Dietas de A a Z: descubra o que escondem

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Muitos regimes prometem um emagrecimento rápido e sem esforço. Mas não há receitas milagrosas. Algumas são mesmo perigosas para a saúde. O nosso glossário revela o que está por trás de algumas dietas da moda.

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Antes de começar qualquer dieta, confirme se precisa mesmo emagrecer. O Índice de Massa Corporal (IMC) indica se está dentro do peso de referência, de acordo com a sua altura.

O mais importante, ao adotar qualquer dieta, é garantir que se baseia numa alimentação equilibrada e variada. Quem tem um estilo de vida relativamente sedentário não deve ingerir menos de 1200 ou 1500 quilocalorias por dia, conforme seja mulher ou homem, respetivamente. Praticar exercício físico com regularidade também é essencial.

A-B

Atkins
Na dieta de Atkins (ou regime baixo em hidratos de carbono) ficam de fora o pão, a massa, os legumes, a fruta, o arroz e alguns laticínios (como o leite e o queijo fresco). Pode comer 2 saladas pequenas por dia, queijos curados, proteínas e gorduras à vontade (incluindo os enchidos, as carnes e os molhos). Para beber, apenas são permitidas a água e as bebidas sem açúcar.

Na segunda semana, os hidratos de carbono voltam às refeições, primeiro em quantidades pequenas, que aumentam gradualmente. Mas as calorias diárias associadas à ingestão desse grupo de alimentos não podem ultrapassar os 10% do total energético, muito aquém do recomendável (que varia entre 45 e 60 por cento). De resto, 30% das calorias devem provir das proteínas e 60% das gorduras.

Numa fase inicial, consegue perder peso rapidamente com esta dieta. Mas é perigosa, principalmente para o sistema cardiovascular. O organismo elimina sobretudo músculo e líquidos. Por outro lado, há um aumento da quantidade de lípidos no sangue. Trata-se de uma alimentação desequilibrada e não recomendada por:

-agravar o risco de acidentes cardiovasculares e de hipoglicémia;
-sobrecarregar o funcionamento do fígado e dos rins;
-induzir a cetose, que é o processo de queima das reservas de gordura. Apesar de ser o efeito pretendido, leva à diminuição de apetite, que pode -provocar náuseas, fadiga e apatia;
-desencadear o consumo das reservas de glicogénio pela falta de açúcares e potenciar o aparecimento de cãibras;
-poder causar prisão de ventre pela pouca ingestão de fibras;
-maximizar a carência de vitaminas e de minerais.

C-D

Dissociada
Na dieta dissociada pode comer de tudo, mas não ao mesmo tempo. Os seus defensores afirmam que, se espaçar o tempo entre uma refeição com proteínas e outra com hidratos de carbono, consegue perder 1 quilo por semana. As gorduras, as ervas aromáticas e os vegetais pertencem a um grupo neutro, pelo que podem ser combinados com os outros alimentos.

Mas a eficácia desta dieta é discutível. O nosso organismo precisa em simultâneo dos macronutrientes (proteínas, gorduras e hidratos de carbono) e dos micronutrientes (vitaminas e sais minerais). O regime baseia-se na falsa teoria de que os alimentos engordam quando se realizam determinadas combinações, por exemplo, gorduras e hidratos de carbono (é o caso das batatas fritas) ou proteína e hidratos de carbono (como o queijo e o pão), independentemente do aporte calórico.

Dukan
A dieta do nutricionista francês Pierre Dukan tem 4 fases. Durante a primeira, pode comer apenas alimentos proteicos (carne de vaca, peixe e marisco). Na segunda, os legumes são adicionados às refeições. A terceira fase é a da consolidação do peso perdido. São reintroduzidos alguns alimentos excluídos, como o pão, os queijos, as massas, o arroz, a fruta e a batata. A quarta fase é a da estabilização. Pode voltar a fazer uma alimentação normal desde que siga 3 regras obrigatórias: repetir 1 vez por semana a ementa da fase 1 (comer só proteínas); ingerir diariamente 3 colheres de sopa de farelo de aveia e andar 20 minutos por dia.

Esta dieta promete um emagrecimento dramático e duradouro. Tem vindo a ganhar adeptos devido a uma forte estratégia de marketing, apoiada pelo lançamento de vários livros da autoria de Pierre Dukan.

Mas a Agência de Segurança Alimentar e Nutrição francesa já alertou para os efeitos nocivos deste regime desequilibrado. Chegou mesmo a associá-lo ao possível desenvolvimento de doenças cancerígenas e cardiovasculares a longo prazo. São mais os riscos do que as vantagens num processo de emagrecimento rápido:

-além de gordura, perde muita massa muscular e, com ela, força e saúde;
-após uma privação severa, o organismo reage, assimilando melhor as calorias. O corpo usa a breve pausa concedida para reconquistar as reservas perdidas. Nessa fase, corre o risco de recuperar os quilos perdidos e ficar com mais peso do que antes;
como há uma grande perda de água, o fígado e os rins são obrigados a trabalhar intensamente para eliminar os resíduos;
-o fígado passa a produzir maiores quantidades de corpos cetónicos. Estes são compostos químicos que, a partir de certos níveis, tornam-se tóxicos para as células nervosas;
-a falta de fibras, de vitaminas e de minerais pode provocar prisão de ventre;
-a falta de açúcares potencia o surgimento de cãibras musculares e de fadiga;
-o próprio Pierre Dukan admite que a dieta tem efeitos secundários, como o mau hálito e a sensação geral de cansaço.
A exclusão dos hidratos de carbono provoca, primeiro, uma grande perda de água e depois de massa muscular. Só na fase final é eliminada a gordura. É um regime desaconselhado por ser restritivo e ter efeitos indesejáveis.

Drenantes
Os drenantes, ou diuréticos, diminuem o peso à custa da perda de água e não da massa gorda. Normalmente são feitos à base de chicória, pés-de-cereja, alcachofra, dente-de-leão ou oliveira. Os laxantes também são de evitar porque não eliminam a gordura, apenas as fezes. Não deve tomar estes produtos sem prescrição médica.

Esteja ainda atento às substâncias que prometem efeitos desintoxicantes através da ação de extratos de plantas, como a urtiga-branca e o funcho. Regra geral, não são indicadas as toxinas que prometem eliminar.










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E-F

Emagrecimento localizado
São dietas que prometem emagrecer uma zona específica do corpo (nádegas, coxas ou barriga) graças à ingestão de determinados alimentos.

Segundo os seus defensores, numa alimentação com limitação calórica o organismo vai buscar energia às suas reservas, situadas em depósitos de gordura. Normalmente esses reservatórios estão nas nádegas, nas coxas e na barriga. Não é à toa que essas áreas são o pesadelo de quem quer emagrecer.

A cintura e a barriga são as zonas onde o organismo mais facilmente assimila energia. Só depois recorre à gordura mais estável que, no caso das mulheres, está nas ancas, nas coxas e na região glútea.

Mas a distribuição da gordura depende de vários fatores, como a constituição hormonal. No caso das mulheres tem influência, por exemplo, estar ou não no período da menopausa ou ter problemas nos ovários.

Não há dietas que se dirijam a uma parte específica do corpo. O exercício localizado é a melhor solução porque reforça os músculos, logo, o corpo ganha mais definição.

Excessivamente hipocalórica (ou muito restritiva)
Propõe uma ingestão calórica muito reduzida, entre 600 a 900 quilocalorias por dia. É o caso dos regimes à base de um alimento, como a dieta do iogurte, do morango, da maçã ou da salada, que prometem fazer perder “x quilos numa semana” ou “até ao verão”.

Os defensores desta alimentação argumentam que a restrição calórica leva o organismo a usar as reservas de gordura. O emagrecimento é certo. Mas se esse corte for abrupto, primeiro o corpo vai buscar a energia aos músculos e só depois chega às gorduras. Este processo provoca atrofia muscular, faz o organismo produzir acetona e eleva a quantidade de ácido úrico. A transformação é acompanhada de desidratação. A balança pode mostrar que está a perder peso, mas o emagrecimento não é feito à custa da gordura.

Num regime saudável, recomenda-se que as mulheres ingiram pelo menos 1200 quilocalorias por dia, e os homens 1500. São valores muito acima dos defendidos pelas dietas hipocalóricas, que são desaconselhadas.

G-J

Grupo sanguíneo
A dieta do grupo sanguíneo (ou do Dr. D‘Adamo) recomenda que a alimentação seja definida em função do grupo sanguíneo da pessoa: A, B, AB ou O.

Mas não há um argumento científico por trás desta premissa. É um regime desequilibrado e desaconselhado. Se for seguido por muito tempo pode levar a carências.

Hiperproteica
Também conhecida como dieta proteica, baseia-se no consumo quase exclusivo de proteínas. A ideia é limitar ao máximo a ingestão de gorduras e de hidratos de carbono para que o organismo queime as reservas. Este processo chama-se cetose e tem a vantagem de fazer desaparecer a sensação de fome.

Mas o regime não está isento de riscos. É indispensável tomar um suplemento de vitaminas e de minerais. Há contraindicações para pessoas com insuficiência cardíaca. Além disso, não corrige os maus hábitos alimentares. Por isso, os quilos que perde rapidamente podem regressar logo que volte à alimentação normal. É uma dieta a evitar.






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K-M

Monotemática
Nas dietas monotemáticas (ou monodietas) só é permitido um tipo de alimento durante um ou mais dias. Por exemplo, durante uma semana come apenas iogurte, batidos ou sopa. Geralmente não há horários fixos nem limites para as quantidades que pode ingerir.

Com este regime, é possível obter resultados surpreendentes em pouco tempo. Mas é uma alimentação desequilibrada. Só permite comer proteínas (na mesma lógica da dieta hiperproteica) ou quantidades reduzidas de calorias (como a dieta hipocalórica). Mas o nosso organismo precisa de todos os nutrientes. Cada um tem funções específicas e importantes, não importa quantas calorias fornecem. É uma dieta com inúmeras carências de proteínas, vitaminas e minerais. A médio prazo, é perigosa.

Montignac
Na família das dietas dissociadas, a de Montignac é a mais famosa. Proíbe juntar as gorduras e os hidratos de carbono na mesma refeição (torradas com manteiga ou batatas fritas são para esquecer). O açúcar é excluído. Apenas são permitidos pratos que combinem hidratos de carbono com proteínas ou gorduras com proteínas. Também pode comer fruta, desde que não seja à sobremesa.

Para o autor desta dieta, Frenchman Michel Montignac, os hidratos de carbono produzem uma descarga de insulina que leva as gorduras a acumularem-se nos depósitos do corpo. Evitar ingerir esses nutrientes em simultâneo torna mais difícil a concentração da gordura, que primeiro vai ser usada como fonte de energia.

No entanto, não há uma base científica que comprove esse processo. Se há calorias em excesso, acumulam-se. Se o corpo precisa delas, usa-as.

O êxito da dieta pode estar no facto de reduzir a quantidade de alimentos ingeridos, uma vez que as combinações permitidas são pouco atrativas. Mas é um regime pobre em hidratos de carbono, que diminui as reservas de glicogénio e de proteínas e provoca a perda da massa muscular. É também rico em gorduras, com efeitos nocivos à saúde cardiovascular.

N-P

Pontos
Nesta dieta (em inglês weight watchers, ou vigilantes do peso), os alimentos mais magros dão poucos pontos e os mais calóricos pontuam muito. Por exemplo, um iogurte magro equivale a 0,5 pontos e um bolo com creme a 4,5. Pode comer fruta e verduras à vontade, já que são alimentos neutros.

Cada pessoa tem um limite de pontos para gastar diariamente. Varia entre 18 e 30 e depende do peso, de ser homem ou mulher e de querer seguir uma dieta mais ou menos restritiva.

A vantagem deste método é que não há alimentos proibidos. Os pontos que não usados num dia são guardados para uma ocasião especial (como um aniversário). Caso ultrapasse o limite diário, pode recuperar nos dias seguintes. E se fizer exercício físico, recebe um bónus.

Este regime é equilibrado: baseia-se na quantidade de calorias e inclui a presença dos vários nutrientes. Mas desvaloriza as calorias ingeridas ao comer fruta.

Deve ter cuidado com outras versões da dieta dos pontos. Algumas são hiperproteicas, por isso, não devem ser seguidas por muito tempo.

Produtos milagrosos
Alguns pós, pastilhas, roupas ou plantas à venda em lojas dietéticas prometem fazer perder peso rapidamente e sem esforço. Mas não se deixe enganar. São ineficazes, podem incluir substâncias perigosas para a saúde e todos fazem gastar dinheiro desnecessariamente.








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Q-Z

Queima-gorduras
Há produtos que alegam ter um efeito queima-gorduras por serem feitos à base de estimulantes, como o ginseng, o chá verde, o guaraná, a cola, o cacau e a erva-mate. Mas os estudos científicos mostram que seriam necessárias grandes quantidades para haver um efeito metabólico que fizesse perder peso. A tais proporções, o ritmo cardíaco subiria para níveis perigosos.

Outro argumento de venda passa pelas substâncias que reduzem a capacidade de o organismo acumular ou absorver a gordura. É o caso da Garcinia cambogia (planta que contém ácido hidroxicítrico), da casca de laranja e do chitosano (extrato de casca de caranguejo). Mas não há provas suficientes de que são eficazes no processo de emagrecimento.

Redutores de peso
Alguns produtos afirmam reduzir o peso por conterem CLA (sigla em inglês para conjugated linoleic acid, ou seja, ácidos linoleicos conjugados), que está presente sobretudo na carne de vaca e nos laticínios. Mas não está provada a sua ação no emagrecimento, muito menos na transformação de massa gorda em massa muscular.

Outros produtos são feitos à base de L-carnitina, um aminoácido fundamental na oxidação dos ácidos gordos. Neste caso, também não há provas de que elimine as gorduras.

Se tiverem fibras, alguns redutores de peso, como o extrato de maçã ou de pêssego, ajudam a diminuir o índice glicémico, mas não reduzem as calorias. Também não estão comprovados os efeitos da beringela, do limão, do vinagre de maçã e da vitamina B6.

Substitutos das refeições
Como o nome diz, são produtos alimentares desenvolvidos para substituir uma ou mais refeições por dia. Vêm em forma de sopas, batidos ou barritas. Se forem comidos em certas alturas, fazem desaparecer a fome, evitam a tentação de saltar refeições e fornecem os nutrientes de base com poucas calorias.

Mas estes alimentos não são aconselhados numa dieta de longa duração. Por norma, não são equilibrados. Além disso, não corrigem os erros alimentares, ou seja, pode voltar a ganhar os quilos perdidos.

Suplementos alimentares
Muitos prometem emagrecer por conterem CLA, chá verde, L-carnitina, cacau, chitosan, entre outros. Mas o efeito destas substâncias no emagrecimento real ainda não está comprovado. Algumas até podem conter substâncias diuréticas ou laxantes incompatíveis com o emagrecimento saudável.

Recentemente a Comissão Europeia criou um registo europeu que informa quais são as substâncias autorizadas e quais desencadearam processos de reivindicação.










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