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Encadernador restaura livros e faz cadernos com capas de couro, tecido, aço e disquetes
Um encadernador da Guarda, que restaura livros e documentos, contorna a pouca procura dos serviços com o fabrico de cadernos originais, com capas feitas de materiais tão diversos como disquetes de computador, couro, tecido e aço.
Nuno Tavares, 40 anos, encadernador na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda, tem também uma oficina em casa, onde trabalha, por conta própria, aos fins-de-semana e fora das horas de serviço.
Apaixonado pela arte da encadernação, supera os escassos pedidos de restauro com a criação de livros em branco e blocos de notas, que designa por «livrecos», que servem para «apontar a vida», define.
Contou à agência Lusa que faz as obras com as mesmas técnicas artesanais «de há 100 ou 200 anos» e que, na feitura das capas, utiliza «materiais únicos».
Couro, fragmentos de calças de ganga e de bombazina, de blusões e de camisas de ganga, papel de parede, disquetes de computador e chapas de aço, foram alguns dos materiais já utilizados nas suas criações.
«Geralmente, [utilizo] tudo o que der para encadernar», assegurou o artesão, que teve o primeiro contacto com a arte em 1998/99, quando frequentou um curso de formação profissional.
Após o curso, por brincadeira, fez livros de apontamentos para os amigos, que «gostaram» do trabalho e o incentivaram a continuar.
Mais tarde, criou a oficina, onde fabrica os cadernos originais e «livros de honra» para instituições, faz encadernações, restauros de livros e de documentos.
Também executa obras personalizadas, ao gosto do cliente, destacando a encomenda de um livro em papel de aguarela, com a capa em pele e as iniciais da proprietária gravadas.
Apesar da crise, Nuno Tavares não se queixa do negócio dos «livrecos», referindo que «têm tido bastante saída, porque são únicos.
Não há dois iguais, são feitos com carinho, com sabedoria secular e com materiais únicos».
Divulga as obras, que vende a partir de cinco euros, em feiras e na internet.
O encadernador tem actualmente em mãos o projecto de restauro de um missal da paróquia de Penaverde, concelho de Aguiar da Beira, que consumirá «cerca de 60 horas de trabalho» até ficar pronto.
«No final do restauro, ficará como novo», assegura.
Para Nuno Tavares, todos os livros são iguais e têm o mesmo valor, assegurando que trata da mesma forma «um livro infantil que custa 30 cêntimos, como um missal romano que custa cerca de 200 euros».
O artesão queixa-se que os computadores e os documentos digitais «estragaram o negócio» da encadernação dos livros.
Tirando paróquias e escolas, praticamente só «pessoas mais antigas, que sabem dar valor aos livros» ou que herdaram obras dos antepassados, procuram o seu serviço.
Desafiado a definir as características necessárias para um bom desempenho da sua profissão, Nuno Tavares não hesitou: «trabalho, paciência e gosto».
SOL
Um encadernador da Guarda, que restaura livros e documentos, contorna a pouca procura dos serviços com o fabrico de cadernos originais, com capas feitas de materiais tão diversos como disquetes de computador, couro, tecido e aço.
Nuno Tavares, 40 anos, encadernador na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda, tem também uma oficina em casa, onde trabalha, por conta própria, aos fins-de-semana e fora das horas de serviço.
Apaixonado pela arte da encadernação, supera os escassos pedidos de restauro com a criação de livros em branco e blocos de notas, que designa por «livrecos», que servem para «apontar a vida», define.
Contou à agência Lusa que faz as obras com as mesmas técnicas artesanais «de há 100 ou 200 anos» e que, na feitura das capas, utiliza «materiais únicos».
Couro, fragmentos de calças de ganga e de bombazina, de blusões e de camisas de ganga, papel de parede, disquetes de computador e chapas de aço, foram alguns dos materiais já utilizados nas suas criações.
«Geralmente, [utilizo] tudo o que der para encadernar», assegurou o artesão, que teve o primeiro contacto com a arte em 1998/99, quando frequentou um curso de formação profissional.
Após o curso, por brincadeira, fez livros de apontamentos para os amigos, que «gostaram» do trabalho e o incentivaram a continuar.
Mais tarde, criou a oficina, onde fabrica os cadernos originais e «livros de honra» para instituições, faz encadernações, restauros de livros e de documentos.
Também executa obras personalizadas, ao gosto do cliente, destacando a encomenda de um livro em papel de aguarela, com a capa em pele e as iniciais da proprietária gravadas.
Apesar da crise, Nuno Tavares não se queixa do negócio dos «livrecos», referindo que «têm tido bastante saída, porque são únicos.
Não há dois iguais, são feitos com carinho, com sabedoria secular e com materiais únicos».
Divulga as obras, que vende a partir de cinco euros, em feiras e na internet.
O encadernador tem actualmente em mãos o projecto de restauro de um missal da paróquia de Penaverde, concelho de Aguiar da Beira, que consumirá «cerca de 60 horas de trabalho» até ficar pronto.
«No final do restauro, ficará como novo», assegura.
Para Nuno Tavares, todos os livros são iguais e têm o mesmo valor, assegurando que trata da mesma forma «um livro infantil que custa 30 cêntimos, como um missal romano que custa cerca de 200 euros».
O artesão queixa-se que os computadores e os documentos digitais «estragaram o negócio» da encadernação dos livros.
Tirando paróquias e escolas, praticamente só «pessoas mais antigas, que sabem dar valor aos livros» ou que herdaram obras dos antepassados, procuram o seu serviço.
Desafiado a definir as características necessárias para um bom desempenho da sua profissão, Nuno Tavares não hesitou: «trabalho, paciência e gosto».
SOL