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Ex-presidente da República Centro-Africana demite líder militar de coligação rebelde

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François Bozizé invoca "indisciplina notória", "insubordinação ao órgão político da coligação" e "conduta e ações contrárias aos objetivos da coligação".

O antigo Presidente da República Centro-Africana (RCA), François Bozizé, líder da principal coligação rebelde do país e exilado na Guiné-Bissau, demitiu o seu chefe de Estado-Maior, depois de este ter anunciado o fim das hostilidades.

"O general Ali Darassa Mahamat foi demitido das suas funções de chefe do Estado-Maior da Coligação dos Patriotas para a Mudança (CPC)", refere-se num comunicado de imprensa datado de segunda-feira e assinado por François Bozizé.

O antigo Presidente invocou uma série de razões, entre as quais "indisciplina notória", "insubordinação ao órgão político da coligação" e "conduta e ações contrárias aos objetivos da coligação".

Esta decisão surge um dia depois de Ali Darassa Mahamat, que até então liderava o mais poderoso grupo armado rebelde da RCA, ter anunciado num comunicado de imprensa que estava a "pôr fim a todas as hostilidades em todo o país" e a "reafirmar a sua abertura a todas as conversações com o governo centro-africano destinadas a restabelecer a paz, a segurança e a coesão social".

O comunicado do general, com a data de 26 de julho, foi divulgado a 04 de agosto, dois dias depois de o Presidente centro-africano, Faustin Archange Touadéra, ter apelado ao grupo para "depor as armas".

"Apelo a todos os filhos e filhas do país que foram enganados e tomaram o caminho errado para que regressem à República, e nós recebê-los-emos de braços abertos", anunciou Touadéra, em declarações à imprensa na passada sexta-feira.

"Vamos tratá-los bem e integrá-los no exército, podem render-se e vir ocupar postos de Estado, participar nas eleições autárquicas e, porque não, tornar-se chefes de Estado", continuou.

Ali Darassa Mahamat foi alvo de várias condenações e sanções internacionais, nomeadamente por parte das Nações Unidas, que o considera responsável por "numerosos crimes e atrocidades contra civis, bem como tráfico de armas e atos de predação e guerra contra as autoridades centro-africanas".

A República Centro-Africana, o segundo país menos desenvolvido do mundo segundo a ONU, vive uma guerra civil desde 2013, embora a intensidade tenha diminuído consideravelmente desde 2018.

Bozizé, 77 anos, que tomou o poder em 2003 através de um golpe de Estado, para ser derrubado 10 anos mais tarde por rebeldes, e que agora lidera a principal rebelião centro-africana, vive no exílio na Guiné-Bissau desde março de 2023, após um período no Chade.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse na passada segunda-feira que não tencionava extraditar François Bozizé, que é alvo de um mandado de captura por alegados crimes contra a humanidade emitido por um tribunal no seu país patrocinado pela ONU.

Correio da Manhã
 
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