Gana lança-se na produção de biocombustíveis para exportar para a Suécia

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1

Gana lança-se na produção de biocombustíveis para exportar para a Suécia

Uma empresa do Gana pretende produzir etanol a partir de cana-de-açúcar, a grande escala, a partir de 2010. O objectivo deste negócio, em plena controvérsia sobre a responsabilidade dos biocombustíveis na crise alimentar mundial, é a exportação para a Suécia.

A Northern Sugar Resources Ltd conta plantar 30 mil hectares de cana-de-açúcar no Norte do Gana - numa região de savana - para alimentar uma fábrica que será criada por uma empresa brasileira, a Constran S.A.

“Segundo um acordo que será assinado em Junho, o objectivo é estar a produzir a metade da capacidade em 2010, ou seja, 75 mil metros cúbicos por ano”, precisou Roger G. Walters, director técnico da Northern Sugar.

“É uma boa notícia para o Gana, mesmo que o etanol se destinar à exportação (para a Suécia), porque isso vai criar postos de trabalho”, comentou o vice-ministro da Informação, Frank Agyekum.

A empresa sueca Svensk Etanolkemi AB (Sekab) comprometeu-se a comprar o etanol “made in Gana” durante dez anos, confirmou o director da empresa, Anders Fredriksson.

“Um dos nossos objectivos é incorporar a África no mercado mundial dos biocombustíveis. A África tem um enorme potencial de crescimento económico neste sector”, considerou Fredriksson.

O projecto do Gana representa um investimento de cerca de 306 milhões de dólares (197 milhões de euros), segundo Fabio Pavan, responsável pelo desenvolvimento na Constran S.A. Será financiado, parcialmente, por um empréstimo de 260 milhões de dólares (168 milhões de euros) do Banco do Estado Brasileiro do Desenvolvimento (BNDES).

Para a Suécia, a importação de etanol do Gana vai reduzir num terço o seu défice em biocombustíveis.

“Existem espaços enormes não utilizados em África. Produzir etanol vai levar dinheiro para lá, que poderá ser utilizado para a agricultura, para comprar alimentos, para pagar educação escolar”, comentou Fredriksson.

Desenvolvidos para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, grandes emissores de dióxido de carbono (CO2), os biocombustíveis são hoje acusados de agravar a crise alimentar, na origem de confrontos violentos em vários países.


03.05.2008
AFP
Ecofera-Publico
 
Topo