Cientistas descobrem planeta gémeo da Terra a 30 mil anos-luz daqui

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Finalmente, poderemos estar a receber informações sobre um planeta que é gémeo da Terra. Pelo menos, é o que poderá estar em causa nas mais recentes descobertas dos astrónomos. A 3.000 anos de distância, o KOI-456.04 orbita uma estrela parecida com o nosso Sol e está a uma distância da estrela que permite temperaturas compatíveis com a vida. Além disso, tem um tamanho idêntico à Terra.


Com mais de 4 mil exoplanetas já identificados, este pode ser o tal. Mas há ainda muito a descobrir.







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Planeta Terra poderá ter um irmão gémeo
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Conforme pode ser lido na publicação Astronomy & Astrophysics, o esperançoso candidato a planeta foi descoberto por uma equipa de astrónomos de Göttingen, Alemanha. O planeta orbita uma estrela, parecida com o nosso Sol, que se chama Kepler 160. Este “sol” emite luz visível, como a nossa, ao invés de radiação infravermelha, como acontece com as anãs vermelhas, mais fracas e menores que o Sol, que iluminam a maioria dos outros exoplanetas descobertos até agora.


Nos últimos 14 anos, os telescópios espaciais CoRot, Kepler e TESS permitiram a descoberta de mais de 4.000 planetas extrassolares diferentes. No entanto, a maioria deles são mundos gasosos e gigantes, comparáveis ​​em tamanho a Neptuno e também em órbitas relativamente próximas em torno das suas estrelas hospedeiras.



Apesar disso, dos muitos descobertos, existem alguns planetas rochosos e com tamanhos semelhantes à Terra. Vários estão a uma distância correta da sua estrela, tornando a vida possível, no que toca às temperaturas e luz. Condições importantes para ter na sua superfície existência de água no estado líquido, um ingrediente, tanto quanto sabemos, essencial para a vida.






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Planeta semelhante à Terra descoberto em órbita da Kepler 160
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Os astrónomos descobriram um planeta onde poderiam ter condições diferentes de outros conhecidos, em volta da estrela Kepler 160. Esta estrela está a cerca de 3.000 anos-luz de distância e já foi extensivamente estudada pela sonda Kepler, que a seguiu entre 2009 e 2013.



O seu raio é um pouco maior que o do Sol, a sua temperatura de superfície é de 5.200 graus (300 graus menos que o Sol) e a sua luminosidade também é praticamente a mesma, o que a torna uma verdadeira “dupla” da estrela que ilumina a Terra.



Além disso, o Kepler 160 é conhecido por hospedar dois planetas, são eles Kepler 160b e Kepler 160c. Ambos são substancialmente maiores que a Terra e seguem órbitas muito próximas da estrela, razão pela qual as temperaturas transformam as suas superfícies em fornos reais, incompatíveis com a vida.



No entanto, uma série de pequenas variações no período orbital do planeta Kepler 160c forneceu aos cientistas a “assinatura” de um terceiro planeta, que, no entanto, ainda não havia sido confirmado.






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Confirmada a existência do planeta KOI-456.04
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O investigador Heller e os seus colegas verificaram novamente os dados antigos, onde existia informação sobre um planeta “escondido”. A equipa já havia sido bem-sucedida em tarefas semelhantes, encontrando 18 exoplanetas “perdidos” nos dados antigos do Kepler.



O novo algoritmo de pesquisa foi crucial para a descoberta do KOI-456.04. Conforme foi percebido, este poderá ser um dos 4 planetas que, afinal, orbitam a estrela. Então, além da existência dos conhecidos Kepler 160 b e Kepler 160 c, apareceram o Kepler 160 d e a tal Super Terra, o KOI-456.04.



Este novo planeta tem 1,9 de raio terrestre e um período orbital de 378 dias, apenas 13 a mais que a Terra. Isto é, cada ano precisa de 378 dias. Dada a semelhança da sua estrela hospedeira com o Sol e o período orbital do planeta, quase idêntico ao nosso, os astrónomos acreditam que, tanto a luz, quanto o calor que o KOI-456.04 recebe do Kepler 160 são praticamente os mesmos que a Terra recebe do Sol.



A luz que o Kepler 160 emite é de facto a luz visível, muito parecida com a luz solar, e o KOI-456.04 está na zona habitável da sua estrela, o intervalo de distância em torno de uma estrela que permite a existência de águas superficiais líquidas.



Assim, estes são muitos dos aspetos que tornam o KOI-456.04 um planeta “gémeo” da Terra.


O KOI-456.01 é relativamente grande comparado a muitos outros planetas que são considerados potencialmente habitáveis. Mas é a combinação de menos de duas vezes o tamanho da Terra e a sua estrela hospedeira semelhante ao Sol que o torna tão especial e familiar.



Referiu René Heller, investigador principal do artigo.







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KOI-456.04 pode ser gémeo da Terra, mas é fresco
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Como consequência do exposto acima, as condições da superfície em KOI-456.04 podem ser, se tudo for efetivamente confirmado, muito semelhantes às da Terra. A quantidade de luz que recebe da sua estrela hospedeira é de aproximadamente 93% da luz solar recebida na Terra.



Se o KOI-456.04 também tivesse uma atmosfera amplamente inerte com um leve efeito de estufa, semelhante ao do nosso próprio planeta, então, a temperatura da superfície seria de 5 graus Celsius, em média, cerca de dez graus abaixo da temperatura global média da Terra.


Contudo, atualmente não pode ser totalmente descartado que o KOI-456.04 seja realmente um mero acaso estatístico ou erro de medição e não um planeta genuíno. Até a verificação final ser feita, a equipa estima que as chances de ele realmente ser um planeta sejam de cerca de 85%. No entanto, para obter o status formal de planeta requer uma classificação de 99%.


Tal classificação só deverá ser feita através de novas observações específicas de futuros telescópios terrestres e espaciais. Entre eles, a missão espacial PLATO, da Agência Espacial Europeia, cujo lançamento está previsto para 2026. Esta missão tem como objetivo descobrir planetas do tamanho da Terra em torno de estrelas semelhantes ao Sol.





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