E no dia 23 de Julho de 1808 todo o Algarve voltou a ser Livre!
Os franceses incapazes de susterem aquela furibunda gente recuam para lá da serra Algarvia e rumam, Alentejo acima, para sempre,
[h=2]Foi tudo isto que a “enviada” quis ir contar ao Brasil.[/h]
Dar notícias destes acontecimentos a Sua Alteza o Príncipe Regente Nosso Senhor.
Tripulavam-na o piloto Manuel de Oliveira Nobre, o mestre Manuel Martins Garrocho, (o mestre era vulgarmente conhecido pela alcunha de Drago) e outros quinze tripulantes, a saber: António Pereira Gémio, António da Cruz Charrão, António dos Santos Palma, Domingos do Ó Borrego, Domingos de Sousa, Francisco Lourenço, João Domingues Lopes, João do Munho, Joaquim do Ó, Joaquim Ribeiro, José Pires, José da Cruz, José da Cruz Charrão, Manuel de Oliveira e Pedro Ninil.
Partiram de Olhão no caíque “Bom Sucesso”, assim lhe chamaram, no dia 7 de Julho de 1808 em direcção à Madeira.
Mestre Garrocho era também portador dos seguintes documentos para o Regente de Portugal:
1.Carta do Governo de Faro, redigida por um dos seus membros, Cónego António Luís de Macedo e Brito, datada de 5 de Junho, participação oficial da restauração do Algarve;
2.Cópia do auto da eleição do Governo de Faro, datada de 22 de Junho, a fim de ser aprovada pelo monarca, documento acompanhado do auto de posse e termo de juramento dos membros da Regência;
3.Duas cartas do Bispo D. Francisco Gomes do Avelar, nas quais o prelado felicitava o Regente em seu nome pessoal e no do clero algarvio, datadas de 2 e 3 de Julho;
4.Carta do Compromisso Marítimo de Olhão, datada de 2 de Julho, em que também se apresentavam felicitações ao Monarca e se fazia a descrição sumária da situação daquele lugar durante o domínio francês.
O Caíque Bom Sucesso chega ao Funchal no dia 14 para aguada.
Aqui contratam um piloto aprendiz, Francisco Domingues Machado, que não tinha ali consigo cartas náuticas (nem ninguém naquela embarcação as tinha!).
O piloto Machado, embora simples praticante, já tinha feito uma carreira ao Oriente, de Lisboa a Macau, a bordo da galera Voadora, do comerciante lisbonense José Nunes de Oliveira.
A ideia deste reforço da tripulação da enviada partiu do piloto Manuel de Oliveira Nobre para o caso de ele ficar incapaz e poder ter substituto, já que a restante tripulação nunca tinha saído das águas da Ria de Olhão…