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Entre 50% e 66% da população europeia com mais de 80 anos têm divertículos, pequenas bolsas da parede intestinal que se distendem para o exterior. Medem um a dois centímetros e surgem no intestino grosso, sobretudo na última secção antes do recto: o cólon.
As causas não são conhecidas com certeza total. Destacam-se três hipóteses. A primeira sustenta que as mudanças ao nível da contracção do cólon aumentam a pressão no intestino e favorecem a formação de bolsas. Em segundo lugar, está a diminuição da resistência da parede intestinal. Uma dieta pobre em fibras apresenta-se como a terceira possibilidade. Já os factores de risco estão identificados: obesidade, sedentarismo e idade.
A maioria dos pacientes não revela sintomas nem precisa de tratamento. Cerca de 25% relatam queixas abdominais, como dor, flatulência e prisão de ventre. Aumentam com a ingestão de alimentos e aliviam com a defecação. São sinais comuns a outras doenças, como cancro do cólon ou ovários, pelo que é preciso despistar as possibilidades.
O médico pode mandar fazer uma colonoscopia. É o exame mais usado, pois permite o rastreio da maioria das doenças do intestino grosso. Na presença de fortes dores abdominais, é comum recorrer a uma tomografia abdominal computorizada (TAC), para evitar a ruptura do intestino com a introdução do endoscópio.
O tratamento baseia-se na redução dos sintomas se a doença for moderada. O aumento gradual do consumo de vegetais, fruta e leguminosas (feijão, grão, etc.) e a ingestão de água constituem a melhor solução. Não está provada a eficácia de laxantes e antiespasmódicos para combater a prisão de ventre. Quando as fezes bloqueiam os divertículos, pode surgir inflamação, que causa dor e febre, e resulta numa doença chamada diverticulite. Uma inflamação ligeira, com dor intermitente e febre, é tratada com repouso em casa, dieta líquida e antibióticos. Em poucos dias, desaparece.
Face a uma dor abdominal localizada, febre acima dos 38º C, outros sinais de infecção grave ou falta de resposta aos antibióticos, pode ser preciso internamento. O doente fica em repouso e não pode ingerir nada até os sintomas desaparecerem. Mesmo com um tratamento bem-sucedido, a diverticulite pode voltar num terço das situações. Nos casos mais graves (por exemplo, fístula ou perfuração), é possível recorrer à cirurgia.
DN
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