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«A Verdadeira Treta» estreou ontem no Coliseu do Porto
Conversa deTraumatilizados
Perante um Coliseu praticamente cheio, José Pedro Gomes e António Feio contagiaram, com «A Verdadeira Treta», o público da Invicta
Andreia Cavaleiro
De fato branco e camisa florida, José Pedro Gomes, ou Zezé, entra num palco vazio e traz o primeiro adereço para o espectáculo que agora começa. Segue-se Toni (António Feio), companheiro de «Treta», munido de uma outra cadeira, que quase completa o cenário do espectáculo – um cinzeiro de pé alto é o terceiro e último adereço.
É assim há vários anos desde que os dois actores se juntaram, primeiro com a «A Conversa da Treta», depois com a «A Treta Continua», para dar vida a duas personagens que tão bem exemplificam um qualquer português. Anteontem, perante um Coliseu do Porto praticamente cheio de um público quase homogéneo, Zezé e Toni contagiaram, desde o primeiro minuto, com «A Verdadeira Treta» – cujos textos são de Eduardo Madeira e Filipe Homem Fonseca –, a plateia que sabia ao que ia: quase duas horas de humor puro, «verdadeiro», actual, crítico e «apimentado». Ingredientes que fizeram por si só arrancar dos espectadores muitas e muitas gargalhadas, de forma bastante fácil. Desde as primeiras referências à ex-de Cristiano Ronaldo, «Nereida, a espanhola», à polémica do estado do ensino em Portugal – 'A diferença é que antigamente os professores é que batiam nos alunos', numa alusão à professora Camélia que batia sempre por dois motivos apenas: 'Por tudo, ou por nada', ou ainda porque agora não há putos, mas sim crianças e que ficam 'traumatilizadas', (os pontapés na gramática são um dos pontos fortes da peça) –, Zezé e Toni não esqueceram o 'desacordo ortográfico', as preocupações com o ambiente e a necessidade de se fazer «Reclicagem», e, claro está, a ASAE, 'porque se a ASAE fiscalizasse a ASAE, fechava a ASAE',
Zezé e Toni raramente dizem palavrões, mas o sexo não é esquecido, ainda que os diálogos jamais se tornem ordinários.
Os dois actores «enchem» o palco do Coliseu – a peça continua em cena até sábado – e a cumplicidade que sentem nota-se a cada fala, a cada passo, a cada gesto, a cada gargalhada, a cada aplauso, porque também as palmas do público, misturadas com as gargalhadas, vão interrompendo os diálogos.
«A Verdadeira Treta», com falas simples, trocadilhos precisos, gestos engraçados, imitações perfeitas, não é mais do que um retrato fiel e actual de um País que há muito deixou de ter razões para sorrir…
«A Verdadeira Treta» não é mais do que um retrato fiel de nosso País
DR
Conversa deTraumatilizados
Perante um Coliseu praticamente cheio, José Pedro Gomes e António Feio contagiaram, com «A Verdadeira Treta», o público da Invicta
Andreia Cavaleiro
De fato branco e camisa florida, José Pedro Gomes, ou Zezé, entra num palco vazio e traz o primeiro adereço para o espectáculo que agora começa. Segue-se Toni (António Feio), companheiro de «Treta», munido de uma outra cadeira, que quase completa o cenário do espectáculo – um cinzeiro de pé alto é o terceiro e último adereço.
É assim há vários anos desde que os dois actores se juntaram, primeiro com a «A Conversa da Treta», depois com a «A Treta Continua», para dar vida a duas personagens que tão bem exemplificam um qualquer português. Anteontem, perante um Coliseu do Porto praticamente cheio de um público quase homogéneo, Zezé e Toni contagiaram, desde o primeiro minuto, com «A Verdadeira Treta» – cujos textos são de Eduardo Madeira e Filipe Homem Fonseca –, a plateia que sabia ao que ia: quase duas horas de humor puro, «verdadeiro», actual, crítico e «apimentado». Ingredientes que fizeram por si só arrancar dos espectadores muitas e muitas gargalhadas, de forma bastante fácil. Desde as primeiras referências à ex-de Cristiano Ronaldo, «Nereida, a espanhola», à polémica do estado do ensino em Portugal – 'A diferença é que antigamente os professores é que batiam nos alunos', numa alusão à professora Camélia que batia sempre por dois motivos apenas: 'Por tudo, ou por nada', ou ainda porque agora não há putos, mas sim crianças e que ficam 'traumatilizadas', (os pontapés na gramática são um dos pontos fortes da peça) –, Zezé e Toni não esqueceram o 'desacordo ortográfico', as preocupações com o ambiente e a necessidade de se fazer «Reclicagem», e, claro está, a ASAE, 'porque se a ASAE fiscalizasse a ASAE, fechava a ASAE',
Zezé e Toni raramente dizem palavrões, mas o sexo não é esquecido, ainda que os diálogos jamais se tornem ordinários.
Os dois actores «enchem» o palco do Coliseu – a peça continua em cena até sábado – e a cumplicidade que sentem nota-se a cada fala, a cada passo, a cada gesto, a cada gargalhada, a cada aplauso, porque também as palmas do público, misturadas com as gargalhadas, vão interrompendo os diálogos.
«A Verdadeira Treta», com falas simples, trocadilhos precisos, gestos engraçados, imitações perfeitas, não é mais do que um retrato fiel e actual de um País que há muito deixou de ter razões para sorrir…
«A Verdadeira Treta» não é mais do que um retrato fiel de nosso País
DR