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A desidratação não é a única consequência do calor extremo. O cérebro também acaba por ser afetado com as altas temperaturas.
Ao jornal El País, a neurofisiologista Sandra Giménez começa por dizer que o cérebro acaba por trabalhar de forma mais lenta.
"O calor extremo afeta todas as funções cognitivas do cérebro. A nossa capacidade de reação, a capacidade de resposta ou a memória. Tudo custa muito mais. Não vamos dizer que os neurónios 'derretem', mas há um impacto. O desempenho é muito pior com altas temperaturas."
"Existem numerosos estudos que estabelecem ligações entre a saúde mental, o humor e o comportamento cerebral com o calor, por isso as pessoas com problemas de saúde mental são especialmente vulneráveis", explica a meteorologista e cientista Mar Gómez.
Revela que as pessoas com esquizofrenia acabam por ter mais dificuldades em regular a temperatura corporal. "As alterações de temperatura podem alterar os sintomas dos transtornos de humor. Pessoas que tomam medicamentos antidepressivos e antipsicóticos são especialmente vulneráveis aos efeitos do calor extremo."
Já o psicólogo Valentín Martínez revelou ao El País que a raiva, a agressividade e a violência estão também associadas ao calor. "O calor extremo pode aumentar a irritabilidade e diminuir o autocontrolo, o que pode se traduzir em comportamentos mais agressivos. A relação entre calor intenso e agressividade é real."
Explica que o calor obriga o cérebro a trabalhar mais para conseguir regular a temperatura, o que afeta a capacidade mental. “O hipotálamo funciona como uma espécie de termómetro do cérebro, ao estabelecer mecanismos para a regular, como a transpiração e a produção de adrenalina.
"Esta acaba por ser uma das maiores causas da irritabilidade quando passados por períodos de calor extremo."
Beber muita água, evitar a exposição prolongada ao calor, procurar lugares frescos, usar roupas leves e claras são algumas formas de conseguir regular a temperatura do corpo.
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