para segundo plano, mas que compromete, a curto e/ou a longo prazo, a saúde física, mental e social da pessoa dependente e as relações interpessoais aos vários níveis.


Prevenção e tratamento Previne-se este novo tipo de dependência com regras e limites, autoridade e disciplina, desde o início. A limitação do tempo de acesso, o controlo dos sites e do uso da navegação (com bom senso e à base da negociação, não de escutas ou de métodos de polícia secreta, respeitando a privacidade e a intimidade das pessoas) e o fazer prova do que se obteve com a net - em ganhos de informação e de conhecimento, o que obriga a diálogo entre pais e filhos, claro - são algumas das vias para a prevenção. Claro que fazem parte das medidas gerais dos estilos de vida que deveriam ser incentivados e cultivados nas famílias. É inútil pensar que os pais podem estabelecer regras para a internet se no resto se revelam ausentes e distantes, inacessíveis e pouco empáticos.
Nos casos em que há suspeitas de se estar perante uma ciberpatologia, os próprios adolescentes, os pais e os amigos não deverão ter dúvidas em recorrer a especialistas, seja o médico assistente, seja um psicólogo ou pedo-psiquiatra. Custa, porventura, pôr na nossa cabeça que se deva encarar, nestes casos, a internet como uma droga.

Obviamente que os pais têm de ter a noção de que o filho só mudará o seu comportamento, mesmo que apoiado por especialistas, se tiver alternativas e algumas delas passam por uma melhor e maior comunicação com os pais ¿ o problema não é só do adolescente mas de toda a família, e toda ela terá que se esforçar por mudar.

Computador no quarto sim ou não?
Apenas com uso moderado e preferencialmente só a partir dos 16 anos, considera Mário Cordeiro. Mesmo com a hipótese de conflito, o computador da casa pode e deve ser utilizado de forma repartida, pelo menos no que diz respeito ao acesso à internet. Muitos pais queixam-se dos perigos da net (muitas vezes de forma exagerada), mas são os primeiros a comprar um para os filhos terem no quarto - para não terem de os aturar e para eles, pais, poderem estar no computador o tempo todo.
No que se refere à internet, alguns autores, definem a dependência segundo alguns parâmetros:
# sentir grande satisfação e euforia quando se está em frente ao computador, desadequada e quase independente do interesse e da utilidade do que se está a ver ou a fazer

# pensar na internet quando se está a fazer outras coisas , considerando que tudo o que não seja net é uma seca

# começar a aumentar, crescentemente, quase sem dar por isso, o tempo que se está ligado à rede, sem ser no contexto de um trabalho temporário ou circunstancial

# desleixar a vida de relação, especialmente com a família, amigos colegas de escola, vizinhos, etc, não por falta de tempo, mas sobretudo por desinteresse e por não encontrar grande razão, em comparação com «estar na net»

# estar inquieto ou angustiado quando não se está ligado a um chat

# tentar cortar com o computador e não conseguir (por exemplo, nas férias ou fins-de-semana)
# entrar em parafuso se, por algum motivo, os programas tardam a entrar ou se o servidor foi abaixo e só vai voltar daí a uns tempos.

Considera-se que três ou mais destes sintomas representam um risco elevado de adição (sobretudo se o último estiver presente). Estudos realizados nos EUA estimam em seis por cento a população que utiliza a internet e que tem esta doença.


Controlo parental
O uso de filtros de sítios e de palavras-chave é difícil e muito pouco pedagógico, embora caiba aos pais a opção por usá-los ou não. Pessoalmente, considero que não é com atestados de menoridade e medidas repressivas desresponsabilizantes que se faz crescer as pessoas.
 
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