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Corte de 15% na Função Pública

Rotertinho

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PSD: Ernâni Lopes usaria medida irlandesa no Plano de Austeridade
Corte de 15% na Função Pública

O primeiro dia de jornadas parlamentares do PSD ficou ontem marcado pelo discurso de novo ciclo, de "nova esperança reformista", mas também pelas propostas dos ex--ministros das Finanças Ernâni Lopes e Luís Campos e Cunha.

Na sua intervenção o antigo ministro das Finanças Ernâni Lopes sustentou que se estivesse no Executivo teria seguido o exemplo da Irlanda. "Para sugestão de ordem prática, eu apreciei muito a lógica irlandesa. E era o que faria se tivesse a responsabilidade de enfrentar a situação portuguesa", disse. Ou seja, Ernâni Lopes cortaria pelo menos 15 por cento nos vencimentos "de funcionários públicos, incluindo os ministros".

Já o ex-ministro Campos e Cunha, que só esteve quatro meses no Governo PS, apontou outro caminho para chamar novos quadros à política. Em seu entender, os salários dos políticos poderiam ser calculados em função da média de IRS dos últimos três anos. "Podia ser perfeitamente a média de IRS declarada nos últimos três anos, mais 25 por cento em cima, ou dez por cento", sugeriu.

O líder da bancada do PSD, Miguel Macedo, acusou os socialistas de "desespero", depois das críticas feitas a propósito da golden share na Portugal Telecom e sublinhou: "É cada vez mais claro do que nunca que os portugueses querem mudar de governo e acreditam que Pedro Passos Coelho pode liderar uma nova esperança reformista".

Hoje, o líder do PSD encerra as jornadas e poderá abordar o tema da governabilidade.

CENSURA E VOTOS EM BRANCO

O investigador de ciências sociais Manuel Villaverde Cabral usou ontem, nas jornadas parlamentares do PSD, um registo provocatório para defender que o partido poderia avançar com uma moção de censura. O objectivo seria provar que existe uma "frente popular" entre PS, PCP e BE nas presidenciais e Manuel Alegre.

Por seu turno, Campos e Cunha defendeu ainda uma versão ímpar do sistema político. "Quem votasse em branco funcionaria quase como um partido, como um voto de protesto. O número de deputados seria variável e era possível trazer as pessoas que se resolveram abster para dentro do sistema", defendeu. Por fim, sustentou que as lideranças dos partidos devem estar no Parlamento. Já Vítor Bento, conselheiro de Estado, apontou o combate ao endividamento.


Correio Manha
 
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