Independência infantil

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Criar os filhos para o mundo é dar a eles as ferramentas necessárias para se virarem sozinhos em quaisquer situações. É claro que toda mãe vai estar pronta para ajudar seus filhos, mas, desde cedo, as crianças já podem executar tarefas que revelem a capacidade que elas têm de achar soluções. A coordenadora pedagógica Cláudia Fernanda Venelli Razuk, elaborou alguns pontos fundamentais para independência das crianças. Veja quais são:
A independência acontece aos poucos e o melhor momento de estimular os pequenos é nas atividades mais simples do dia-a-dia. Deve-se começar cedo, ainda na fase de bebê, em situações como o hábito de dormir sozinho ou segurar a mamadeira, por exemplo.
Um dos enganos bastante comuns é esperar que a criança já domine determinada capacidade para, então, pedir que a faça. Toda a aprendizagem envolve várias fases: a iniciativa para começar, as tentativas, lidar com a frustração do erro, ser perseverante para tentar de novo, saber buscar ajuda, tentar e tentar quantas vezes forem necessárias até atingir o êxito e poder curtir a vitória!
É um exercício de paciência e dedicação e que deve partir dos pais. E também exige planejamento de tempo, pois é claro que para a criança, o simples ato de colocar o próprio sapato é mais demorado do que se a mamãe o fizesse por ela. A criança precisará de tempo para que possa fazer suas tentativas com calma, sem a pressão dos adultos. Então, incentive-a dando-lhe tempo suficiente para isso. Nunca deixe para pedir que o faça a poucos minutos de sair de casa.
A independência tem, ainda, uma outra questão igualmente importante: as atividades diárias ajudam a desenvolver habilidades e competências nas mais diversas áreas: desenvolve a coordenação motora, a lateralidade, o raciocínio lógico matemático, a responsabilidade, a seqüência e organização de planejamento e ações. Todos nós utilizamos tudo isso na vida pessoal e no trabalho, não é mesmo?


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Com um ano e meio de idade, a criança já pode começar a participar de pequenas tarefas como, por exemplo, guardar seus calçados no local (desde que este seja de fácil acesso). Aos dois anos, a criança já demonstra interesse em despir-se sozinha. É o primeiro passo para que, em seguida, possa vestir-se também. Mostre à criança características que ajudarão na rotina, como a costura das roupas, que deve ficar por dentro, a etiqueta, que geralmente fica atrás.
Aos três anos, já é capaz de organizar a sua caixa de brinquedos, o que desenvolve o pensamento lógico matemático (separação das peças segundo algum tipo de atributo, como cor, forma, tipo de brinquedo), exige planejamento, atenção e responsabilidade.
Na cozinha, a criança já pode começar a participar de algumas tarefas simples, como ajudar a colocar a mesa. Muito cuidado para não impor as formas de organização. Deixe que a criança crie seu próprio raciocínio e use a sua criatividade e vá, apenas, orientando-a quando necessário.
Com cinco ou seis anos, já pode ajudar a lavar a louça (peças plásticas, para evitar acidentes). Ela desenvolverá um domínio motor mais refinado, pois ela deverá lidar com o peso do objeto e o fato de estar escorregadio pelo sabão.
Na hora do banho, oriente e deixe que ela faça sozinha. O mesmo acontecerá para escovar os dentes. Ela vai precisar aprender a quantidade de creme que deve ser colocado na escova, os movimentos e a força adequada para a escovação.

Dar continuidade, sempre
Conforme a criança for crescendo, novos desafios surgirão. E surgirão também para os pais, que deverão estar sempre atentos ao que poderão ou não “delegar” a seus filhos. Mas nesse momento, se toda a primeira fase de estímulo à independência tiver sido trabalhada, com certeza a criança estará preparada para encarar toda e qualquer nova situação, com total segurança.
Hábitos de independência que se criarem desde cedo ajudarão a criança a tornar-se um adolescente e, posteriormente um adulto, muito mais responsável, bem resolvido, organizado e com grande iniciativa. Por isso é importante, além de estimular os hábitos em si, dar significado e mostrar a importância de cada ato.
Trabalhar a autonomia da criança ajudará na sua auto-estima. A fase de tentativas, erros e acertos é um momento importante onde os pais e educadores deverão estar atentos, dando força e incentivo para que ela seja perseverante (outro comportamento extremamente importante, que ela levará por toda a vida!) e não se desanime diante das dificuldades.


Acima de tudo, os pais devem acreditar no potencial de seus filhos.

Cláudia Fernanda Venelli Razuk é Coordenadora Pedagógica
 
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