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História do Ensino à Distância

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GF Platina
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Tele-educação, Educação a Distância ou Ensino a Distância é a modalidade de ensino que permite que o aluno não esteja fisicamente presente no ambiente formal de ensino, assim como também permite que o aluno estude autonomamente e em horários distintos. Diz respeito também à separação cronológica ou espacial entre professor e aluno. A interligação (conexão) didáctica entre professor e aluno ocorre por meio de tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet e em especial as multimédia, mas também podem ser utilizados outros recursos de comunicação, tais como carta, rádio, televisão, vídeo, CD-ROM, telefone, fax, telemóvel, iPod, notebook etc. O ensino à distância, em sua forma empírica, é conhecida desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a fazer parte das atenções pedagógicas. Ela surgiu da necessidade da preparação profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade. O ensino à distância também é considerado um recurso que contempla as necessidades de desenvolvimento da autonomia do aluno. O desenvolvimento da autonomia é considerado, por teóricos tais como Jean Piaget e Constance Kamii, peça chave do processo de aprendizagem, no qual o aluno é o foco e o professor possui papel secundário, pois apenas orienta o aluno que por sua vez escolhe o ritmo e a maneira como quer estudar e aprender, de acordo com suas necessidades pessoais.
 
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O Ensino à Distância Através dos Tempos

Na Antiguidade

Inicialmente na Grécia antiga e depois em Roma havia redes de comunicação que permitiam o desenvolvimento significativo da correspondência e, por consequência, a troca de informações. Hoje temos a educação presencial, semi-presencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semi-presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias.

A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.

Os séculos XVII e XVIII


Com a Revolução Científica iniciada no século XVII, as cartas comunicando informações científicas inauguraram uma nova era na arte de ensinar. Segundo Lobo Neto (1995), um primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de Março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston".

O século XIX

Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por correspondência, e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetizou os princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos. No entanto, o desenvolvimento de uma acção institucionalizada de educação a distância teve início a partir da metade do século XIX. Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundaram a primeira escola por correspondência destinada ao ensino de línguas. Posteriormente, em 1873, em Boston, Anna Eliot Ticknor criou a Society to Encourage Study at Home. Em 1891, Thomas J. Foster iniciou em Scarnton (Pensilvânia) o International Correspondence Institute, com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de mineração. Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aceitou a proposta de seus professores para organizar cursos por correspondência nos serviços de extensão universitária. Um ano depois, o reitor da Universidade de Chicago, William R. Harper, que já havia experimentado a utilização da correspondência na formação de docentes para as escolas dominicais, criou uma Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela Universidade. Por volta de 1895, em Oxford, Joseph W. Knipe, após experiência bem sucedida preparando por correspondência duas turmas de estudantes, a primeira com seis e a segunda com trinta alunos, para o Certificated Teacher’s Examination, iniciou os cursos de Wolsey Hall utilizando o mesmo método de ensino. Já em 1898, em Malmö, na Suécia, Hans Hermod, director de uma escola que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais, ofereceu o primeiro curso por correspondência, dando início ao famoso Instituto Hermod.

História Moderna

No final da Primeira Guerra Mundial, surgiram novas iniciativas de ensino a distância em virtude de um considerável aumento da demanda social por educação, confirmando, de certo modo, as palavras de William Harper, escritas em 1886: "Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o transmitido nas aulas de nossas academias e escolas; em que o número dos estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais."

O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a divulgação dos meios de transporte, e sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da educação a distância. Em 1922, a antiga União Soviética organizou um sistema de ensino por correspondência que em dois anos passou a atender 350.000 usuários. A França criou em 1939 um serviço de ensino por via postal para a clientela de estudantes deslocados pelo êxodo. A partir daí, começou a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetrou também no ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais, tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas de educação a distância do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.

Após as décadas de 1960 e 1970, a educação a distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passou a incorporar articulada e integralmente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador, e mais recentemente, a tecnologia de multimédia, que combina textos, sons, imagens, assim como mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados) etc. Actualmente, o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas quanto em países em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de treino profissional. A educação a distância foi utilizada inicialmente como recurso para superação de deficiências educacionais, para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou actualização de conhecimentos. Hoje cada vez mais foi também usada em programas que complementam outras formas tradicionais, face a face, de interacção, e é vista por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do sistema regular de ensino presencial. Por exemplo, a Universidade Aberta oferece comercialmente somente cursos a distância, sejam cursos regulares ou profissionalizantes. A Virtual University oferece cursos gratuitos.
 
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Gerações

O desenvolvimento do ensino à distância pode ser descrito basicamente em três gerações, conforme os avanços e recursos tecnológicos e de comunicação de cada época:

- Primeira geração: Ensino por correspondência, caracterizada pelo material impresso iniciado no século XIX. Nesta modalidade, por exemplo, o pioneiro no Brasil é o Instituto Monitor, que em 1939, ofereceu o primeiro curso por correspondência, de Técnico de Rádio. Em seguida, temos o Instituto Universal Brasileiro actuando à mais de 60 anos nesta modalidade educativa, no Brasil.

- Segunda geração: Teleducação/Telecursos, com o recurso aos programas radiofónicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e material impresso. A comunicação síncrona predominou neste período. Nesta fase, por exemplo, destacaram-se a Telescola, em Portugal, e o Projecto Minerva, no Brasil.

-Terceira geração: Ambientes interactivos, com a eliminação do tempo fixo para o acesso à educação, a comunicação é assíncrona em tempos diferentes e as informações são armazenadas e acessadas em tempos diferentes sem perder a interactividade. As inovações da World Wide Web possibilitaram avanços na educação a distância nesta geração do século XXI. Hoje os meios disponíveis são: teleconferência, chat, fóruns de discussão, correio electrónico, blogues, espaços wiki, plataformas de ambientes virtuais que possibilitam interacção multidirecional entre alunos e tutores.

A Educação apoiada pelas novas tecnologias digitais foi enormemente impulsionada assim que a banda larga começou a se firmar, e a Internet passou a ser potencialmente um veículo para a comunicação a distância. Isso permitiu ao ensino à distância contribuir com os seus conhecimentos para a formação do aluno.
 
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Ensino à Distância no Mundo

A Suécia registou a sua primeira experiência em 1833, com um curso de Contabilidade. Na mesma época, fundou-se na Alemanha em 1856, o primeiro Instituto de Ensino de Línguas por Correspondência. O modelo de ensino foi iniciado na Inglaterra em 1840, e em 1843 foi criada a Phonografic Corresponding Society. Fundada em 1962, a Universidade Aberta mantém um sistema de consultoria, auxiliando outras nações a implementar uma educação a distância de qualidade. Também no século XIX, o ensino à distância foi iniciada nos Estados Unidos da América na Illinois Weeleyan University.

Já no século XX, em 1974, a Universidade Aberta Allma Iqbal no Paquistão iniciou a formação de docentes via ensino à distância. A partir de 1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka passou a atender sectores importantes para o desenvolvimento do país: profissões tecnológicas e formação docente. Na Tailândia, a Universidade Aberta Sukhothiai Thommathirat tem cerca de 400.000 estudantes em diferentes sectores e modalidades. Criada em 1984, a Universidade de Terbuka na Indonésia surgiu para atender forte demanda de estudos superiores, e prevê chegar a cinco milhões de estudantes. Já na Índia, criada em 1985, a Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi tem objectivo de atender a demanda de ensino superior.

A Austrália é um dos países que mais investe em ensino à distância, mas não tem nenhuma universidade especializada nesta modalidade. Nas universidades de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e Deakin, a proporção de estudantes a distância é maior ou igual à de estudantes presenciais. Na América Latina programas existentes incluem o Programa Universidade Aberta, inserido na Universidade Autónoma do México (criada em 1972), a Universidade Estatal a Distância da Costa Rica ( criada em 1977), a Universidade Nacional Aberta da Venezuela (também criada em 1977) e a Universidade Estatal Aberta e a Distância da Colômbia (criada em 1983).

No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio­ Técnico Monitor, em 1939, o hoje Instituto Monitor, depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, e o Instituto Padre Reus em 1974, várias experiências de educação a distância foram iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamentais e privadas, foram muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes contingentes de recursos. Os resultados do passado não foram suficientes para gerar um processo de aceitação governamental e social da modalidade de educação a distância no país. Porém, a realidade brasileira já mudou e o governo brasileiro criou leis e estabeleceu normas para a modalidade de educação a distância no país.
 
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História da Telescola

A telescola, sistema de ensino via televisão, arrancou em Portugal a 6 de Janeiro de 1965, com programação produzida nos estúdios da Radiotelevisão Portuguesa do Monte da Virgem, no Porto. Os alunos eram acompanhados nos postos de recepção por monitores. A intenção era permitir o cumprimento aos alunos da escolaridade obrigatória, na altura constituída pelos quatro anos da Escola Primária e os dois anos do Ciclo Preparatório. A nível geográfico a telescola pretendia servir as zonas rurais isoladas e zonas suburbanas com escolas superlotadas. Nesta época, havia cerca de mil alunos matriculados, mas toda a população tinha acesso através da televisão às emissões que ocupavam parte da programação da tarde da RTP. A telescola portuguesa foi uma das mais bem sucedidas na Europa.

No início da década de 70, a reforma do ensino ditou o alargamento da escolaridade obrigatória para 6 anos. Nos casos em que não fosse possível proporcionar ensino directo aos alunos este podia ser substituído pela telescola. Na década de 80, com a chegada e vulgarização dos videogravadores, a telescola deixou de ser transmitida pela televisão, libertando assim essas horas para outros programas. Os conteúdos apresentados nas videocassetes tinham um complemento de informação prestado por um tutor. Já na década de 90, o recurso às novas tecnologias e ao multimédia levou a que o ensino à distância passasse a funcionar em simultâneo como forma complementar do ensino regular e como modalidade alternativa da educação escolar. Nesta altura, já se dirigia principalmente a quem não se encontrasse na idade normal de frequência da escola. Ao longo dos anos, a telescola foi mudando a sua designação do inicial Curso Unificado Telescola, para Ciclo Preparatório TV e Ensino Básico Mediatizado (EBM). Em Julho de 2003 foi anunciado que a partir do ano letivo 2003/2004 iriam começar a ser extintas as escolas do EBM, na altura cerca de 320, dedicadas ao ensino do 5.º e 6.º anos. Em 2001/2002 havia cerca de 5200 alunos inscritos em EBM, com uma taxa de sucesso na ordem dos 90 por cento.

PS: No meu currículo escolar consta a frequência do 2º ciclo na Telescola, antes de ir para o Liceu.:espi28:
 
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