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Como funciona a linguagem de sinais

Luz Divina

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Como funciona a linguagem de sinais



Durante séculos, os deficientes auditivos ou surdos se basearam na comunicação com os outros através de dicas visuais. Conforme a comunidade dos surdos cresceu, as pessoas começaram a padronizar os sinais, construindo um vocabulário e gramática ricos, que existem independentemente de qualquer outra língua. Um observador casual de uma conversa na linguagem dos sinais pode descrevê-la como graciosa, dramática, nervosa, engraçada ou irritada, mesmo sem saber o que um único sinal quer dizer.

Existem centenas de linguagem de sinais. Onde houver comunidades de surdos, você os encontrará se comunicando com vocabulário e gramática específicos. Dentro de um mesmo país, encontramos variações regionais e dialetos: como em qualquer língua falada, é possível encontrar pessoas em regiões diferentes que transmitem o mesmo conceito de formas distintas.


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Pode parecer estranho para quem não entende a linguagem dos sinais, mas os países que possuem a mesma língua falada não têm necessariamente uma linguagem de sinais em comum. A linguagem americana de sinais (ASL) ou Ameslan e a linguagem britânica de sinais (BSL) se desenvolveram independentemente uma da outra, então seria muito difícil ou até mesmo impossível para um surdo americano se comunicar com um surdo britânico. De qualquer forma, muitos dos sinais da ASL foram adaptados da linguagem francesa de sinais (LSF), de forma que um usuário da ASL na França provavelmente conseguiria se comunicar claramente com os surdos de lá, mesmo as línguas faladas sendo completamente diferentes.


Não há uma correlação direta entre as linguagens naturais de sinais e as línguas faladas: os usuários das linguagens de sinais se comunicam através de conceitos, e não de palavras. Embora seja possível interpretar a linguagem dos sinais para uma língua falada como o inglês e vice-versa, tal interpretação não seria uma tradução direta.

A maioria dos usuários da linguagem dos sinais acha difícil aprendê-la nos livros e por meio de figuras estáticas. O jeito que uma pessoa sinaliza um conceito pode dizer mais sobre seu significado do que o sinal em si. As figuras não capturam as nuances que são intrínsecas à comunicação clara da linguagem de sinais e, às vezes, é difícil sinalizar os movimentos que alguns sinais exigem sem vídeo, animação ou demonstração ao vivo.

Neste artigo, nos concentraremos na linguagem americana de sinais, a linguagem de sinais dominante nos Estados Unidos. Veremos também o inglês exato sinalizado SEE e inglês misturado sinalizado PSE: duas alternativas para a ASL que são usadas, principalmente, entre os surdos e as pessoas com audição normal. A SEE e PSE se baseiam na língua inglesa para sua variação de graus, o que significa que, diferentemente da ASL, elas são linguagens de sinais construídas, artificiais. Falaremos sobre a tentativa de estabelecer uma linguagem de sinais universal e veremos outras utilizações da linguagem de sinais.
Na próxima seção, veremos a história da linguagem americana de sinais.

[SIZE=+1]"Falando" com as mãos[/SIZE][SIZE=-1]
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Embora seja verdade que não é necessário pronunciar nada ao usar a linguagem de sinais com outra pessoa, a maioria das pessoas ainda chama o processo de comunicação através da linguagem de sinais de "falar". [/SIZE]
[SIZE=-1]Se você for o "ouvinte" de uma conversa na linguagem dos sinais, você os recebe. A pessoa que está sinalizando é o "falante" e a pessoa que está observando é o "ouvinte". Ao ouvir, é necessário prestar atenção no rosto e nos olhos do falante, usando sua visão periférica para ver os sinais manuais. Muito do significado na linguagem dos sinais vem das expressões faciais, e ao se focar só nas mãos dos falantes, provavelmente você entenderá mal o que ele está tentando expressar. [/SIZE]

História da linguagem de sinais


Conforme mencionado na seção anterior, a Linguagem de Sinais Francesa é a origem para muitos dos sinais usados na ASL. No começo do século XIX, um professor de surdos chamado Thomas Hopkins Gallaudet foi da América para a Europa a fim de aprender técnicas de ensino. Na Inglaterra, ele conheceu Roch-Ambroise Cucurron e Abbe Sicard, o diretor de uma escola para surdos em Paris. Gallaudet aprendeu métodos de ensino e muitos sinais para usar na comunicação com os surdos e deficientes auditivos, com Abbe Sicard. Gallaudet convenceu Laurent Clerc, um dos alunos de Sicards, a ajudá-lo a fundar uma escola para surdos na América.

Gallaudet e Clerc fundaram a Escola Americana para Surdos (ASD) em 1817, em Hartford, Connecticut. A escola combinava sinais da LSF com os que já eram usados pela comunidade de surdos da América, para criar uma linguagem padronizada. Nesta época, esta linguagem evoluiu para a ASL, considerada atualmente a linguagem de sinais mais genérica do mundo. Atualmente, o campus da ASD inclui ensino infantil, fundamental e médio.

[SIZE=+1]Antes da ASL
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[SIZE=-1]As pessoas nos Estados Unidos, utilizavam a linguagem dos sinais antes da fundação da escola em 1817. Por exemplo, os americanos nativos desenvolveram uma linguagem de sinais para se comunicarem entre as tribos. Era mais uma coleção de vocabulário compartilhado do que uma linguagem complexa e os especialistas em linguagem de sinais acreditam que a influência de seus sinais na ASL foi mínima. [/SIZE] [SIZE=-1]Os surdos nos Estados Unidos desenvolveram linguagens regionais de sinais antes da introdução da ASL. Marthas Vineyard, Massachusetts, tinha uma população desproporcionalmente grande de surdos, por isso muitos de seus moradores aprenderam a linguagem local de sinais, sendo surdos ou não. [/SIZE]

O filho de Thomas Gallaudets, Edward, fundou a Universidade de Gallaudet em Washington, D.C. A Gallaudet foi a primeira faculdade para surdos e deficientes auditivos. A universidade oferece programas de graduação em muitas profissões para mais de 1.500 alunos e, embora a maioria deles seja de surdos ou de deficientes auditivos, mais de 5% dos matriculados é composto por alunos que escutam. A ASL é a linguagem oficial do campus, embora haja controvérsia entre a comunidade dos surdos sobre o nível de habilidade e capacidade da ASL no que diz respeito à equipe da universidade, bem como no que se refere à perspectiva da instituição na importância da ASL em geral.


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[SIZE=-1]Um aluno aprendendo a linguagem de sinais pelo vídeo


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Alunos de ASL não precisam aprender leitura em voz alta nem habilidades de escuta para serem fluentes. A ASL tem a sua própria gramática e fonologia. Nas línguas faladas, a fonologia é o estudo dos sons. Na linguagem dos sinais, é o estudo dos sinais e movimentos manuais básicos, que fornecem a base para todos os sinais, sintaxe e morfologia na língua falada e escrita, a morfologia estuda como as palavras são formadas a partir de sons e palavras básicas. Na linguagem dos sinais, é o estudo de como os sinais manuais básicos representam conceitos. A ASL pode ser interpretada em qualquer outra língua. Normalmente, ela não é escrita, embora haja um sistema chamado escrita de sinais projetado para permitir que os usuários da ASL comuniquem sinais e expressões faciais de forma escrita, sem traduzir seus pensamentos para outra língua. Aprender a ler em inglês pode ser difícil para alguns surdos, porque a ASL e o inglês não estão estruturados da mesma forma. O Inglês possui regras complicadas que não se aplicam à ASL e, dessa forma, não ser capaz de escutar a língua também pode ser o maior desafio ao aprender a ler.

[SIZE=+1]Popularidade da ASL
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[SIZE=-1]A ASL é uma das linguagens que mais tem sido estudada nos Estados Unidos. Muitos sites dizem que a ASL é a quarta "língua" mais usada nos Estados Unidos, embora esta afirmação ainda não tenha sido confirmada. Estimativas sobre o número de surdos nos Estados Unidos variam entre 500 mil até mais de 2 milhões, mas nem todos os surdos usam a ASL e nem todos os usuários da ASL são surdos. [/SIZE]

O alfabeto da linguagem de sinais

A linguagem americana de sinais é uma linguagem visual que incorpora gestos, expressões faciais, movimentos da cabeça, linguagem corporal e até o espaço ao redor do falante. Os sinais manuais são a base desta linguagem. Muitos deles são icônicos, o que significa que o sinal usa uma imagem visual que se parece com o conceito que representa. Por exemplo, para expressar o conceito de "veado" em ASL, você colocaria as duas mãos nas laterais da cabeça, com os dedos abertos para representar os chifres. As ações normalmente são representadas através de sinais manuais que imitam a ação que está sendo comunicada: se você quisesse sinalizar o conceito de "comer" (em inglês) você juntaria os dedos da sua mão dominante como se estivesse segurando uma comida e então movimentaria a mão em direção à sua boca.


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O alfabeto é uma importante série de sinais. Alguns sinais manuais de letras parecem com a forma escrita de sua respectiva letra. Quando você usa os sinais manuais de letras para formar uma palavra, você está soletrando com os dedos. Soletrar com os dedos é útil para sinalizar nomes ou para perguntar a alguém o sinal de um conceito específico. A ASL utiliza sinais de uma mão para cada letra do alfabeto, mas algumas outras linguagens de sinais usam ambas as mãos para algumas letras. Muitas pessoas acham que soletrar com os dedos é o obstáculo mais difícil no aprendizado dos sinais, uma vez que os usuários desta linguagem são muito rápidos ao soletrar com os dedos.

Para expressar uma ação em andamento como um "pensamento", você faria o sinal de "pensar" duas vezes numa linha. Alguns sinais em ASL podem servir tanto para um substantivo quanto para um verbo, dependendo de como você os sinaliza. Geralmente, você usa gestos maiores para sinalizar um verbo e gestos menores, que podem ser duplicados, para sinalizar um substantivo. Isso pode confundir. O sinal de "comida" é o mesmo que dobrar o sinal de "comer". O sinal de "comendo" também é uma repetição do sinal de "comer". Nestes casos, o ouvinte normalmente sabe o que você quer dizer pelo contexto das suas frases ou pelo tamanho dos seus gestos.

Inflexões


Quase todos os sinais podem ser mudados. Enrugar as sombrancelhas, inclinar a cabeça, inflar as bochecas ou mexer o corpo pode mudar o significado do que você está falando. Qualquer inflexão que não requer as mãos é chamada de sinalização não-manual. Um falante ASL fluente pode compartilhar muita informação com apenas alguns gestos feitos com sinalizações não-manuais. Outra forma de mudar sinais, principalmente sinais de ações, é alterar a velocidade com que você faz o sinal ou direcionar o sinal. Se você fizer o sinal de "comer" bem devagar, por exemplo, você pode estar dizendo que comeu com calma. Para direcionar conceitos, você orienta os sinais numa direção específica para dar um significado específico. Se você quisesse dizer a frase "Eu te dei um presente" para o seu ouvinte, você faria o sinal de "dar" na direção dele, seguido pelo sinal de "presente". Não é necessário fazer sinais para "eu" ou "você"; porque eles ficaram subentendidos quando você direcionou o sinal.
Veremos a gramática ASL a seguir.


Palavras e gramática da linguagem de sinais


As frases da ASL têm a estrutura de tópico comentário. O tópico de uma frase ASL é o sujeito de uma frase em inglês. Usar o objeto da sua frase como o tópico é chamado de topicalização. Normalmente, o tópico de uma frase ASL é um pronome como eu, tu, ele ou ela. Um falante da ASL pode gesticular um pronome sujeito no começo, no fim de uma frase ou em ambos. Por exemplo, se você fosse dizer "Eu sou um empregado", na ASL você poderia sinalizar "Eu empregado", "Empregado eu" ou "Eu empregado eu". As três estão gramaticalmente corretas na ASL.

A seção comentário de uma frase ASL é parecida com o predicado da frase em inglês: ela diz algo sobre o tópico. Um terceiro elemento pode ser adicionado na estrutura de uma frase ASL para indicar seu tempo verbal. Ela normalmente seria estruturada como comentário tópico temporal. Dependendo do que você está tentando dizer e do estilo que seu ouvinte está acostumado a ver, você pode alterar a ordem dos seus sinais para uma melhor compreensão.

A gramática ASL não é rígida no que diz respeito à ordem temporal, das seções de tópico e de comentário de uma frase, embora muitos falantes sintam que a ordem que menos se pareça com o inglês seja a mais apropriada. Expressar o tempo da frase no seu final pode ser confuso: a maioria dos falantes evita isso.

Você só precisa estabelecer o tempo no começo de uma conversa. Se você quisesse contar uma longa história sobre o que fez ontem, você gesticularia "ontem" no começo da sua primeira frase e continuaria daí para frente. Uma vez determinado o tempo verbal, seus ouvintes saberão que tudo o que você estiver sinalizando fará parte daquele tempo, até que você indique um novo tempo verbal.


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[SIZE=-1]Aulas ASL lotadas em Purdue[/SIZE]


Os tempos verbais podem variar dependendo de quando acontece a conversa. Em inglês, você pode dizer "Vou almoçar num restaurante hoje à tarde" ou "Hoje eu almocei num restaurante". Na ASL, você sinalizaria "agora à tarde eu almoçar" e o seu ouvinte entenderia o tempo verbal dependendo do horário do dia. Se vocês estivessem conversando pela manhã, ele saberia que você estava falando sobre planos futuros, mas se vocês estivessem conversando à noite, ele saberia que você estava falando sobre o que havia feito naquele dia.

Para falar sobre uma série de acontecimentos, falantes ASL podem usar o espaço à sua frente e atrás de si para indicar uma linha do tempo. Sinais perto do corpo indicam eventos que aconteceram recentemente ou que acontecerão em breve, enquanto sinais mais distantes indicam eventos que tanto aconteceram há muito tempo quanto acontecerão daqui a um bom tempo.

A ASL não usa nenhuma variação do verbo "ser/estar". Alguém que estiver se comunicando pela ASL não sinalizaria "Eu estou com fome", por exemplo: ela sinalizaria "Eu fome" e concordaria com a cabeça. Para dizer "Eu não estou com fome" você sinalizaria "Eu fome" e balançaria a cabeça, negando a afirmação. Normalmente, durante a sinalização de uma frase você inclina a cabeça para afirmar algo e balança para negar. O único momento em que os usuários da ASL usam variações do verbo "ser/estar" é quando estão falando sobre o inglês ou sobre qualquer outro idioma comparável.

Se você estiver falando ASL e quiser indicar uma pessoa específica como o sujeito da sua frase, você pode usar a indicação. Para indicar, você aponta seu dedo indicador para uma pessoa que esteja presente: a referência presente. Outra opção é indicar alguém que não esteja por perto: a referência ausente. Para falar sobre alguém que não está presente, você primeiro sinalizaria o nome dela e então indicaria um espaço no lugar em que você está para representar tal pessoa.

Daquele momento em diante, quando apontar para aquele espaço, o seu ouvinte saberá que você está falando sobre a pessoa cuja identidade foi estabelecida anteriormente. As frases na ASL são pontuadas pelas pausas e expressões faciais. As perguntas podem ser pontuadas através da sinalização do ponto de interrogação, embora a maioria dos falantes baseiem-se nas expressões faciais para indicar que fizeram uma pergunta. Por exemplo, para perguntar a um ouvinte "você gosta de filmes?", um falante sinalizaria "você gostar filmes" e levantaria as sombrancelhas.

Etiqueta da linguagem de sinais


Quando você está recebendo uma conversa em ASL, você precisa esperar o falante terminar seus sinais e olhar para você, indicando que agora é a sua vez de falar. Às vezes, o falante olhará para longe de seu ouvinte, enquanto pensa em seu próximo sinal. Olhar para longe indica que o falante ainda não terminou e continuará em breve.

Em alguns momentos, um ouvinte irá olhar para longe enquanto alguém estiver gesticulando e começará a gesticular, interrompendo o falante. Normalmente, as pessoas, em uma conversa como esta, tem de ser amigas, caso contrário esta atitude pode ser ofensiva. Esta tática normalmente é usada em discussões calorosas e argumentações.

Os usuários da ASL irão, algumas vezes, virar e gesticular para uma pessoa imaginária. Eles fazem isso para demonstrar uma conversa que tiveram ou viram com outra pessoa. É a mesma coisa que dizer "ele disse/ela disse" durante uma conversa. Pessoas que escutam e estão aprendendo a linguagem dos sinais às vezes podem se confundir com isto, uma vez que parece que o falante de repente está falando com outra pessoa, mas como ouvinte, ele deve continuar prestando atenção ao falante.

De acordo com o Dr. Bill Vicars, presidente de uma empresa que cria programas e experiências de aprendizado da Linguagem Americana de Sinais, não é insulto algum andar entre dois surdos que estejam conversando pela linguagem de sinais, a menos que você hesite ou chame atenção para si. É melhor andar num passo regular, permitindo que os falantes continuem sua conversa com uma interrupção mínima.

Alguns falantes ASL incluem sinais inventados para outras linguagens de sinais. Outros evitam usar tais sinais, pois acreditam que eles diluem a linguagem. O Dr. Vicars descreve duas abordagens no ensino da ASL: a abordagem fixa e a abordagem descritiva. Um professor que diz para seus alunos não usarem um certo sinal, está sendo fixo: ele está ensinando a ASL de acordo com sua crença de que a linguagem precisa permanecer pura, sem influências de outras línguas. Um professor que mostra a seus alunos os sinais atualmente usados na Comunidade dos Surdos, sendo eles parte do vocabulário puro da ASL ou não, usa a abordagem descritiva.

[SIZE=+1]Popularidade da ASL[/SIZE]


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Ao contar uma história, um falante da ASL pode usar a contemplação visual para indicar personagens da história. Por exemplo, ao falar sobre um gigante ele pode olhar para baixo enquanto gesticula a voz do gigante. Contar histórias é uma tradição da comunidade dos surdos.
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[SIZE=-1]Uma forma complexa de se contar histórias é o teatro de surdos. Algumas produções teatrais recentes incorporaram a linguagem de sinais como uma forma de aumentar o interesse dos surdos e tornar a arte mais acessível a todos. O Deaf West Theatre convoca atores com audição normal, surdos e deficientes auditivos para peças e musicais. Em 2003, o Deaf West Theatre reproduziu o musical "Big River: The Adventures of Huckleberry Finn". Todas as falas do show possuíam voz e sinais e a produção teve um tempo limitado na Broadway. [/SIZE]

Outras linguagens de sinais


Existem outras duas formas de linguagens de sinais nos Estados Unidos que são muito usadas: Inglês Exato Sinalizado e Inglês Misto Sinalizado. Além disso, alguns americanos também são fluentes no vocabulário da Linguagem Internacional de Sinais.

Inglês Exato Sinalizado (SEE)

O inglês exato sinalizado é uma linguagem que tenta traduzir o inglês falado para uma linguagem gestual. A SEE inclui prefixos, sufixos, tempos verbais, palavras e estruturas de frases que não existem na ASL. Os usuários da SEE tentam ser bastante específicos e literais, enquanto os da ASL se preocupam em expressar conceitos. Um usuário da ASL pode usar o sinal para "bonito" para dizer que algo é elegante, belo ou agradável, mas as pessoas que usam a SEE usarão o significado específico do sinal, gesticulando a letra inicial antes dos sinais conceituais. Por exemplo, um usuário da SEE expressando a palavra "belo" primeiro gesticularia a letra "b" e depois faria o sinal da ASL para "bonito".

Professores que têm audição normal e interagem com surdos ou crianças deficientes auditivas, normalmente preferem pessoas que usam a SEE do que a ASL, principalmente porque a SEE utiliza as mesmas regras, facilitando o processo de aprendizado da leitura em inglês. Os instrutores de SEE encorajam os alunos a usar técnicas de audição e a aprender a ler em voz alta, para facilitar a comunicação e a compreensão dos outros. Leva mais tempo para um usuário da SEE gesticular alguma coisa do que um da ASL ou da PSE, porque o da SEE precisa incluir finalizações nas palavras, verbos auxiliares etc. Alguns educadores enfatizam o conceito da comunicação total, que inclui a linguagem de sinais, gesticular, soletrar com os dedos, leitura em voz alta, fala, leitura, escrita e figuras.

Inglês Misto Sinalizado (PSE)

Inglês Misto Sinalizado usa um vocabulário tirado da ASL, mas a sintaxe segue a ordem inglesa das palavras. A PSE não exige que seus usuários incluam palavras sem informação como "para" e "o". Os usuários normalmente não usarão prefixos nem sufixos nas palavras. A PSE pode ser mais fácil de aprender do que a ASL ou a SEE, pois os usuários não precisam saber todos os idiomas na ASL e eles não têm que gesticular todas as palavras necessárias na SEE. A PSE não possui um formato fixo estabelecido: em algumas regiões, a PSE pode ser mais parecida com a SEE do que a ASL, enquanto que em outras o contrário é verdadeiro.

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[SIZE=-1]Laboratório de interpretação da linguagem de sinais em GPC[/SIZE]


Uma vez que não é necessário traduzir todas as palavras inglesas para palavras gesticuladas na PSE, é fácil falar inglês e PSE ao mesmo tempo. Você não precisa se preocupar tanto (quanto precisaria na SEE) se a sua fala está a frente dos seus sinais. Muitos intérpretes da linguagem de sinais utilizam alguma forma da PSE.


Linguagem internacional de sinais


Em 1951, O Congresso Mundial da Federação Mundial dos Surdos propôs a criação de uma linguagem unificada de sinais. Em 1973, a Federação formou um comitê para criar um vocabulário de sinais padronizados. O comitê chamou este vocabulário, de mais de 1.500 sinais, de "Gestuno", uma palavra italiana que significa "linguagem de sinal unificado". Atualmente, a Gestuno é conhecida como a Linguagem Internacional de Sinais (ISL) e enquanto ela usa um vocabulário padronizado, não há padronização gramatical ou de uso. Como a língua falada do Esperanto, a ISL não revolucionou a comunicação internacional. Ela não tem o aspecto evolutivo das linguagens naturais de sinais.
Na próxima seção, veremos algumas outras utilizações da linguagem de sinais.

A linguagem de sinais do bebê




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[SIZE=-1]Um bebê gesticulando[/SIZE]

Embora a linguagem de sinais seja, antes de tudo, usada como forma de comunicação com e entre pessoas que sejam deficientes auditivas ou surdas, ela também tem outras utilizações. Recentemente, pais e professores usaram a linguagem de sinais como ferramenta para ensinar habilidades às crianças novas, pré-verbais. Alguns pais começaram até a ensinar a linguagem dos sinais enquanto seus filhos ainda eram bebês.

De acordo com o site Gesticulando com o seu bebê , os pais podem começar a ensinar seus filhos com seis meses de idade, embora possa levar meses para a criança fazer seu primeiro sinal. A maioria das crianças reconhece, a princípio, doze ou mais palavras. Conforme ela aprende o significado dos sinais, ela vai querer aprendê-los para tudo o que está ao seu redor. Muitos pais observam que, em algum ponto, o desejo de seus filhos em aprender sinais aumenta drasticamente.

Muitos pais se preocupam com os sinais que são necessidades básicas. Sua filosofia é de que a criança aprende rapidamente como comunicar necessidades específicas, reduzindo a frustração tanto da criança quanto dos pais. Sinais básicos necessários incluem: "mais", "comer" ou "beber".Os pais também podem ensinar sinais baseados no que os filhos gostam. Por exemplo, se um bebê parece gostar de um urso de pelúcia, você pode ensiná-lo o sinal do ursinho. Dois sinais óbvios que fazem parte desta categoria são "mamãe" e "papai".

Algumas pessoas temem que ensinar a linguagem dos sinais para os bebês possa interferir na sua habilidade em aprender a falar, mas especialistas como a Dra. Susan W. Goodwyn, da Universidade Estadual da Califórnia, e a Dra. Linda P. Acredolo, da Universidade da Califórnia, têm estudado de forma abrangente o assunto para determinar o efeito do ensino da linguagem de sinais no que diz respeito ao desenvolvimento da fala. Eles descobriram que as crianças que aprenderam a linguagem dos sinais desenvolveram habilidades lingüísticas mais avançadas e participaram de interações sociais mais complexas do que as crianças que aprenderam a se comunicar somente pela fala. Os especialistas recomendam que os pais falem com seus filhos enquanto gesticulam, para que a criança entenda que tanto os sinais quanto as palavras faladas representam o mesmo conceito.


[SIZE=+1]Sinais símios
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[SIZE=-1]Cientistas estão tentando ensinar a linguagem dos sinais para os macacos como uma forma de comunicação com outra espécie e de aprender como a linguagem dos sinais pode ajudar a ensinar habilidades de comunicação para pessoas com dificuldade de aprendizado ou outras condições. Dois dos casos estudados mais famosos são a Washoe, um chimpanzé que aprendeu mais de 150 sinais e Koko, um gorila com um vocabulário de mais de mil sinais. As experiências com macacos foram criticadas pelos céticos, que acreditam que em muitos casos a metodologia usada foi falha e que os macacos mais imitam seus treinadores do que se comunicam. Os pesquisadores argumentam que os macacos usam a linguagem dos sinais com outros macacos, sem estímulo de algum ser humano.



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