Festroia apresenta filmes de um bom nível

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Fev 29, 2008
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Vencedores do certame vão ser conhecidos no sábado à noite

Festroia apresenta filmes de um bom nível

«A Última Hora» tem antestreia nacional marcada para sábado, dia em que serão divulgados os vencedores do Festroia.

José Mário Bastos



O festival termina apenas no domingo, mas é na sessão da noite de sábado, em que será exibida, em antestreia nacional, «A Última Hora», uma co-produção Hong-Kong/França, realizada por Pascal Caubet, que serão divulgados os vencedores da 25.ª edição do Festroia.
Até esta altura, foram exibidos sete dos 13 títulos que integram a secção oficial do certame e que são objecto da atenção do Júri Oficial.
Da apreciação global dos filmes até agora exibidos, estamos perante um conjunto de trabalhos de qualidade média apreciável e com opções estéticas e temáticas muito diversas, não havendo, contudo, películas que se destaquem das restantes de forma inquestionável. De relevar, também, a origem dos filmes a concurso: países cujas cinematografias muito raramente conseguem entrar no mercado português.
Do israelita Igal Bursztyn chegou «Out of Blue» («O dedo de Deus»), divertida história de dois homens que percorrem as ruas de Telavive numa velha motorizada que arrasta um reboque ainda em pior estado. Ocupam-se da compra e venda de velharias. Um deles alimenta a ilusão de uma paixão irresistível por uma mulher que é, afinal, uma famosa modelo e cantora. Mas será o outro que, após várias vicissitudes, conquistará a atenção da vedeta. Conto de fadas dos nossos dias, em que os encontros e desencontros pontuam um quotidiano nem sempre fácil, o filme israelita, é de visão agradável e surge na linha de outras obras daquele país que têm feito sucesso em anteriores edições do Festroia.
A merecer especial referência a habitual presença nórdica no certame sadino. Do finlandês Dome Karukoski foi exibido «Fruto proibido». Centrado no fundamentalismo de um ramo conservador da igreja luterana (que proíbe coisas tão banais como ver televisão, ouvir música ou usar maquilhagem) e no drama de duas jovens encurraladas entre as exigências da fé que professam, da família e da comunidade a que pertencem e a possibilidade de acederem à 'vida normal', dos nossos dias.
«Mamute» é um filme do sueco Lukas Moodysson protagonizado por Gael Garcia Bernal. Uma daquelas obras incaracterísticas quanto à sua origem e resultantes do processo de globalização a que se assiste hoje em dia. Referências à Suécia só na leitura do genérico. De resto, este é um filme americano, cuja acção decorre entre Nova Iorque, as Filipinas e a Tailândia e que retrata uma trama de tensões familiares e profissionais, pontuada por abordagens das questões da emigração e do «turismo sexual» entre outras. Interessante, mas não mais do que isso.
Bem mais conseguido é «Jernanger» («A Tempestade no meu coração») do norueguês Pál Jackman, abordagem do encontro de dois homens de gerações diferentes, ambos com receio de assumirem as respectivas relações amorosas, e que tem como cenário um velho navio há muito ancorado, propriedade do mais velho. «Jernanger» constitui uma bela reflexão sobre as questões da solidão e da dificuldade em concretizar o amor, mas é também uma história de cumplicidades e de solidariedade.
Os primeiros dias do festival não defraudaram as expectativas, apesar das condições logísticas alternativas a que a organização teve que recorrer nesta edição. Recorde-se que, porque o Fórum Luísa Todi está em obras de remodelação, a sala principal do Festival é uma tenda gigante montada junto do Convento de Jesus.
Entretanto, assinalando a 25.ª edição do Festroia, a Câmara Municipal de Setúbal decidiu atribuir a duas artérias situadas numa zona de expansão da cidade os nomes de «Festroia» e de «Mário Ventura Henriques», escritor e jornalista fundador do Festival.

Festroia. «Jernanger» e «Fruto proibido» foram dois dos filmes até agora em destaque no certame que decorre em Setúbal

D.R.


o primeiro de janeiro
 
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