Epilepsia: Uma dieta terapêutica

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Epilepsia: Uma dieta terapêutica

É amplamente reconhecido que uma alimentação saudável traz muitos benefícios para o organismo, contudo, há situações em que uma alimentação com características particulares pode mesmo ter um efeito terapêutico: é o que acontece com a chamada dieta cetogénica, em doentes com epilepsia.

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Uma alimentação saudável – isto é, variada e equilibrada – é essencial para a saúde e bem-estar do organismo, possuindo reconhecidos benefícios a nível da prevenção de doenças. Há, contudo, situações em que a alimentação pode desempenhar um papel mais específico, chegando mesmo a ter efeitos terapêuticos: é o que acontece com a designada dieta cetogénica, um plano nutricional orientado por médicos especialistas reconhecido como tendo uma influência positiva na prevenção das convulsões características da epilepsia.

Importa, antes de mais, saber em que consiste esta dieta. Trata-se de um esquema nutricional instituído, em situações particulares, por médicos especialistas, rico em gordura, com baixo teor de hidratos de carbono (açúcares) e quantidades adequadas de proteínas. A maioria dos especialistas considera que esta dieta é uma boa alternativa em doentes que não toleraram os efeitos secundários causados pela medicação, especialmente em crianças, ou quando dois ou mais medicamentos falharam no controlo das crises.

O mecanismo de ação da dieta cetogénica ainda não está bem estabelecido mas estão em curso vários estudos, com o objectivo de clarificá-lo. Sabe-se, no entanto que, quando a principal fonte de energia disponível são as gorduras, o organismo produz os chamados corpos cetónicos que se supõe terem influência no controlo das crises epilépticas, diminuindo a sua intensidade e frequência.

A dieta cetogénica é conhecida há mais de 80 anos, mas tem vindo a ser mais utilizada à medida que se registam casos de resistência aos medicamentos anti-epilépticos. Os doentes com epilepsia, sobretudo as crianças, podem beneficiar desta alternativa. Muitos pais dizem que os seus filhos estão mais vigilantes e atentos, mesmo que as crises continuem, podendo também diminuir a sensação de fome. Se uma criança se der bem com a dieta, o médico pode lentamente reduzir a medicação com o objetivo de a interromper completamente, evitando a polimedicação e os efeitos secundários associados aos medicamentos.

Dados divulgados recentemente em Coimbra num encontro de profissionais de saúde sobre esta alternativa terapêutica indicam que a dieta cetogénica pode alegadamente permitir que um em cada quatro doentes fique totalmente livre de crises epilépticas.

A investigação científica tem permitido identificar estes benefícios, mas também desenvolver produtos que vão ao encontro das necessidades dos doentes com epilepsia, nomeadamente fórmulas que podem ser combinadas com a alimentação habitual ou utilizadas como fonte alimentar única.





Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF
 
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