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Fotografia © REUTERS/Mark Blinch
O 'software' é capaz de ouvir as conversas captadas pelo microfone do computador, e alguns utilizadores dizem que este estava ativo sem ter pedido autorização.
Um software da Google que é capaz de escutar o que é dito perto do computador instala-se automaticamente, sem pedir autorização ao utilizador.
A denúncia foi feita por programadores que usam osoftware Chromium, a versão em código aberto do navegador Chrome, da Google, que foram os primeiros a aperceber-se desta funcionalidade.
O código que permitia ao navegador escutar o áudio recebido pelo microfone do computador é instalado remotamente pelo Chromium.
Os utilizadores que repararam no código disseram que este se instalou sem autorização, e alguns acrescentaram que a funcionalidade estava ativa sem nunca ter sido autorizada.
De acordo com a Google, que respondeu às preocupações dos utilizadores numa publicação no seu fórum para programadores, a funcionalidade não se ativa automaticamente.
Esta serve para fazer com que o navegador responda a indicações orais, e está programada para reagir à indicação "OK Google".
O programador que deu resposta à queixa no fórum da Google explicou que é necessário ativar a funcionalidade 'Hotword' nas definições do navegador para o colocar alerta, à espera que sejam ditas as palavras "OK Google".
Esta funcionalidade também é instalada juntamente com o Google Chrome.
Aquilo que preocupou e revoltou os programadores, porém, foi o facto de o mesmo de passar com o Chromium, um navegador de código aberto, ou seja, cuja informação de programação pode ser observada e modificada por programadores, sem que houvesse indicação do que se tratava nem um pedido de consentimento antes da instalação da extensão.
Ainda, a extensão é "caixa negra", o que significa que não faz parte do projeto em código aberto.
O ativista e fundador do Partido Pirata na Suécia, Rick Falkvinge, descreveu o problema com a extensão numa publicação no seu blogue, Privacy Online News.
"Sem consentimento, o código da Google tinha descarregado uma caixa negra de código que (...) tinha ligado o microfone e estava ativamente a ouvir a divisão" onde se encontrava o computador, escreveu Falkvinge, citado pelo Guardian.
"O que significa que o computador tinha sido configurado em segredo para enviar o que estava a ser dito na divisão para outra pessoa, para uma empresa privada noutro país, sem consentimento ou conhecido, uma transmissão de áudio ativada por... um conjunto desconhecido e inverificável de condições".
Um problema semelhante já foi colocado relativamente às televisões inteligentes da Samsung.
A empresa teve que pedir aos clientes que evitassem revelar informações pessoais diante da televisão, visto que estas podiam ser recolhidas e transmitidas a terceiros.
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