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A reunião deste sábado foi breve, tendo apenas dois pontos na agenda: a avaliação da estabilidade financeira na UE e a análise das iniciativas legislativas em matéria de reforma do setor financeiro.
"Há uma ideia, um consenso, de que é bom que, pouco a pouco, as instituições financeiras vão aumentando o seu capital para cumprir os requisitos", sublinhou à saída a vice-primeira-ministra espanhola, Elena Salgado, explicando que "não há nenhum número" concreto para essa recapitalização.
A responsável espanhola acrescentou que, em termos de perdas em dívida soberana, o FMI (Fundo Monetário Internacional) "já não fala" do número de 200 mil milhões de euros.
Salgado revelou ainda que o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, indicou durante a reunião que o BCE tem quantias de liquidez de quantia limitada mas apenas no curto prazo. Não sendo “ótimo", a governante espanhola considera que as necessidades da banca estão desta forma garantidas.
Num ponto que deixa a situação europeia em suspenso, Elena Salgado lamentaria por outro lado o facto de o Ecofin não ter sido capaz de chegar a consenso quanto a "medidas para fortalecer o setor financeiro em vários âmbitos", pelo que deixou o alerta para a necessidade de "acelerar a aprovação de todas estas reformas", nomeadamente no reforço da supervisão por parte das autoridades nacionais e europeias, homogeneização dos testes de solvência e implementação de testes mais rigorosos para as entidades mais sistémicas.
Solução para Atenas só em outubro
Um dos falhanços da reunião foi a incapacidade manifestada pelos ministros da Finanças da União Europeia para colocar um ponto final na questão do desbloqueamento da nova tranche de assistência à Grécia.
A única decisão sobre este impasse foi adiar uma solução para o mês de outubro.
Portugal quase bem
O encontro começou bem para Portugal, com muitos elogios dos países da Zona Euro à forma como tem sido implementado o programa de ajustamento. A notícia sobre o buraco financeiro na Madeira teve no entanto um impacto negativo entre os responsáveis europeus.
Com o ministro das Finanças Vítor Gaspar remetido ao silêncio, foram outras as reações que se fizeram ouvir de Wroclaw. O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, manifestou-se surpreendido com as notícias sobre a Madeira, sendo logo após acompanhado pelo comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, que lamentou "uma surpresa que não é, de todo, bem-vinda".
Trichet responde a Geithner
Numa resposta a apreciações do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, presente na reunião, Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, declarou que a Zona Euro está em melhor situação económica do que outros grandes países desenvolvidos.
"No conjunto, a UE e a Zona Euro estão numa situação provavelmente melhor do que as economias de outros grandes países desenvolvidos", apontou Trichet, depois de Geithner ter pedido à Zona Euro para acabar com as divisões sobre os meios de resolução da crise e para que a UE faça uma maior aposta no seu Fundo de Assistência Financeira para os países mais frágeis.
Reconhecendo que "houve erros ao nível dos países individualmente, mas estão a ser corrigidos", Trichet lembrou que o défice da Zona Euro ficará em torno de 4,5 por cento do PIB este ano, enquanto "em outras importantes economias desenvolvidas é de cerca de 10 por cento", numa clara alusão ao facto de os Estados Unidos preverem um défice de 8,8 por cento do PIB este ano.