Factura energética dava para pagar novo aeroporto

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Factura energética dava para pagar novo aeroporto
Pela primeira vez, em 2007, a eficiência energética aumentou

Portugal pagou ao estrangeiro uma factura energética de 6,4 mil milhões de euros, no ano passado, mais 9,3% do que em 2006. Seria dinheiro suficiente para construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete, mais os acessos. A subida do preço de petróleo e, por arrastamento, do gás levou ao agravamento do défice de energia, apesar de a depreciação do dólar ter ajudado a conter os preços. Se, em Portugal, circulasse a moeda norte-americana em vez do euro, a factura teria sido de 8,8 mil milhões de dólares (mais 18,9% do que em 2006).

A força da moeda única europeia face ao dólar foi um dos factores que ajudou a mitigar o impacto da escalada do petróleo nas contas nacionais. Além dela, o balanço anual feito pela Direcção-Geral de Geologia e Energia refere também o facto de ter chovido bastante no ano passado, pelo que as barragens estiveram mais activas e não se recorreu tanto a carvão e fuel para produzir electricidade. Além disso, o país foi buscar parte das reservas de produtos derivados de petróleo; por último, o fraco crescimento económico e o alto endividamento das famílias levou a uma redução do consumo que, só nas gasolinas, atingiu os 5%.

Estes factores ajudaram o país a controlar as importações de derivados de petróleo, mas não o impediram de estar cada vez mais dependente no que toca à energia.

Isto apesar de, pela primeira vez, Portugal ter conseguido melhorar a sua intensidade energética, realçou Ana Rita Antunes, da Quercus. Ou seja, necessitou de menos energia para produzir a mesma quantidade de riqueza. Em consequência, diminuiu a emissão de gases com efeito de estufa. "Esta é a direcção certa, mas ainda estamos acima dos níveis médios da União Europeia".

Ana Rita Antunes falava especialmente da importância de acelerar as medidas previstas no Plano Nacional de Eficiência Energética, sobretudo as ligadas aos transportes (mais transporte público e mais mercadorias por ferrovia). E, também, do crescente investimento em energias renováveis, acautelando os impactos na conservação da natureza e biodiversidade dos investimentos previstos, como as dez novas barragens previstas.

Também Braga da Cruz, presidente do pólo português do mercado ibérico de electricidade focou a importância das renováveis, pelo menos "enquanto não se encontrar petróleo nas Berlengas", ironizou. E secundou o entendimento de Ana Rita Antunes no que toca ao aumento da eficiência. "Fica mais barato poupar 1 kWh do que produzir 1 kWh", dizia a responsável da Quercus. "O mais importante é ir pelo lado da procura, levar o cidadão a ser mais responsável", acrescentou Braga da Cruz


Alexandra Figueira
JN
 
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