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Literatura
Livro ‘Já cá não está quem falou’ reúne textos dispersos de Alexandre O’Neill
Crónicas de Alexandre O'Neill sobre figuras típicas e lugares de Lisboa, entre outros temas, a par de recensões literárias, foram agora reunidas pela primeira vez, no livro "Já cá não está quem falou"
O título da obra foi, segundo a editora, a Assírio & Alvim, «encontrado no espólio do escritor, numa nota manuscrita datável de 1981: JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU/(título para um livro póstumo)».
Encarregado da edição, em parceria com a investigadora Maria Antónia Oliveira, o ensaísta Fernando Cabral Martins disse que «Já cá não está quem falou» pode ser visto como um «livro complementar» de «Uma coisa em forma de assim», publicado em 2004 e que reúne textos de O'Neill escritos nos anos 60, 70 e 80 em vários jornais de Lisboa.
«O que uniformiza os textos - assinalou - é serem todos em prosa. Fundamentalmente, está ali toda a produção jornalística em forma de crónica de Alexandre O'Neill» .
A algumas dessas crónicas, o poeta de De ombro na ombreira associava, mas nunca com propósito meramente ornamental, imagens - fotografias ou desenhos.
Para O'Neill, anotou Cabral Martins, a crónica era «um género aberto», como tal consentindo todos os registos e podendo tratar todo e qualquer tema.
Os livros e os escritores foram também objecto da atenção do poeta, que sobre eles escreveu, por exemplo, no Jornal de Letras.
Cabral Martins mencionou, entre outros incluídos no livro, um texto «muito engraçado», e praticamente desconhecido, escrito por O'Neill sobre Teixeira de Pascoaes, que conhecera e admirava.
As questões de política nacional e internacional também não lhe foram estranhas e, neste caso, no período que se seguiu ao 25 de Abril , o teor da crónica o'neilliana, assinalou o ensaísta, «liberta-se, torna-se mais empenhado politicamente».
Sobre esta edição, a Assírio & Alvim informou que os textos aparecem dispostos cronologicamente, à excepção das recensões a livros.
De cada um desses textos, «no caso de ocorrerem várias publicações, é escolhida a última», menos nos casos de «O clube dos talentosos» e «Histórias quadradinhas», «dos quais foi escolhida a primeira versão, por ser notavelmente mais extensa».
Um dos grandes nomes da poesia portuguesa do século XX, Alexandre O'Neill nasceu em Lisboa em 1924 e nesta mesma cidade morreu em 1986, deixando uma obra repartida pela poesia e pela crónica em que se destacam títulos como «No reino da Dinamarca», «Poemas com endereço», «Abandono vigiado», «Feira cabisbaixa», «De ombro na ombreira», «Entre a cortina e a vidraça», «As andorinhas não têm restaurante» e «Uma coisa em forma de assim».
Textos de sua autoria dispersos por jornais têm vindo a ser recolhidos e publicados pela Assírio & Alvim.
Lusa / SOL
Livro ‘Já cá não está quem falou’ reúne textos dispersos de Alexandre O’Neill
Crónicas de Alexandre O'Neill sobre figuras típicas e lugares de Lisboa, entre outros temas, a par de recensões literárias, foram agora reunidas pela primeira vez, no livro "Já cá não está quem falou"
O título da obra foi, segundo a editora, a Assírio & Alvim, «encontrado no espólio do escritor, numa nota manuscrita datável de 1981: JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU/(título para um livro póstumo)».
Encarregado da edição, em parceria com a investigadora Maria Antónia Oliveira, o ensaísta Fernando Cabral Martins disse que «Já cá não está quem falou» pode ser visto como um «livro complementar» de «Uma coisa em forma de assim», publicado em 2004 e que reúne textos de O'Neill escritos nos anos 60, 70 e 80 em vários jornais de Lisboa.
«O que uniformiza os textos - assinalou - é serem todos em prosa. Fundamentalmente, está ali toda a produção jornalística em forma de crónica de Alexandre O'Neill» .
A algumas dessas crónicas, o poeta de De ombro na ombreira associava, mas nunca com propósito meramente ornamental, imagens - fotografias ou desenhos.
Para O'Neill, anotou Cabral Martins, a crónica era «um género aberto», como tal consentindo todos os registos e podendo tratar todo e qualquer tema.
Os livros e os escritores foram também objecto da atenção do poeta, que sobre eles escreveu, por exemplo, no Jornal de Letras.
Cabral Martins mencionou, entre outros incluídos no livro, um texto «muito engraçado», e praticamente desconhecido, escrito por O'Neill sobre Teixeira de Pascoaes, que conhecera e admirava.
As questões de política nacional e internacional também não lhe foram estranhas e, neste caso, no período que se seguiu ao 25 de Abril , o teor da crónica o'neilliana, assinalou o ensaísta, «liberta-se, torna-se mais empenhado politicamente».
Sobre esta edição, a Assírio & Alvim informou que os textos aparecem dispostos cronologicamente, à excepção das recensões a livros.
De cada um desses textos, «no caso de ocorrerem várias publicações, é escolhida a última», menos nos casos de «O clube dos talentosos» e «Histórias quadradinhas», «dos quais foi escolhida a primeira versão, por ser notavelmente mais extensa».
Um dos grandes nomes da poesia portuguesa do século XX, Alexandre O'Neill nasceu em Lisboa em 1924 e nesta mesma cidade morreu em 1986, deixando uma obra repartida pela poesia e pela crónica em que se destacam títulos como «No reino da Dinamarca», «Poemas com endereço», «Abandono vigiado», «Feira cabisbaixa», «De ombro na ombreira», «Entre a cortina e a vidraça», «As andorinhas não têm restaurante» e «Uma coisa em forma de assim».
Textos de sua autoria dispersos por jornais têm vindo a ser recolhidos e publicados pela Assírio & Alvim.
Lusa / SOL