Energia De MoÇambique Atrai Portugueses

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ENERGIA DE MOÇAMBIQUE ATRAI PORTUGUESES

Na próxima segunda-feira, o Presidente da República inicia a sua visita oficial de três dias a Moçambique, numa comitiva com 40 empresários e gestores. Um país que, nos últimos anos, não esteve nas principais rotas do investimento directo português no estrangeiro, embora continuasse a ser um importante destino das exportações nacionais e apesar de no ano passado os números já evidenciarem sinais de mudança no paradigma das relações económicas entre os dois países. E na visita de Cavaco Silva, o sector da energia estará em destaque, com investimentos de empresas como a Galp, Visabeira e Martifer.

Para já, contam os números da Câmara de Comércio Portugal-Moçambique, que revelam que dos 192 projectos de investimento directo estrangeiro apresentados, em 2007, em Moçambique, 21 eram portugueses. E de um total de 8 mil milhões de dólares de investimentos (5,1 mil milhões de euros), 54,5 milhões de dólares tinham origem nacional. E se olharmos para os números do Banco de Portugal, relativos a 2006 e 2007, verificamos que o investimento português naquele país entrou em movimento ascendente. É caso para perguntar: Então o que mudou? Mudou muita coisa, diz o presidente da Câmara de Comércio Portugal Moçambique, Daniel Pedrosa.

"Mudou a situação económica do país, a legislação, que hoje é mais favorável ao investimento estrangeiro, e melhoraram as acessibilidades. Há ainda dois aspectos que constituem uma viragem, ou marcos históricos, na vida de Moçambique e que abrem novas perspectivas para as empresas portuguesas", diz. Daniel Pedrosa refere que um foi a resolução do problema da barragem de Cahora Bassa e outro é a construção da ponte sobre o rio Zambeze, que liga o Norte ao Centro do país, permitindo uma circulação, mais razoável, de pessoas e mercadorias entre as suas várias regiões. "Até à construção desta ponte havia três mercados regionais dentro de Moçambique", refere. E curiosamente, a ponte está a ser construída por uma empresa portuguesa, a Mota/Engil, sublinha o empresário.

Quanto a Cahora Bassa, estando esta nas mãos dos moçambicanos e tendo HCB - Hidroeléctrica de Cahora Bassa boas perspectivas de fornecimentos de energia para os países vizinhos, isso pode levar o Governo a acelerar outros projectos no sector da energia, nomeadamente novas centrais hidroeléctricas. Investimentos constituem oportunidades para as empresas portuguesas, não só para as do sector da construção, mas também para as da energia.

"Moçambique é um dos países da região com um potencial hidroeléctrico elevado. Além de que pode ser também um grande produtor de oleaginosas para os biocombustíveis", realça Daniel Pedrosa. Dois aspectos que ressaltam também aos olhos dos investidores nacionais que acompanham Cavaco Silva na viagem a Moçambique. Galp, Visabeira, Efacec e Martifer são algumas das empresas que integram a comitiva e cujo objectivo é desenvolver negócios no sector. A Galp e a Visabeira vão assinar, no decurso da visita, uma parceria com um sócio moçambicano para o desenvolvimento conjunto de um projecto agro-industrial no Norte de Moçambique para produção de matéria-prima para biocombustíveis. Um investimento de 80 milhões de dólares (50 milhões de euros), a realizar em sete anos, disse ao DN fonte da Visabeira, já a Galp não comenta. O projecto abrange o cultivo de oleaginosas, numa área total de 100 mil hectares, dos quais 50 mil serão explorados directamente pela empresa criada pelos três sócios, a MoçamGalp, e outros 50 mil serão explorados em regime de fomento rural (famílias moçambicanas são as responsáveis pela exploração agrícola). Mas o projecto prevê também a construção de uma unidade para a produção de biodiesel. O acordo que já estava previsto para ser assinado no decurso da Cimeira UE-África, que decorreu em Novembro em Lisboa, só que o projecto ainda estava numa fase pouco avançada, refere a mesma fonte da Visabeira.

A Martifer, por seu lado, iniciou a actividade no mercado moçambicano em Fevereiro de 2008, e vai investir já este ano 1,5 milhões de euros naquele país que pretende que seja o seu terceiro pilar para a produção de biocombustíveis. Fonte oficial da empresa não exclui a possibilidade de a Martifer poder vir a explorar outros negócios no sector das energias.

A Efacec já está há alguns anos em Moçambique, mas hoje vê outras oportunidades e também não quer desperdiçá-las. Quem o diz é o presidente da empresa. Luís Filipe Pereira, em declarações ao DN admitiu que a empresa quer posicionar-se como um potencial fornecedor de Cahora Bassa e de futuros projectos hidroeléctricos. Negócios em marcha que podem beneficiar das boas relações existentes entre os chefes de Estado dos dois países.|


ANA TOMÁS RIBEIRO
PEDRO SÁ DA BANDEIRA-LUSA
 

jairobel

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Há de se aproveitar as oportunidades, Portugal, as empresas e a Economia Portuguesa tem só tem a ganhar com essas parcerias!:6_15_221:
 
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