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'Fúria privatizadora é o gonçalvismo às avessas'

florindo

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Foi director do jornal do PS com Sócrates e é um dos mais próximos de Seguro, de quem é primo. Jorge Seguro Sanches, o secretário nacional socialista, é duro com o Governo, mas espera um sinal positivo no OE.

Há socialistas nas rentrées do PSD e do BE, mas não há convidados de outros partidos na Universidade de Verão do PS, de que é um dos organizadores. Porquê?

Queremos dar à política novas pessoas, mais do que aquelas que estão dentro dos partidos. O PS tenta encontrar na sociedade civil as respostas para os problemas dos portugueses. Mas ficamos satisfeitos que os nossos participem nas universidades de Verão dos outros. Exportamos ‘quadros’ socialistas [risos]!

Por que é que o PS não condiciona a discussão do Orçamento do Estado, apresentando propostas já?

A iniciativa é do Governo. Depois teremos propostas. O ano passado avançámos com alternativas à subida do IVA na restauração de 13% para 23%. As falências de empresas no sector mostram que o Governo nos devia ter ouvido e até nos partidos que estão no Governo se concorda com isto agora. Não temos falta de propostas. Os estudos de opinião indicam que, para os portugueses, o PS é já uma alternativa ao Governo.

O PS é visto como alternativa de poder por estar dentro do ‘arco’ da troika? O voto contra o OE não é perigoso?

O PS será muito responsável com os compromissos que subscreveu e terá em conta sempre o interesse nacional. Mas há uma diferença na execução do memorando: nós vemos a troika como uma obrigação, o Governo e os partidos que o suportam vêm-no como uma devoção. O Governo alterou o memorando e foi além da austeridade necessária. PS e Governo não partilham o mesmo caminho.

Se a troika desse mais tempo, isso faria a diferença no OE 2013?

Temos de esperar que o Governo e a troika se entendam. Nós também temos expectativa na reunião da próxima semana com a troika. Esperamos que haja uma sensibilidade – do Governo e da troika – para os sofrimentos, para as muitas dificuldades que os portugueses estão a sentir.

O PS pediu mais tempo. Mas aceita mais austeridade?

Entendemos que não faz sentido mais austeridade.

Mas a sentença do Tribunal Constitucional sobre os subsídios dos funcionários e reformados alterou as contas do Orçamento para o ano.

Então o Governo tem de nos vir dizer o que correu mal. Para escolher os caminhos do futuro temos de fazer uma avaliação permanente. Antes de o PS dar uma resposta tem de ter uma avaliação. Esperamos isso do Governo.

Qual é a posição do PS perante as privatizações que se avizinham?

O PS sente a obrigação de concluir as privatizações previstas no acordo da troika. Mas não de qualquer maneira. Dou um exemplo, num sector que acompanho, o da energia: o Governo negligenciou a parte da regulação no processo de privatização da EDP – o ex-secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, veio reconhecê-lo esta semana.

E as privatizações que não estão no memorando?

Há uma fúria privatizadora do Governo que só tem paralelo na História de Portugal com a fúria nacionalizadora do gonçalvismo. O PS não apoia essas privatizações, nomeadamente a da RTP e a das Águas de Portugal.

Como avalia o modelo de concessionar a RTP a privados, fechando a RTP2?

Merece-nos uma total repulsa! Vai contra o interesse nacional. Passa-se para os privados uma estrutura e receitas e o Estado fica com o prejuízo. Somos contra a privatização do serviço público de televisão e essa concessão é igual a uma privatização.

É um negócio para os privados?

Claro, ou não haveria interessados. E foi graças ao saneamento financeiro feito pelo PS que a RTP e as Águas de Portugal são hoje sustentáveis.

António José Seguro diz que quando chegar ao governo garante o serviço público. Volta a abrir a RTP2? Reverte a concessão?

O secretário-geral foi claro. Mas é cedo para estarmos a falar sobre um modelo que ainda não foi apresentado. E não sabemos qual será a posição do Presidente da República.

Cavaco Silva deveria vetar a concessão?

Esperamos que o Presidente siga com a máxima atenção este caso.

Passando para as eleições autárquicas. Basílio Horta é desejado pela concelhia da Sintra. Essa candidatura está fechada?


Os critérios de escolha dos candidatos autárquicos serão decididos pela direcção, numa reunião na segunda quinzena de Setembro. Até lá, não faz sentido falar em decisões porque estas ainda não existem.

O que é para o PS uma vitória nas autárquicas? É ter mais câmaras? É ganhar as principais?

Uma vitória é ter a maioria dos votos dos portugueses.

O senhor foi director do jornal do PS com Sócrates. Trabalha com António José Seguro desde sempre, é aliás familiar dele. O que os une e distingue?

José Sócrates teve um plano de crescimento para o país e, pelas razões que conhecemos, perdeu as eleições. António José Seguro tem condições humanas e de preparação para liderar o Governo. Fará sempre o melhor para o país.

A relação da direcção com o grupo parlamentar vai ser melhor no próximo ano?

Já nos conhecemos melhor uns aos outros e estamos com mais facilidade em trabalhar. Na área do ambiente, que acompanho, faço agora reuniões quinzenais. Ganhamos todos com esta proximidade.

Fonte: SOL
 
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