Energia eólica vai ajudar a preservar o lobo ibérico

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Energia eólica vai ajudar a preservar o lobo ibérico

Por cada megawatt produzido, três empresas ligadas à exploração eólica estão a contribuir com financiamentos para a recuperação e preservação do lobo ibérico e dos seus habitats naturais. Uma iniciativa inédita em Portugal, que está aberta a outros grupos com empreendimentos eólicos no país.
Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico nas Serras da Arada, Freita e Montemuro é o nome da agremiação, com sede em Esposende, cujas empresas possuem parques eólicos nos relevos de Montemuro (Lamego, Cinfães, Resende, Castro Daire), Freita e Arada. O objectivo principal passa por "apoiar ou desenvolver projectos na área da conservação da natureza, em especial, na gestão do habitat do lobo ibérico".

A sua constituição resultou de uma das medidas exigidas pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) às firmas que estão a fazer investimentos neste sector das energias renováveis. Os sócios fundadores da associação são a Eólica do Montemuro S.A, Eólica da Cabreira, S.A. (que tem à frente o antigo ministro do Ambiente Carlos Pimenta) e Eólica da Arada, S.A.- Empreendimentos Eólicos da Serra da Arada.

A associação é bem vista pelo director do Parque Natural do Alvão, Henrique Pereira. "O Parque Natural do Alvão também tem uma parte de responsabilidade nisto, enquanto membro do ICN, e uma das questões que nos preocuparam muito era a recuperação do habitat do lobo, na Serra de Montemuro. Pelo facto de o número de alcateias que existem a sul do rio Douro ser reduzido e pelo receio que temos que, se nada for feito em termos de habitat, elas possam correr sérios perigos de extinção".
De acordo com o responsável, "o surgimento desta agremiação resulta de uma das medidas exigidas por parte do ICN às empresas que estão a fazer investimentos nos parques eólicos. "Assim, por cada megawatt instalado, tem de se atribuir uma verba que permita financiar projectos de recuperação do habitat do lobo".

Apurámos que, depois de amanhã, a associação vai reunir com o ICN e fazer já a análise dos projectos apresentados ". Juntas de freguesia, associações ligadas à área do ambiente e comissões de baldios são agentes que podem apresentar iniciativas, que passam por ajudar o lobo a ter uma auto-suficiência do ponto de vista alimentar", disse, ao JN, Henrique Pereira.
Assim, poderão ser financiados projectos que passarão pelas reflorestações naturais das serras, nomeadamente, pela introdução de espécies de folha caduca, como carvalhos, sobreiros e outras árvores. "Se um dia não é recuperado este equilíbrio, a espécie está seriamente ameaçada", avisou Henrique Pereira.

Serão também promovidos projectos para o repovoamento equilibrado de espécies de que o lobo se alimenta, nomeadamente, veados e corços. Refira-se que vários projectos podem já ser implementados neste ano.
A associação tem ainda como objectivo colaborar ou filiar-se noutros organismos nacionais ou internacionais, entre outras actividades.
 
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