Locomotiva CP E103 na Boavista e Senhora da Hora - 1973
Locomotiva a vapor de via estreita, adquirida pela Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães (CFG) em 1907, aquando do prolongamento da Linha de Guimarães a Fafe, inaugurado a 20 de julho do mesmo ano. Este prolongamento veio proporcionar novos serviços e um aumento no número de circulações, pelo que se tornava prioritário a aquisição de material circulante. Na CFG formaram a série 6 a 8, série de locomotivas "Mogul", isto é, de rodados 1-3-0T, com os números de fabrico de 3420 a 3422. A locomotiva 6 (CP E101) recebeu o nome "SOARES VELLOSO", a número 7 (CP E102) "FAFE", desconhecendo-se o nome atribuído a esta locomotiva, a número 8 da CFG (CP E103). Consideradas na altura a melhor série de máquinas do Caminho de Ferro de Guimarães, opinião comum à Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal (NP). Em 1930, quando esta companhia tomou conta das linhas e do material circulante das companhias PPF (Porto à Póvoa e Famalicão) e CFG, considerou esta série de locomotivas das melhores de entre as locomotivas de pequenas dimensões. De 1930 a 1947 prestaram serviço sob tutela do Caminho de Ferro do Norte de Portugal (NP), onde constituiram a série 51 a 53. Apesar do seu bom desempenho, foram utilizadas em serviços mais secundários, pois para os comboios mais rápidos dispunha das "modernas" Mikado (E141 a E144) e para os comboios mais pesados, das Mallet (E151 a 152 e E181 e E182). Em 1947, com a integração do material de via estreita na CP, esta série de locomotivas adquire nova numeração: CP E101 a E103. Ao serviço da CP, continuaram a ser utilizadas nas linhas de via estreita na região do Porto, realizando serviços entre Porto Trindade e Guimarães e entre Lousado e Póvoa de Varzim, embora seja conhecida a sua permanência nas linhas do Vale do Vouga e do Dão com a realização de serviços entre Viseu e Sernada do Vouga e Viseu e Santa Comba Dão. Ao serviço da CP continuaram a ser utilizadas nas linhas de via estreita até ao final da tração a vapor na região do Porto em 1976-77, realizando tração de composições de serviço, entre o Porto e Matosinhos, mais tarde limitados até Senhora da Hora e substituindo automotoras em percursos mais longos. Retirada de serviço em junho de 1978. Existiam diferenças no que diz respeito à posição das válvulas de segurança, tanto nesta locomotiva como na E102 a válvula encontra-se sob a cúpula de vapor, enquanto que na E101, está colocada sobre a caldeira.
1907; Ano de prolongamento do serviço da Linha de Guimarães a Fafe, num acréscimo de 21,5 km à linha já existente, concessão aprovada a Maio de 1903.; Encomenda de 3 locomotivas a vapor ao fabricante alemão Emil Kessler.
1927; Onde constituíram a série 51 a 53, passaram a desempenhar serviços secundários, no entanto, consideradas as melhores de todo o parque de material desta companhia entre as locomotivas de pequenas dimensões. Esta Companhia usava as Mikado para os comboios mais rápidos e as Mallet para os mais pesados.
1930; 1947; Serviço sob a tutela do Caminho de Ferro do Norte de Portugal (NP), onde constituíam a série 51 a 53.
1947; Esta série de locomotivas adquire uma nova numeração - série E101 a E103. Utilizadas nas linhas de via etsreita na região do Porto - serviços entre Porto-Trindade e Guimarães e entre Lousado e Póvoa de Varzim.; Permanência nas linhas do vale do Vouga e Dão com serviços entre Viseu e Sernada do Vouga e Viseu e Santa Comba Dão.
1978; Com o fim da tração a vapor na região do Porto. Até aqui, tinha a seu cargo a tração de composições de serviço: entre o Porto e Matosinhos, serviços mais tarde limitados até Senhora da Hora e a substituição de automotoras em percursos mais longos.; Restaurada e preservada, sob tutela do FMNF, no espaço museológico de Santarém.
Fotos: richardstevens