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O ferimento na perna de Sampath estava inflamado há sete meses. Ele já tinha ido a vários médicos particulares, a hospitais do Governo, a hospitais filantrópicos, mas a ferida
não mostrava nenhuma melhora. Ele perdeu o emprego na bicicletaria, pois o dono resolveu que não ia tolerar mais faltas. Sampath estava enterrado em dívidas.
Um dia, indo até a cidade, encontrou Meera, a agente de saúde do lugar, voltando de suas aulas. Sampath contou a ela seu problema. Meera escutou pacientemente, fez algumas perguntas sobre a ferida e disse para ele experimentar uma erva medicinal que ela havia estudado há pouco tempo. Explicou como devia retirar, de maneira higiênica, a polpa de um mamão verde (a polpa contém uma enzima, chamada papaína, que elimina o tecido necrosado sem atacar o tecido vivo). Aplicar sobre a ferida, prendendo com um pano, e deixar durante uma noite. Depois que a superfície ficasse limpa - provavelmente na manhã seguinte - ele devia passar, durante uma semana, uma frutinha escura moída. (Terminalia chebula). Esta planta é parente de nossa Amendoeira-da-praia (Terminalia catappa), cujos frutos contêm a mesma substância (um tanino) de efeito cicatrizante.
Sampath resolveu experimentar, mesmo não acreditando muito. Já na manhã seguinte a ferida parecia mais limpa do que há muitos meses; a casca tinha saído. Ele então começou a passar a frutinha cuidadosamente. Depois de dez dias, a ferida estava completamente curada.
Neste mesmo mês, outro homem da cidade vizinha, que tinha uma ferida antiga, foi procurar Meera para ser tratado. Ela ficou conhecida como "a doutora das feridas" depois que tratou da perna de Sampath.